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Isla mergulhou no oceano, Lino logo atrás dela

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Isla mergulhou no oceano, Lino logo atrás dela. A água salgada parecia capaz de lavar tudo aquilo que ela não queria carregar, tudo aquilo que não queria pensar sobre.

Ela tinha atracado Apollo 18 no cais da ilha vinte minutos mais cedo e decidido ir até a praia para encobrir qualquer rastro de Malibu que estivesse carregando. A coisa mais comum do mundo em seus dias de folga era ser vista com Lino em uma praia da ilha, seu cabelo vermelho pingando e sal cristalizado no corpo. Então era aquilo que ela faria.

Isla abriu os olhos na água e viu a luz do sol nas correntes. Ela bateu as pernas e irrompeu até a superfície, enchendo os pulmões de ar.

— Eu e Luke vamos fingir que estamos juntos — ela disse para Lino de uma vez só. O amigo, que estava mais no raso com o rosto voltado para o sol, abriu apenas um olho.

— Como é que é?

— Eu sei que você ouviu.

Brevemente, Isla contou sobre a conversa que Luke e ela tinham tido na casa da árvore, sobre como ele precisava treinar para um campeonato de surfe e ela precisava cumprir a lista da mãe.

— A gente precisa um do outro — Isla resumiu, agitando os braços quando uma onda veio e tirou seus pés da areia. — Preciso de um guia para os lugares que ficam longe de Malibu, alguém que conheça o mundo lá fora, e Luke pode me ajudar contanto que os pais dele parem de vigiá-lo vinte e quatro horas por dia. Se ele fingir que tem uma namorada, o pai e a mãe não vão proibi-lo de sair para me ver. Luke vai fazer com que eles acreditem que desistiu dessa ideia de surfar.

— Isla, eu nem sei o que dizer sobre isso. — O amigo esfregou as mãos no rosto com força. — Um namoro de mentirinha? Com um Mosheyev? Parece algo difícil de se sustentar.

— O que foi? Você não acha que eu possa representar o papel de namorada simples de um cara podre de rico? — Isla abriu um sorrisinho enviesado, mas a verdade é que estava muito, muito, insegura com aquilo. — Existem umas mil comédias românticas com o mesmo tema! Posso dar uma estudada.

— Se você acha que esse é o jeito mais fácil de cumprir a lista da sua mãe, tudo bem — Lino disse. —Não vou entrar no meio gritando que essa é a ideia mais horrorosa que eu já ouvi.

— Bom, deve ter jeitos mais fáceis, mas eu... — Ela mordeu o lábio e olhou para a água. Para as suas unhas pintadas de lilás que ganhavam um tom mais vivo debaixo do mar. — Eu meio que quero ajudar ele também, sabe? E não quero deixar de ver os meninos.

— Você gosta mesmo deles?

— Um pouco, eu acho. — Então ela acrescentou depressa: — Não mais do que eu gosto de você, óbvio.

Lino riu e nadou até ela. A água que batia no pescoço de Isla mal chegava aos ombros do melhor amigo. Ele segurou a mão dela sobre a água.

— Só fique atenta, tá bem? — ele disse em um sussurro, os olhos escuros refletindo a luz dourada do pôr do sol. — Cuidado para não se machucar com tudo isso.

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