dois

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— Bem-vindo à Malibu

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— Bem-vindo à Malibu. E aí, já quer esquecer da existência de Los Angeles e ficar aqui para sempre?

Luke olhou para Zack, que encarava as ruas lotadas pela alta temporada com uma expressão de enterro.

— É ensolarado. Demais.

Luke revirou os olhos diante do comentário.

— Assim como Los Angeles.

— Eu sei, mas não tô falando só do clima. Tô falando das pessoas. Por que todas estão tão felizes?

— Por que você parece tão infeliz? É Malibu, Zack! Se esse lugar não conseguir colocar um sorriso no seu rosto, nenhum outro vai.

— Eu era bastante sorridente no Alasca. Meus pais devem ter percebido isso e decidiram se mudar só para me contrariar.

— Se você não tivesse se mudado, a gente nunca teria se conhecido — Luke disse com um meio sorriso prepotente.

— E por que você acha que isso faz alguma grande diferença?

— Porque você ama a minha companhia. Que outra explicação teria para aceitar passar as férias de verão comigo e com a minha família?

Foi a vez de Zack revirar os olhos, daquele jeito exagerado e irritante que podia enlouquecer qualquer um, menos Luke. Ele se importava tanto com a rabugice do melhor amigo quanto se importava com, sei lá, a velocidade em que a Terra orbitava o Sol (107 mil quilômetros por hora, só para constar. Na verdade ele se importava um pouquinho sim com esse último, se não, não teria pesquisado aquilo às três da manhã enquanto assaltava a geladeira de casa).

— Larga de ser dramático, Zack. Anda, vamos levar nossas malas para dentro.

Luke praticamente pulou do carro preto, Zack o seguindo logo depois, bem menos animado. Sandra e Nicholas Mosheyev, pais de Luke, já estavam na calçada, auxiliando os homens que descarregavam dois caminhões cheios das coisas que eles tinham trazido de Los Angeles.

— Por que sua mãe trouxe um sofá? — Zack perguntou, semicerrando os olhos na direção dos carregadores. — Não vai me dizer que não tem sofás o suficiente nessa mansão enorme...

— Sei lá. Minha mãe tem um monte de manias. — Luke jogou a mochila que tinha seu notebook e uma quantidade anormal de HQs por sobre o ombro. Aquela era a única bagagem que ele não tinha colocado no porta-malas. — Dug, vem aqui.

O Old English Sheepdog tinha pulado do banco de trás do carro junto com os rapazes e já farejava cada centímetro da calçada. Ao ouvir seu nome, o cachorro grande e peludo ergueu a cabeça e foi saltitando até o dono, se jogando contra ele com força o suficiente para fazê-lo cambalear.

— Você devia prender o pelo dele — Zack disse, acariciando o cão atrás das orelhas. — Eu nunca vi os olhos desse cachorro. Como ele consegue enxergar alguma coisa?

Canto de MalibuOnde histórias criam vida. Descubra agora