CAPÍTULO 10

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Cassie ajudou Tammy a preparar o almoço, juntamente com Violet. Daisy usou a desculpa de que ia estudar para escapar. A comida era simples, quase que só uma montanha de carne mal passada, batatas, cenouras e outros tubérculos cozidos, arroz e uma salada gigante com até algumas hortaliças que ela não conhecia.
"Nunca pensei bem no que vocês comem. Pensava que era só carne."
Ela observou. Violet sorriu.
"Nossa dieta tem de ser muito rica em proteínas, mas precisamos de vitaminas, carboidratos e etc. Eu adoro salada!"
"E não pense que ela e a irmã comem salada como as mulheres comem, o prato delas dá até medo. Elas fazem uma montanha tão grande que não dá pra vê-las." Tammy disse e Violet abriu um imenso sorriso.
Cassie sentiu inveja das florzinhas. E ficou um pouco triste.
"O que foi?"
"Minha mãe morreu no meu parto. Ela era doente, fraca. Meu pai queria um herdeiro, ela teve dois abortos antes de mim. E quando eu nasci, ela não resistiu. E meu pai ainda ficou possesso por eu ser menina. Eu sempre quis ter uma mãe. Minha avó foi incrível comigo, meu avô foi o meu referencial paterno, já que meu pai me deixou com eles, mas..." Ela sentiu uma lágrima rolando.
"Que tal se me chamar de mamãe? Tenho tantos filhos que uma a mais não vai fazer diferença. E Violet e Daisy adorariam uma irmã." Cassie arregalou os olhos e não soube o que dizer.
"E não é como se você e meu irmão não fossem se acertar. Mary é como uma irmã pra nós, eu e Daisy vamos adorar ter mais uma." Violet disse.
Cassie baixou os olhos.
"Ele foi tão frio essa manhã." Ela não conseguiu disfarçar o desânimo que sentiu.
"Você talvez deva chutar as bolas dele ao invés de quase perder o café da manhã se arrumando." Daisy apareceu na cozinha. Cassie ficou vermelha. Sua mãe olhou feio para ela.
"O quê? Se ela quer ser minha irmã, tem de se acostumar comigo. Eu ia gostar muito disso, aliás." Daisy disse.
Marlena entrou na cozinha, suas faces estavam vermelhas. Os meninos vieram a seguir, falando entusiasmados.
"Vão se lavar." Marlena mandou e eles foram rindo.
"Precisam de ajuda?"
"Pode me ajudar a pôr a mesa." Daisy disse e elas saíram abraçadas.
Cassie estava adorando esse dia, mesmo com a frieza que Simple a tratou.
O almoço foi ruidoso, a comida estava deliciosa. Cassie pensou que poderia se acostumar a fazer parte de uma família numerosa como aquela.
Depois do almoço, foi a vez dos rapazes limparem a mesa e lavarem a louça.
"Nós vamos ao zoológico, Cassie, quer ir? Eu não recomendo, lá é quente, tem cheiro de bichos e muitos mosquitos, mas talvez você queira conhecer." Daisy disse, dando de ombros. Cassie sorriu, mas antes que ela abrisse a boca, Daisy continuou:
"É, eu imaginava que ajudar na cozinha deixaria você cansada, é por isso que eu não gosto de cozinhar." Ela piscou.
"Ah, querida, realmente é muita coisa pra fazer, me desculpe ter te cansado." