Quinze

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  Acordo com um estrondo alto, semelhante ao som de uma explosão. Assustada, saio da cama e manco até o vidro para ver se consigo ver algo, mas tudo na outra sala continua igual. Será só outra experiência da WWB?

  Outra explosão, mais alta que a primeira, me faz cair no chão. Essa foi mais perto, pois o barulho foi ensurdecedor. Em seguida um alarme dispara, informando a todos que há algo errado. Tapo os ouvidos, ainda no chão. Embora esteja escuro, consigo ver através do vidro, a porta de entrada da outra sala se abrir e um vulto passar por ela. Ele atravessa a sala trazendo uma arma nas mãos, o que me deixa apavorada o suficiente para me arrastar para o mais longe possível do vidro, até me esconder em um canto atrás da cama.

  De repente, escuto a porta de gelatina sendo aberta e me controlo para não gritar. O que o intruso quer aqui? Será que vai me machucar? Paro de respirar, torcendo para que ele pense que não há ninguém e vá embora. Um longo silêncio toma conta da situação. Ele já foi? Resolvo espiar e me arrependo no mesmo instante, pois sou notada. Volto a me espremer na parede, mas não adianta, o sujeito aparece na minha frente em questão de segundos. Ele usa uma máscara de couro preta que cobre o rosto inteiro, o que o torna ainda mais assustador.

  — Quem é vo-você? — pergunto, a voz trêmula.

  Ele não responde, mas segura meu braço e me puxa para cima, me fazendo ficar em pé. Quando me puxa novamente, acaba me obrigando a usar o pé torcido e não consigo conter o grunhido de dor. Ele para imediatamente e olha para o meu pé. Tenho a impressão de ouvi-lo suspirar, mas antes que eu possa processar tal coisa, ele me pega no colo e começa a me carregar. Não sei se fico mais calma ou mais desesperada quando sinto os braços familiares. Ele disse que só estava fazendo o seu trabalho, então por que está me levando assim no meio da noite? Não preciso ver seu rosto por trás da máscara para saber que é Jong Wook, mas eu gostaria de ver, gostaria de saber qual é sua expressão.

  Ele corre pelos corredores como se eu não pesasse nada. Não sei como consegue segurar a mim e a arma... Por que ele tem uma arma mesmo? De repente nos deparamos com vários seguranças correndo em nossa direção.

  — Você aí! Parado! — gritam eles, sacando suas armas também.

  Em um movimento rápido, Jong Wook dispara em cada um deles, os derrubando no chão. Me sinto aliviada ao notar que não são balas letais e sim algum tipo de tranquilizante. Agora entendi o porquê das armas, não é tão simples tirar alguém daqui.

  Jong Wook continua correndo. Cada vez que um segurança aparece meu coração para de bater, mas felizmente Jong Wook sempre consegue acertar primeiro. Ele é bom nisso, para o meu alívio. De repente nos deparamos com um elevador. Ele aperta o botão, mas a porta não abre.

  — Aish! — bufa, depois tenta várias vezes, mas não adianta.

  — Parados!

  Nós dois nos surpreendemos com a voz ameaçadora que ouvimos atrás de nós. Sinto Jong Wook estremecer, mas não por causa da possibilidade de levar um tiro. Quem dera fosse isso.

  — Solte-a, agora! — a voz está mais próxima agora e podemos ouvi-la nitidamente.

  Penso que meus ouvidos estão enganados. Não pode ser o que parece. Mas quando Jong Wook se vira para trás, comigo ainda nos braços, meus olhos se espantam com a confirmação: É ele.

  Meu rosto fica pálido com a figura de Jong Wook a alguns metros de nós, nos apontando uma arma. Meu corpo treme violentamente, enquanto um conflito de raciocínios faz meu cérebro bugar. Se Jong Wook está ali, quem é a pessoa que me tem nos braços? Encaro o ser de máscara, assombrada. O que está acontecendo?

PARADOXOOnde histórias criam vida. Descubra agora