Thorment ia quebrar a cara daquele idiota! Devagar, desfrutando dos ossos dele se partindo e do macho chorando como uma filhotinha.
Ele disse que havia uma possibilidade forte de Marlena e ele voltarem seu relacionamento! Marlena não iria querer se relacionar com ele se Thorment o castrasse!
A porta da casa vazia onde ele estava foi aberta e tudo o que Thorment queria fazer com aquele idiota aflorou quando ele entrou na casa.
Ele rosnou e se abaixou em posição de ataque.
"Calma. Podemos lutar e eu te mandar para o hospital, ou podemos conversar. Como machos civilizados. Marlena não ia gostar se eu chutasse a sua bunda, então, estou disposto a conversar com você." O macho tinha um sério problema de auto estima elevada se pensava que seria capaz de mandar Thorment para o hospital.
"Por que voltou? Ela é minha agora!" Thorment rosnou as palavras.
"Eu senti falta de estar com ela. Eu só terminei por causa do filhote, ele não gostou de mim. Me disse isso várias vezes, nunca aceitou bem os meus presentes, e eu nunca soube lidar muito com filhotes, então, resolvi cortar nosso relacionamento. Mas ela é especial."
"Foda-se! Você perdeu a sua chance." Thorment se sentou no chão, o outro macho olhou a camada de poeira do chão e deve ter decidido não sujar a roupa impecável dele, ficou em pé. Marlena e Enrico conversavam, Thorment queria ouvir.
"Talvez. Mas o que pretende fazer? Como vai explicar ter quase morrido por outra fêmea?" Thorment o olhou, pensando se lhe dava alguma satisfação. Não devia nada a ele, mas talvez, ele pudesse ajudar.
"Falando a verdade. Eu fui lá matar o número Dois. A fêmea, dona da livraria, não tinha culpa se eu não o matei quando tive oportunidade." O macho acenou. Marlena estava falando do pai de Enrico e de como foi a gravidez dela. Os dois ficaram em silêncio.
Enrico então, pediu para irem embora e Marlena concordou. Puta merda! Ele tinha de ir falar com ela! Agora!
Mas o idiota se postou em frente a porta de saída.
"Calma! Entrar lá desesperado não ajuda em nada. Deixe para ir até ela a noite, quando o filhote estiver dormindo. Há dois quartos, ele já é crescido."
"Por que está me dizendo essas coisas.?" Thorment perguntou desconfiado.
"Por que acabou que estamos competindo. E se eu não te ajudar, não vai ter graça nenhuma. Você faz tudo errado." Thorment se levantou de um salto, fazendo levantar uma nuvem de poeira.
"Você deve ter algum problema na cabeça se acha que pode falar comigo desse jeito!" Thorment rosnou.
"Eu estou tentando ajudar, idiota! Ela disse que está apaixonada por você, e só vai saber se é amor ou não, se vocês ficarem juntos. Eu até acho que não, mas você tem de resolver essa confusão. Como vai fazer isso? Compartilhando sexo com ela até a exaustão? Isso não resolve o problema do filhote."
Ele tinha razão. Mas Candid disse que ia resolver o caso do filhote, e Deus o livrasse, ele acreditava em Candid.
Mas havia algo estranho naquele macho querendo ajudá-lo.
"Você a quer, ou não? Eu não consigo sequer pensar em alguém tocando-a. Que tipo de idiota é você?" Ele se encostou na parede e cruzou os braços. Ele era grande, quase do tamanho de Valiant. Era esquisito, usava um tanto de roupas naquele calor.
"Eu tinha dito que você não me chamaria de idiota uma terceira vez, mas estou com muita pena de você para te ensinar a não falar assim comigo. Marlena é especial. Eu não estou vinculado como você, eu quero uma vida simples, não ficar respirando o mesmo ar que uma fêmea, se você me entende. É como quando compartilhamos sexo com nossas fêmeas. Não nos importamos se elas estiveram com outros. É esse tipo de relacionamento que eu quero, embora, quando a tiver não vou permitir que ela seja tocada por outro." Thorment tinha de dar uma amostra do quão difícil seria aquele macho doido o machucar. Ele era muito convencido!
