Ana Luíza|Analu 🌪️
Abri meus olhos com um pouco de dificuldade por conta do sol que estava forte e ofuscava minha visão.
Olhei ao meu redor, e eu estava em um jardim, que era lindo por sinal e repleto de rosas vermelhas que são às minhas preferidas.
Eu estava deitada na grama, e me levantei ficando sentada e observando o lugar porém eu não reconhecia e simplesmente não sabia a onde eu estava.
Um menininho lindo vestido todo de branco, moreno, cabelos pretos e olhos castanhos correu na minha direção e pulou no meu colo sorrindo.
- Mamãe tá na hora da senhora ir.- eu encarei ele sem entender.- Você já ficou muito tempo comigo mamãe.
Ana Luíza: Mamãe? Eu sou sua mamãe?- ele balançou a cabeça rindo concordando.
- O papai está sofrendo sem a senhora, ele precisa de você.- ele sorriu.- Pode ir, eu vou ficar bem com o vovô, ele vai cuidar de mim.- ele apontou e eu vi o Fuzileiro vindo na nossa direção.
Será que isso é um sonho? Mais parece ser tão real...
O menininho lindo falava que eu tinha que ir, mais ir pra onde?
- Vai mamãe, a gente ainda vai se encontrar.- ele beijou minha bochecha e sumiu do meu campo de visão, assim como o jardim e todas às rosas.
E agora eu somente ouvia a voz do Henrique bem distante, e quando finalmente consegui abrir meus olhos, eu estava em um quarto branco com uma camisola de hospital e uns aparelhos grudados no meu corpo, e ele estava abrindo a porta do quarto pra sair.
Ana Luíza: Henrique?- falei com dificuldade e ele paralisou e nem se quer olhou pra trás.- Henrique?- chamei denovo.
Tinha vários fios grudados no meu peito, e os aparelhos que estavam conectados à mim que começaram apitar e o Henrique começou a gritar igual um maluco.
O que aconteceu comigo? Porque eu estou nesse hospital?
Caveira: ANALU?- gritou- TU ACORDOU MINHA MORENA?- falou eufórico.- TU ACORDOU CARALHO.- me abraçou.- EU SABIA, EU SABIA QUE TU IA VOLTAR PRA MIM.- ele não me largava.
Ana Luíza: Henrique calma.- falei sem entender o que estava acontecendo.- O que aconteceu? Porque eu tô aqui?
Caveira: Desculpa pô, desculpa.- me abraçou denovo.- ENFERMEIRA, ENFERMEIRA.- ele foi até a porta e começou a gritar.- ELA ACORDOU, ELA ACORDOU.
Em questão de segundos entrou um monte de gente no quarto de jaleco branco, e tiveram que expulsar o Henrique do quarto, porque ele não queria sair de jeito nenhum.
Eles começaram a me examinar da cabeça aos pés, e fizeram milhares de perguntas, e eu não estava entendendo nada, mais respondia todas às perguntas, quer dizer, às que eu sabia responder né.
Não estou lembrando muito bem o que aconteceu comigo, a última coisa que eu me recordo é de estar sendo feita de refém pelo Jacaré que estava com uma arma apontada pra minha cabeça.
E em um momento eu notei que o Jacaré estava distraído, e em um ato de coragem ou burrice, mordi a mão dele que estava tampando minha boca e ele me soltou por conta da dor, e eu consegui correr na direção do Henrique mas em seguida senti dois disparos contra o meu corpo e eu caí no chão e só escutei mais tiros e gritos do Henrique.
MEU FILHO! MEU FILHO!
Quando lembrei dos tiros em mim, simultaneamente lembrei que eu estava grávida.
Ana Luíza: Meu filho? Cadê meu filho?- comecei a chorar desesperada.- CADÊ MEU FILHO?- coloquei a mão na minha barriga.- ME RESPONDE, EU PERDI MEU FILHO?
Xxx: Infelizmente o seu bebê não sobreviveu.
