doze

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Isla apertou o celular junto ao peito e fechou os olhos

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Isla apertou o celular junto ao peito e fechou os olhos. Ela podia ouvir seu coração bater acelerado, a respiração saindo em lufadas curtas.

- Pelo amor de Deus, Isla! É só uma mensagem!

Ela olhou para Lino, que estava sentado na beira do cais ao seu lado.

- Eu posso escrever se você quiser. - Ele fez menção de pegar o celular dela, mas Isla o tirou do seu alcance.

- Não! Eu faço. Já vou fazer.

Ela digitou sua senha e viu um nome aparecer na lista de contatos. Isla vinha encarando aquele mesmo nome por bastante tempo nos últimos dias.

- Sabe, talvez a gente não precise deles. Podemos nos virar - ela disse para Lino, amarelando outra vez.

- Isla, da última vez que a gente esteve em Malibu, você acabou virando uma garçonete de mentirinha e eu fiquei derretendo em um estacionamento sozinho por quarenta minutos. Nada teria dado certo se a gente não tivesse tido ajuda. O que te faz pensar que vai dar certo dessa vez?

Isla encolheu os ombros.

- Fé?

Lino ajeitou os óculos, respirou fundo e foi para cima dela.

Isla se afastou depressa, sua risada se misturando com o som das gaivotas e das ondas no cais da Ilha da Rocha.

- Você tem cinco segundos - Lino ameaçou.

- Tá bom, tá bom! Já entendi.

Deus, estava tão quente. Mesmo vestindo nada mais que um macaquinho verde e sandálias de dedinho. O nervosismo de Isla não ajudava nada a melhorar sua situação. Nem sua fome. Qual tinha sido a última vez que ela tinha comido? Devia estocar alguns mantimentos no barco da próxima vez que...

- Isla! - Lino chamou sua atenção, e ela respirou fundo, tentando se concentrar. Seus pensamentos estavam a mil por hora.

De uma vez, ela clicou no nome de Luke e digitou a mensagem mais ridícula do mundo:

Oi! Lembra de mim?

Antes que perdesse a coragem, clicou em enviar. Isla ficou olhando para as palavras na tela, pensando em como aquela frase curta parecia um recado de um psicopata stalker para sua próxima vítima, mas como sete dias completos tinham se passado desde a última vez que vira Luke e seus amigos, ela pensava que fazia sentido ele nem se lembrar mais dela.

Sério, por que ele se lembraria, aliás? Tinham conversado por algumas horas, se divertido juntos, mas só. Luke Mosheyev era rico, vivia em Carbon Beach e devia ter uma penca de amigos e atividades descoladas das quais fazia parte o dia inteiro. Ele estava passando as férias em Malibu, caramba. Provavelmente a única coisa capaz de lembrá-lo do que foi o melhor e mais importante dia da vida de Isla era uma mancha de limonada em uma das suas camisas de marca.

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