Thorment entrou no hospital, seu braço parecia que ia cair. Silent não era desastrado assim, foi uma grande falta de sorte. A serra quase o deixou sem braço.
Honest apareceu e o guiou para uma sala e começou a limpar em volta da camisa que Thorment segurava tentando parar o fluxo de sangue.
"Honest? Eu ainda estou..." Uma fêmea desconhecida entrou na sala, mas ao ver Thorment e seu braço foi logo lavando as mãos e agindo. Thorment estava sentindo tanta dor que quando ela o anestesiou, ele quase chorou de alívio.
"Vou ter de tirar isso. Não se preocupe, vou costurar bem rápido." Ela tirou a camisa embolada de cima do corte. Ela sorriu. Era muito bonita.
"Thorment, essa é a doutora Mônica. Está de visita na Reserva." Honest informou com um sorriso malicioso. A doutora estreitou os olhos para ele, o olhando com raiva, mas poderia ser o analgésico que ela lhe aplicou.
Todo o procedimento não demorou muito, ela era rápida e eficiente. Thorment porém estranhou o fato de que a doutora tocava em seu braço que estava bom. E não só no braço, no peito também. E ele estava cheio de analgésico, numa dosagem bem forte, então relaxou e aproveitou do toque das mãos da doutora lhe limpando o sangue do corpo. Ele fechou os olhos.
E não quis abrir quando os lábios da doutora substituíram as mãos. Ela lhe lambeu um mamilo, e lhe apertou o braço bom, alisou seus bíceps.
Será que havia alguma coisa naquele analgésico? Por que só podia ser uma alucinação. Ela continuou lambendo sua pele, ele encheu a mão com seus cabelos e a guiou até sua cintura. A doutora sei lá o que, ele não lembrava o nome dela, se ajoelhou, abriu seu zíper e libertou seu pau, Thorment não conseguia entender como ela podia estar fazendo aquilo, mas não tinha forças para pará-la.
"Mônica? Eu fiquei sabendo só..." A porta se abriu e um dos filhotes de Vengeance, ou ele ou o clone dele ou satanás, alguém interrompeu a doutora sei lá o que bem na hora em que ela ia colocar seu pau na boca.
"O que está acontecendo aqui?" Era Romulus. Ele era o fracote, Thorment daria um jeito nele se precisasse.
Mas a doutora se levantou de um pulo e se afastou de Thorment com os olhos arregalados. Thorment suspirou e fechou a calça, acomodando seu pai duro dentro dela dolorosamente.
"Eu não sei o que deu em mim. Eu só..." Romulus acenou.
"Tudo bem. Você disse que estava afim de mudar um pouco as coisas, eu entendo, desculpe interromper." E saiu.
Ela colocou o cabelo loiro para trás e falou meio sem jeito:
"Eu não sei o que foi isso, me desculpe." Ela olhava para o chão, mas sua excitação queimava no nariz de Thorment. Ele não ficava perto de fêmeas por isso. Não era tão fácil resistir quanto as pessoas pensavam. Um Nova Espécie celibatário era um sofredor.
"Eu também tenho de te pedir desculpas, eu não te impedi. Eu acho que fomos os dois atingidos de alguma forma pelos analgésicos."
"Não, não é assim que funciona. Você, tudo bem, mas eu não deveria me sentir diferente. Eu não sei mesmo o que deu em mim, vou ter de refazer meus passos." Ela estava séria. Era muito bonita, com olhos azuis lindos, e cabelos loiros bem claros e o cheiro dela era...
"Você é Nova Espécie? Felina?" Ele se aproximou e olhou nos olhos dela, a pupila alongada de gato estava lá. As feições marcadas também. Linda.
"Eu..."
"Doutora? Já terminou?" Honest apareceu na sala. Thorment não se lembrava de tê-lo visto sair.
Ela lhe tocou o braço, os pontos e fez um curativo por cima, coisa que pela experiência de Thorment ali, não era para ela, uma médica, fazer.