"Eu era celibatário. Antes, estive muito poucas vezes com nossas fêmeas. Mas não me interessa o que você quer, na verdade. Marlena é minha, coloque isso nessa sua cabeça."
"Bom, ela está pensando em ir embora, acho que nem eu ou você ficará com ela." Thorment sentiu um pouco de desespero aflorar. Ele tinha de fazer alguma coisa! Ele mexeu nos bolsos, estava sem seu telefone. O estômago roncou alto, estava sem comida, e sentiu uma tontura.
"Vamos para o refeitório? Você parece precisar de comida." Thorment acenou. Saíram e enquanto manobrava olhava para a casa de Marlena. Será que ela já iria embora?"
"Ela acabou de se mudar e disse que quer conversar com você. Não acho que ela vá sair daqui antes disso." Aquele macho achava que sabia de tudo! Mas Thorment tinha de comer e falar com Candid, então acenou e dirigiu até o refeitório.
Lá, ele dizimou uma grande quantidade de carne, estava mesmo com fome."
"Posso usar seu celular? Preciso falar com Candid." O macho estendeu o aparelho. Era pequeno, estranho.
"O que é isso?" Ele perguntou.
"O meu celular. É moderno, são assim agora, pequenos." O treco quase sumia nas mãos de Thorment.
Thorment discou o número do pestinha, que atendeu na mesma hora.
"Bestial?" Ele pensou que era o outro que estava chamando.
"Não, sou eu, Thorment. Marlena está pensando em ir embora da Reserva, por que o filhote se sente inferior a vocês. Dê um jeito nisso." Ele ia desligar quando o filhote perguntou:
"E o que eu ganho com isso?" Thorment quase engasgou. Esperava tudo de Candid, menos que ele não tivesse honra.
"Você disse que ajudaria. Eu saio da direção da fábrica se for o caso, mas pensei que você tivesse honra."
"Mas eu te ajudei. Arranjei um lugar para ficarem, não tenho culpa se você é tão idiota que saiu atrás de Noah."
Thorment suspirou. Candid só podia estar brincando.
"Candid. Vou falar só uma vez. Eu preciso da sua ajuda. A ajuda que você..." Ele não completou, o filhote o interrompeu:
"Ah! Agora sim. Você pedindo ajuda. Era isso que eu queria. Você parece pensar que é o meu chefe, eu não gosto disso. Agora, com você pedindo tão humildemente, eu ajudo. Onde você está?"
"No refeitório. Eu só vim comer agora. Eu vou na casa dela de noite, mas estou com medo dela ir embora agora."
"Ela não vai, pode deixar comigo." E ele desligou. Thorment não disfarçou o suspiro de alívio. Quando ele ficou tão dependente de Candid?
"Candid. É o que é calado?" Bestial perguntou quando Thorment devolveu o telefone.
"Sim, mas ele não é tão calado quanto eu gostaria." Bestial riu. Thorment o olhou feio.
" Não ria dele. Ou de mim." Thorment sentia que o dia não acabaria sem ele dar pelo menos um soco bem dado na boca petulante daquele macho.
"Ele é seu amigo. Bom pra você, eu ouvi dizer que a amizade deles é preciosa. Talvez assim você consiga acertar as coisas com Marlena." Thorment acenou. Mas não era amigo de Candid. Ele tinha muito poucos amigos, mas amigos valiosos.
"Eu vou falar com Slade, tenho coisas importantes para fazer. Espero que me coloque a par do andamento da história de vocês. E espero que você não magoe Marlena." Ele disse com olhos maus. Thorment não daria explicações a ele. Mas não disse nada e ele se foi. Na saída do refeitório, uma fêmea, das pequenas, o abordou, ele a abraçou apertado e beijou a bochecha dela. Outro macho veio e o cumprimentou. Ele devia ser bem considerado pelos outros, Thorment notou. Notou também que fazia muito tempo que não comia ali, anos até. Ele sempre pedia comida e entregavam, ele sempre comia sozinho num canto da fábrica. Era estranho pensar no quanto ele gostava da sua solidão, mas jogaria tudo para o alto por causa de Marlena.
