LEAL - [FINALIZADO]

133°

Ana Luíza|Analu 🌪️

Ainda não consigo acreditar que fiquei durante um ano em coma.

1 ANO.

É difícil você conseguir compreender que ficou um ano dormindo e que a vida de todo mundo continuou e a sua simplesmente parou no tempo.

Quando o médico e a psicóloga vieram conversar comigo, eu achei que eles estavam zombando com a minha cara e eu me neguei acreditar, e só depois que a Nayara conversou comigo que eu tive um choque de realidade.

É muita coisa pra minha cabeça sabe?? Confesso que estou muito triste, um pouco confusa e também com medo das coisas que ainda vou descobrir.

Depois da perca do meu filho, uma das coisas que também me abalou, foi saber da morte do Fuzileiro. Eu não consigo nem imaginar como a Helena, Helô e o Henrique devem ter ficado. O Fuzileiro sempre foi carinhoso comigo, e nele eu espelhava um pouco meu pai sabe?? Que Deus tenha recebido ele de braços abertos, e que meu sonho faça realidade, que ele cuide do meu bebê que se foi.

Eu e a Nay ficamos conversando um bom tempo sobre tudo que tinha acontecido, e logo depois chegou o Ph, Helô, Tatu, Dg, Maysa e o Grego. E gente eu tinha esquecido como esse povo é maluco, eles chegaram fazendo a maior gritaria no postinho, me xingando abeça, trouxeram presentes, comida e um monte de buquê de flores.

Ana Luíza: Pra que tanta flor gente?- falei rindo.

DG: A gente tinha guardado pro teu funeral pô.- encarei ele incrédula.- Estava marcado pra hoje parceira, a gente tinha que usar às flores de algum jeito né?- falou rindo.

Ana Luíza: Sério isso?- todo mundo negou.

Maysa: Tu ainda acredita no que esse palhaço fala Analu?- rir negando.

Pra eles tinham se passado um ano mas pra mim era como eu tivesse dormindo em um dia e acordado no outro.

Bom pelo o que a Nay me contou até agora e pelo o que eles falaram, vejo que poucas coisas mudaram por aqui, e no fim eu até me sinto um pouco aliviada de não ter perdido tantos momentos.

A única coisa que eu estava achando estranho e confesso que fiquei chateada, era porque o Henrique não estava aqui junto com eles e ninguém comentou nada dele também.

Ontem eu consegui ver nos olhos dele a felicidade de quando ele me viu acordada. E a Nay falou que ele passou a noite toda comigo mas até agora ele não apareceu por aqui.

O pessoal ficou comigo bastante tempo conversando, e só não ficaram mais porque uma enfermeira expulsou todo mundo.

Eu estava comendo com a ajuda da Nayara, e abriram a porta do quarto e quando eu olhei, era minha mãe e a tia Aline.

Elas correram pra me abraçar e foi aquele chororó de todos os lados né?

A gente ficou abraçadas longos minutos sem falar uma palavra se quer, e depois minha mãe começou a agradecer a Deus umas mil vezes por eu ter acordado.

Alice: Eu vou passar essa vida inteira agradecendo o Henrique e ainda sim não será suficiente.— olhei pra ela sem entender.— Ele foi o único que realmente não desistiu de você filha, ele foi o único que manteve às esperanças todo esse tempo que você iria acordar e voltar pra gente. Se não fosse ele filha, você não estava mais aqui.— começou a chorar.— Em pensar que eu quis desligar os aparelhos diversas vezes.

Aline: Calma irmã, isso não importa mais.— abraçou minha mãe.— O que importa é que a nossa menina está aqui com a gente.

Ana Luíza: Mãe se acalma, para de chorar.— puxei ela.