Aquelas palavras foram como um soco no meu estômago, e foi a pior dor que eu senti na minha vida inteira.
Comecei a chorar e surtei dentro daquele quarto me debatendo na cama e gritando, e ninguém conseguiu me acalmar, então uma enfermeira aplicou um medicamento na minha veia que me fez adormecer em questão de minutos.
[...]
Depois da medicação que aplicaram em mim, só acordei no dia seguinte pela manhã, e novamente eu tive outro surto quando acordei e lembrei que tinha perdido meu bebê, e por esse motivo uma psicóloga veio conversar comigo e somente assim consegui me acalmar.
Na parte da manhã fiz uma bateria de exames, e quando voltei pro quarto a Nayara estava sentada na poltrona, e assim que me viu entrando na cadeiras de rodas, se levantou empolgada e me abraçou muito forte mesmo.
Nayara: Que saudades que eu estava de você.- começou a chorar.- Nunca mais faz isso comigo sua vagabunda.- dei risada assim como a enfermeira que estava empurrando a cadeira.- Você não tem noção do quanto eu sofri aqui sem você.
A Nay ajudou a enfermeira me colocar na cama, e puxou uma cadeira que tinha no quarto sentando do meu lado.
Nayara: Tá melhor amiga?- ela fazia carinho no meu cabelo.
Ana Luíza: Não amiga, não estou melhor, estou péssima.- já senti o nó na minha garganta.- Eu perdi meu filho amiga, por minha culpa.- comecei a chorar.
Nayara: Se acalma amiga.- segurou minha mão.- Você não tem culpa de nada, pode tirar isso da sua cabeça.
Ana Luíza: É minha culpa sim Nayara, se eu não tivesse tido aquela atitude idiota, eu poderia estar com o meu filho agora nos meus braços.- suspirei.
Nayara: O único culpado dessa história está a sete palmos do chão Ana Luíza.- me encarou.- Você teve um ato de coragem, de defesa, e não, a culpa não é sua.- segurou minha mão.- Amiga para de se culpar. Tudo aconteceu como tinha que acontecer, foi a forma como Deus quis. Não é você mesma que diz que ele sabe de todas às coisas e sempre tem o melhor pra nós?- concordei.- Então espera e confia, ele tem o melhor pra você.- me abraçou.
A gente ficou conversando durante horas sobre todos os tipos de assuntos possíveis, e eu ainda não estou acreditando que sou madrinha, e também que perdi uma fase tão importante da vida da minha irmã de coração.
Nayara: Eu gravei tudinho pra poder te mostrar.- suspirou.- Eu sabia que você acordasse ia querer ver tudo.- falou sorrindo.- Eu só não trouxe ela porque não pode amiga, mais olha como a sua afilhada é linda.- me mostrou a foto no celular.
Ana Luíza: Que princesa amiga, ela é a cara do Ph.- fiquei sorrindo toda boba.- Eu quero conhecer minha bonequinha logo.- choraminguei.
Nayara: Vou ligar de chamada de vídeo pra Lu.- concordei.- Oi coisa linda da mamãe, olha sua dinda babona.- virou o celular pra mim.- Eu sempre ligava pra ela te ver amiga.
Ana Luíza: Que coisa mais gostosa da dinda.- falei toda apaixonada.- O tanto que eu vou apertar essa coisa gostosa não está escrito!
Fiquei tão feliz vendo a felicidade da minha amiga, que por alguns minutos consegui esquecer todo o caos que está a minha vida.
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-VOTEM E COMENTEM MEUS AMORES, ISSO ME INCENTIVA À CONTINUAR.
CONTO COM VOCÊS!!! ❤️

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LEAL - [FINALIZADO]
Fiksi PenggemarDe um lado uma jovem determinada que desde cedo batalha para conquistar seus objetivos. Do outro, um rapaz que tem seu destino traçado por ser filho do Dono do Morro. Duas realidades completamente opostas. O que podemos esperar caso esses dois camin...