Marlena esperou sentada na varanda da cabana por alguém aparecer e não demorou muito Candid parou um jipe na frente da cabana. Ela subiu no veículo e viu que ele estava sério, muito diferente do rapaz amistoso que ele sempre se mostrava.
"Thorment só pediu pra te buscar, o que aconteceu?" Ele perguntou e Marlena ponderou se deveria contar tudo para ele, afinal, ele era apenas uma criança super crescida.
"Ele recebeu uma ligação e saiu às pressas. Disse que um clone estava vigiando uma amiga dele." Ele não usou a palavra amiga, mas pareceu implícito para ela. Novas Espécies tinham amigas? E que tipo de amizade seria? Do tipo colorida?
Candid, em silêncio aumentou a velocidade e parou em frente a um galpão. Ela desceu do jipe, curiosa.
"A primeira coisa que vou fazer é construir uma fachada para esse lugar, aqui parece um barracão sem graça." Ele entrou e ela entrou atrás. Era uma grande área aberta, cheia de madeiras empilhadas por todos os cantos e algumas mesas onde Novas Espécies grandes e fortes martelavam, serravam e montavam coisas de madeira. Marlena estava na famosa fábrica. O trabalho não parou, na verdade apenas um ou outro ergueu os olhos do que estava fazendo, para logo voltar ao trabalho, como se ela não fosse ninguém. Isso, porém, não importou. Eles eram assim não por maldade, e ela era a intrusa ali.
Candid caminhou até onde um gigante loiro estava lixando uma grande prancha de madeira. Ele disse algo que Marlena não ouviu, o gigante parou e a olhou. Marlena se lembrou do menino loiro que foi apresentado a Enrico no dia em que chegou e constatou que só podia ser filho daquele Nova Espécie ali, eles eram iguais.
"Marlena, Silent vai levar você pra minha casa, eu tenho de ir atrás do Thorment. Você sabe o nome da cidade onde ele foi?" Ela balançou a cabeça.
"Ele disse que se cruzasse com o tal clone, ou voltaria todo quebrado ou..." Ela respirou fundo. Thorment era forte, muito forte. Ele voltaria, não ia pensar no pior.
"Calma, querida. Thorment é um imbecil por ir sozinho, mas é o filho da puta mais cruel daqui. Se tivesse que apostar, apostaria todo o meu dinheiro nele, tá bom?" Ela não se acalmou.
"Alguém sabe? Sabe qual a cidade que ele vai? Deve ser onde ele compra aqueles livros bobos." Ele disse olhando para os outros.
"Eu fui com ele comprar livros, ele pagou um pra minha mãe, ela gostou muito." Um Nova Espécie jovem disse se aproximando. Ele era igual aos dois que pararam o jipe de Candid quando ele levava Marlena para a cabana ao lado da de Thorment.
"E qual cidade é?" Candid perguntou, sua voz estava ansiosa.
"Eu não sei o nome, ele não disse." O rapaz deu de ombros e continuou varrendo o chão. Ele era um pouco parecido com Candid, seu cabelo era cheio, mas castanho, os olhos eram puxados e dourados, como os de Candid.
Simple e Honest entraram na fábrica e Candid suspirou aliviado.
"Candid, espero que seja importante, assim que Florest ver que eu saí, vai me encher o saco." Honest disse.
"Thorment foi encontrar Noah. Ele ligou para o tio V., mas eu quero ir também." Simple acenou concordando.
"E não sabe onde ele foi?"
"Não. Posso rastreá-lo, mas pouparia tempo se soubéssemos a cidade antes. Mas ninguém sabe qual é." Marlena torceu as mãos.
"O rastreie então, Candid, por favor, estou preocupada." Ele pediu. Candid encostou sua testa na dela.
"Sim, vamos encontrá-lo. Fique calma, tá bom?" A voz dele estava diferente, Marlena sentiu todo stress a deixando. Thorment voltaria logo, ela tinha que acreditar nisso.
Eles saíram.
O gigante, Silent, saiu do galpão e ela saiu atrás. Ele subiu num jipe, ela subiu também. Quando chegaram a casa de Tammy, ela agradeceu ao Nova Espécie e desceu.
"Marlena?" Ele chamou ela se virou.
"Sunny é amigo do Enrico, o que acha dele ir almoçar lá em casa?" Ele estava querendo ajudar, a ficar com Enrico, para que ela pudesse ficar esperando Thorment sem afligir seu menino. Era uma boa idéia.
"Boa idéia. Eu estou mais calma, mas enquanto Thorment não aparecer eu não vou sossegar. Obrigada."
"Ele está na aula de música?" Ela nem sabia que horas eram, mas acenou.
"Então, vou buscá-lo lá e levá-lo pra minha casa, tudo bem? Se ele não quiser, ele volta com Noble e Sheer." Ela sorriu. Ele era enorme, devia ser maior que todos ali, mas era um doce, a voz, o olhar, tudo nele exalava bondade.