"Sim, está liberado..." Ela o olhou querendo saber seu nome
"Thorment." Ele disse, ela sorriu.
"Thorment. Está liberado." Ela ainda tocava seu braço, como se não quisesse tirar suas mãos dele. Ele não conseguia dar um passo para longe dela também.
"Smile Two engoliu uma chave, já preparei o raio X, mas você tem de fazer a requisição." Honest falava, mas os dois não tiravam os olhos um do outro. Thorment estava sentindo seu pau lutando para subir no espaço apertado da calça jeans.
"O quê?" Ela piscou. Ainda não tinha soltado o braço dele, alisou o antebraço e entrelaçou seus dedos aos dele.
"Doutora?" Thorment se aproximou mais. Ela era alta, atlética, com seios pequenos. Um botão de sua camisa branca estava solto, formando um decote que lhe deixava ver o meio de seus seios. Uma pequena parte, na verdade, mas já era muito para excitá-lo ainda mais.
Ela soltou sua mão. E fechou os olhos.
"Doutora, você está bem?" Honest perguntou e ela balançou a cabeça.
"Sim, estou. Raio X! Isso, vou fazer um raio X. Não em mim, em... Como é mesmo o nome do paciente?" Ela estava toda atrapalhada, o rosto corado, os olhos brilhantes.
Honest a guiou para fora da sala. Thorment pegou sua camisa suja e ia saindo quando encontrou Romulus na saída.
"Ela é uma ótima fêmea, Thorment. Se não quer nada sério com ela, não se aproxime." Ele disse e o olhou bem fixamente.
Thorment evocou uma cena do seu passado, quando era um filhote e lhe quebravam os braços. Romulus fechou os olhos.
"Pare!" Ele implorou.
"Pare você. Não fuce na minha mente, você não tem bolas para assistir meu passado. E a doutora e eu não somos da sua conta." Ele disse e saiu.
Do lado de fora respirou fundo. Que porra foi aquela? A doutora e ele? Isso não existia. Bom, tinha muito trabalho o esperando, aquela segunda era o primeiro dia sem Candid na fábrica. Sua vida perfeita lhe acenava, tudo voltaria ao normal.
Nada voltaria ao normal. Thorment pensou quando entrou em seu escritório e deu de cara com a humana mais bonita e cheirosa que ele jamais viu. Mulheres não eram permitidas na fábrica, isso era uma ordem absoluta ali. Justice a acompanhava. Ele teve de engolir em seco, pois ainda estava muito excitado devido ao analgésico. Será que era mesmo um analgésico? Foi Honest que preparou e entregou a doutora. Ele não confiava em Honest.
"Thorment, fiquei sabendo do acidente, tudo bem?" Justice perguntou e Thorment demorou para entender que Justice falava com ele.
"Sim, tudo bem."
"Essa é Cassandra Turner. Ela está procurando uma área de atuação para investir o dinheiro que ela herdou.
"Oi." Ela o cumprimentou.
"Eu só quero dar uma olhada aqui, foi Simple que me deu a idéia de vir conhecer. Se você não se importar, é claro." Ela baixou os olhos. Simple? Ele estaria querendo se intrometer na fábrica agora que Candid foi expulso? Justice o olhava com um olhar ansioso. Ele não estaria ali se não fosse importante. Thorment era totalmente grato a Justice pelo trabalho incansável dele para lhes proporcionar uma vida digna, uma vida melhor. Ele faria o que ele pedisse.
"Será uma honra lhe mostrar o que quiser conhecer, Cassandra." Ela baixou os olhos e ficou vermelha.
Justice disse:
"Ótimo! Ótimo, Thorment. É uma parceria importante entre nós e a empresa do pai da senhorita Turner. Eu preciso ir." Ele disse e saiu. Devia ter ficado, mas tudo bem. Thorment podia fazer isso. Era só mostrar o galpão e responder as perguntas bobas que ela com certeza faria.