Ele terminou de comer e ainda demorava muito para escurecer. Thorment achou a ideia de ir na casa de Marlena a noite boa, mas estava impaciente, louco para tocá-la. Achou melhor ir ver o que Candid aprontou na fábrica na ausência dele. Apesar de terem sido só cinco dias, ele não podia ter mudado nada nesse tempo.
Mas tinha! A fábrica estava fervilhando de pessoas. Humanos. Havia uma estrutura de ferro na entrada, alguns machos humanos estavam pendurados nela mexendo na parede, com máquinas de furar. Uma estrutura azul, igual as de uma loja estava sendo montada.
Thorment entrou e mais humanos andavam de um lado a outro. Nenhum dos trabalhadores Nova Espécie estavam lá. Thorment contou os dias, era domingo!
Ele andou pelos humanos, o cheiro deles incomodando seu nariz, até ver Candid estudando um papel junto de um trabalhador humano, o que devia estar no comando. Thorment rosnou. Filhote mentiroso!
Ele se aproximou, o humano o olhou com medo.
"É isso mesmo, Javier. Cuidado com a parte de cima. Pode ir." O humano acenou e se afastou.
"Que porra da parte de que você tem de me ajudar você não entendeu, Candid?" Thorment estava mais furioso com ele ali, parado, do que com todo aquele pandemônio que virou a sua fábrica.
"Desculpe?" Ele o olhou friamente e Thorment o examinou. Não era Candid, era Simple. A camisa era de um vermelho bem escuro, ele confundiu.
"Simple?" Thorment estreitou os olhos. O que ele fazia ali?
"Candid me pediu pra vir, ele disse que tinha de resolver algo para você." Ele se virou e pegou outro papel numa mesa ao lado.
"O que está fazendo aqui?" Thorment era o diretor ali, Candid não tinha o direito de sair e colocar outro em seu lugar, como se tomasse as decisões.
"Já disse e não vou repetir." Ele saiu andando ignorando Thorment. Era muita audácia! Thorment o segurou no braço com força, usando as garras. O filhote sorriu malvado.
"Você acabou de sair do hospital, quer voltar para lá?" Ele estava falando sério. Thorment era maior e mais forte, mas havia crueldade naquele filhote, algo que o fazia não querer mexer com ele. Sem falar em seu pai e pior: em Vengeance. Thorment levaria uma surra dos dois juntos se o tocasse.
"Eu não bato em filhotes mais fracos que eu, sorte sua." Ele sorriu totalmente certo de que era uma desculpa esfarrapada. Incomodou Thorment ao perceber o quanto ele e Candid eram parecidos. Todo mundo falava nisso, mas como não se relacionava com os três juntos, isso não importava, mas agora, era irritante. Conhecendo a veia inconsequente deles, o que os impedia de se passarem um pelo outro? Até o corte de cabelo deles estava igual.
"Talvez você tenha que conviver um pouco mais comigo do que com ele. Candid vai cursar psiquiatria, e eu administração, talvez seja melhor eu ficar aqui, no lugar dele.
Thorment imediatamente sentiu um vazio ao ouvir isso. Ele e Candid não se davam bem, mas não aceitaria aquele filhote frio e calculista ali.
"Não." E queria mesmo dizer isso.
O filhote sorriu, um sorriso convencido. Era como se Thorment dizer que não o queria ali fosse exatamente o que ele queria ouvir.
"Você é que sabe." Ele se afastou até um grupo de humanos que passavam alguma coisa branca na parede. Qual o problema com a madeira? Thorment gostava de olhar em volta e ver as paredes de madeira, da madeira que cresceu ali, que eles cortaram e trataram. Agora, o galpão da fábrica estava parecendo uma estrutura de alvenaria. Mas ele tinha coisas mais importantes para se preocupar.
Marlena.
Enrico.
Thorment tinha de criar algum tipo de laço com ele. Mas a única companhia de Thorment por anos foi Chelsea.
Chelsea. Thorment saiu da sua amada fábrica e entrou no jipe. Ele odiava mudanças, mas estava claro que não poderia lutar contra aquela.
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THORMENT
FanfictionPara Thorment, compartilhar sexo era um prazer efêmero se se fosse considerar o enorme trabalho que as fêmeas tanto humanas quanto as Novas Espécies davam. Ele não tinha o mínimo de paciência ou vontade de acasalar, então abraçou o celibato com gost...