"Obrigada, Silent." Ele sorriu. E era bonito, muito bonito, ela não pôde deixar de notar, os cabelos claros ondulados o rosto simétrico e perfeito. Os olhos diferentes, um azul, outro castanho, o deixavam ainda mais único.
Dentro da casa, Violet estava sentada no sofá, lendo.
"Oi, Lena." Ela sorriu e Marlena se sentou perto dela.
"Aconteceu alguma coisa?" Marlena devia estar com uma cara muito preocupada se ela notou. Violet pegou suas mãos, Marlena suspirou.
"Thorment. Ele saiu às pressas dizendo que ia se encontrar com um tal de clone. Ele disse que..." A voz falhou.
"Clone? Será o Noah?" Candid tinha usado esse nome quando contou aos irmãos que ia atrás de Thorment.
"Acho que sim. Eu não sei, ele disse que uma... Amiga, conhecida, sei lá. Ele saiu correndo." Ela se recostou no sofá. A cabeça estava dando voltas.
"Calma, Lena. Deite-se um pouco, respire fundo." Violet a ajudou a se deitar no sofá colocando a cabeça de Marlena em seu colo. A moça lhe acariciou os cabelos com delicadeza.
Tammy apareceu na sala e perguntou:
"Aconteceu alguma coisa?" Marlena se sentou e a outra mulher a abraçou.
"Thorment. Ele..." A cada minuto que passava, Marlena ficava mais nervosa.
"Thorment foi atrás de Noah, pelo que entendi." Tammy arregalou os olhos.
"Valiant!" Ela chamou. Não demorou muito Valiant entrava correndo na sala.
"Thorment foi atrás de Noah. Olha o estado de Marlena." Valiant se ajoelhou e ficou a frente de Marlena no sofá.
"Vou correndo chamar o pessoal e vamos atrás dele, não se preocupe, querida."
"Amor, viu os trigêmeos?" Ele perguntou se virando para Tammy.
"E você acha que eles estariam aonde, Valiant?" Tammy era esperta, sabia que eles não ficariam de fora numa coisa dessas.
"Vou ligar pra eles." Ele disse saindo da sala.
Marlena viu o livro que Violet lia e notou que era o que Thorment tinha lhe dado.
"Eles falaram alguma coisa sobre uma livraria..." Ela mexeu no livro e viu um marca página com o logo de uma livraria.
"Esse livro é seu?" Violet perguntou.
"Sim, Thorment me deu. Na verdade, eu peguei na sacola e comecei a folhear enquanto ele dirigia e quando fui devolver, quando ele parou aqui, ele me disse que ficasse pra mim. Acha que essa é a tal livraria?"
Violet ficou séria.
"Deve ser."
"Talvez seu pai possa me levar lá. Eu ficaria mais calma." Marlena estava uma pilha de nervos.
"Vou ligar para Simple. Você disse que ele queria saber onde era a livraria." Violet discou e esperou. Não demorou muito e ela suspirou de alívio.
"Sim? Eu sei o endereço da livraria, isso ajuda?" Ela esperou o irmão falar
"Um livro que ficou passeando por toda a casa. É da tal livraria. O marca página tem o endereço." Ela disse o endereço e até forneceu o número do telefone da loja.
"Marlena está muito nervosa, está querendo ir aí. Papai também está reunindo o pessoal para irem." Ela ouviu mais um pouco.
"Tá. Eu falo com ele. Cuidado, Sim." Ela desligou.
"Eles estavam seguindo o rastro de Thorment, mas foi bom saberem o lugar exato. Simple disse que você não deve sair daqui. Mas disse que eu desse o endereço para papai e os outros, como precaução. Volto já." Ela saiu correndo.
"Marlena?" Cassie apareceu descendo as escadas. A moça se sentou ao seu lado e segurou suas mãos.
"Suas mãos estão frias, o que foi?" Marlena não tinha ânimo de contar tudo de novo. Então só abraçou Cassie.
"Thorment. Ele está em perigo." Cassie retribuiu o abraço.
"Quer ir para seu quarto?"
Marlena olhou para fora, pelas grandes janelas da casa e fez que não.
"O jardim. Você fica comigo lá?" Cassie se levantou e as duas saíram para o lindo jardim de Tammy.
"Os trigêmeos também foram." Cassie parou.
Ela apertou as mãos de Marlena.
"Então, que tal rezarmos juntas?"

VOCÊ ESTÁ LENDO
THORMENT
FanfictionPara Thorment, compartilhar sexo era um prazer efêmero se se fosse considerar o enorme trabalho que as fêmeas tanto humanas quanto as Novas Espécies davam. Ele não tinha o mínimo de paciência ou vontade de acasalar, então abraçou o celibato com gost...