"Por aqui." Ele esperou ela passar e o cheiro dela lhe atingiu novamente. Mas que droga de cheiro bom era aquele? Devia ser o analgésico.
Eles entraram no galpão e só então, Thorment se lembrou que era hora do almoço, o lugar estava vazio. Ela olhou em volta, o olhou e sorriu.
"É só isso? Só um galpão?" Ela perguntou. Parecia interessada.
"Sim. Produzimos cada móvel por vez. Cada etapa do corte, montagem, colagem e acabamento é feita pela mesma pessoa. O móvel é feito e entregue, então, não precisamos de muito espaço." Ele informou.
"Mas isso não torna a produção lenta? O tempo de entrega deve ser longo e vocês devem ter uma grande lista de espera."
"Não." Mentira. Meu Deus! Ela não era uma humana cabeça oca. Iria achar que eles eram amadores, ou pior que a fábrica era um hobby.
"Nós gostamos de criar peças únicas e nosso maior cliente somos nós mesmos." Ela acenou. Seus olhos azuis eram atentos, inteligentes. E lhe pareceram familiares.
"Bells trabalha aqui, não é?" Ela perguntou. Thorment acenou e reparou que o castanho dos cabelos dela era parecido com os cachinhos castanhos de Jewel. E os olhos também.
"Puta que pariu! Você é..." Como ele diria isso? Que ela era a matriz e Jewel era a clone?
"Sim. Eu sempre quis conhecê-la, mas não sabia como fazer isso sem que eles pensem que vim buscá-la."
"Você não pode buscá-la. Ela é uma pessoa, não te pertence. Se sua intenção ao vir aqui com essa desculpa idiota, é conversar com Bells, saiba que a jogarei daqui. Agora." Ele se aproximou, o cheiro dela atingiu em cheio e ele o inspirou enchendo seus pulmões, enquanto se aproximava dela e ela se afastava dando passos para trás. Até que a parede a impediu, ela parou,mas ele não. Thorment depois de quase vinte anos estava com seu corpo colado ao corpo de uma fêmea. E pela segunda vez no mesmo dia! Ela ainda tentou argumentar.
"Você não entendeu. Eu tenho curiosidade só isso. E tenho interesse em investir na fábrica, mas precisaria de dados." Thorment cheirou o pescoço dela de olhos fechados, e rosnou baixo, era tão bom! Seu pau ia rasgar a frente da calça em algum momento. Ela tocou o braço dele.
"Eu juro que não quero..." Ela começou a sussurrar, mas ele a interrompeu.
"Sabe o que eu quero?" Ele afastou o rosto para olhar naqueles olhos. Ela estava tão atingida quanto ele. Thorment deslizou a ponta do dedo pelos lábios delicados dela, ela os abriu um pouco.
"Thorment, está melhor? Eu fiquei preocupado." Silent apareceu. Thorment rosnou, mas se afastou dela. Silent parecia sem jeito.
"Me desculpe." Ela balançou a cabeça e sorriu se aproximando de Silent.
"Oi, sou Cassie. Vim conhecer a fábrica. Simple me indicou como uma forma segura de investir um pouco de dinheiro."
"Pra quê?" Ele perguntou. Na opinião de Thorment era uma boa pergunta. Ele perguntaria isso se o cheiro dela não o confundisse tanto.
"Para ganhar dinheiro." Ela olhou para Thorment, como se a pergunta de Silent fosse boba.
"Mas você já não tem dinheiro?" Thorment sentia sua mente se limpando. Ela não devia estar ali. Só podia estar o usando para chegar a Bells. E ele estava caindo como um pato.
"O trabalho vai recomeçar. Você deve ir." Ela parecia confusa, mas acenou.
"Como faço para chegar no hotel?"
"Eu te levo." Silent disse já saindo.
"Foi um prazer, senhor Thorment." Ela disse e saiu atrás de Silent.
Thorment se sentou. Por duas vezes, ele esteve perto de fêmeas,nas duas vezes, ele queria desesperadamente tocá-las. Havia algo errado.
O cheiro de Cassandra estava por toda parte, ele não poderia ficar ali. Tinha trago os livros para doar, então resolveu ir para a cidade. Abriu seu armário e trocou de camisa, tinha uma de mangas longas, que cobriria o curativo e saiu.
Na cidade, se dirigiu a livraria onde tinha comprado os livros e estacou quando entrou e o velhinho que sempre o atendia não estava lá e sim uma mulher jovem e bonita. Ele ficou parado no meio da loja como um idiota, até que resolveu sair.
"Posso ajudar?" A voz dela era calma e firme. Talvez Thorment tivesse imaginado coisas. Ela era uma funcionária da livraria, por que teria de ir embora?
"Eu trouxe esses livros. E gostaria de comprar mais." Ela pegou a sacola, retirou os livros e examinou cada um. Thorment cuidava muito bem dos livros que comprava, estavam como novos.
"Meu tio me falou de você. O Nova Espécie que gosta de romances água com açúcar. Chegou um bom lote deles, eu coloquei ali." Ela disse com um ar de superioridade que ele não entendeu.
"Alguma coisa contra romances leves?" Ele perguntou. Ela suspirou.
"Se gosta de histórias praticamente iguais com mocinhas idiotas que não se sabe por que se apaixonam por machos ridículos, é problema seu."
Ela era daquelas mulheres metidas a inteligentes. Thorment sorriu.
"Acho que o que te incomoda são as cenas quentes. Você não deve saber como é, então tem medo de ler." Thorment disse se aproximando do balcão. Ela até abriu as narinas de raiva. Thorment gostou disso.
"Típico de um homem que só pensa nas mulheres como um adorno, uma coisa para exibir e para transar. Acho que é você que tem medo de uma mulher inteligente."
"Por que eu teria medo de uma fêmea inteligente? Eu estou rodeado de fêmeas inteligentes, que fazem seu caminho no mundo. Médicas, oficiais, mecânica, empresárias e por aí vai. Todas muito bem servidas na cama. Acho que é a única diferença delas e você."
Ela suspirou.
"Essa é minha última chance antes do meu tio me pedir o apartamento em cima dessa livraria. Então, por favor, senhor. Escolha seus livros e eu lhe darei o desconto por esses aqui." Thorment acenou. Ela era bonita, mas ele era celibatário. Não devia nem ter conversado com ela. Sua vida voltou a ser perfeita, Candid estava fora da fábrica, não precisava de mais distração. Sem falar na doutora, que o intrigou e em Cassandra que ele quase beijou. Ele escolheu três livros e colocou no balcão.
Ela lhe falou o valor e ele estendeu uma nota de vinte dólares. Ela pegou e seus dedos se tocaram. Ela baixou os olhos, Thorment alisou seu polegar bem de leve. Havia algo ali, um ardor, um interesse.
Ele saiu bruscamente da livraria e resolveu que nunca voltaria ali. Enquanto dirigia o jipe de volta a Reserva, só podia pensar nos olhos dela, castanhos, meio bravos, mas com uma doçura escondida.
Na Reserva, foi pra casa. Se encontrasse outra fêmea, iria uivar.
E foi exatamente uma fêmea que o recebeu na entrada da sua cabana.
Thorment riu. Tinha se esquecido da fêmea mais importante: Chelsea.
Ela parecia um pouco melhor, estava deitada, mas limpa.
"Oi, querida. Cheguei mais cedo e trouxe outras histórias."
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THORMENT
FanfictionPara Thorment, compartilhar sexo era um prazer efêmero se se fosse considerar o enorme trabalho que as fêmeas tanto humanas quanto as Novas Espécies davam. Ele não tinha o mínimo de paciência ou vontade de acasalar, então abraçou o celibato com gost...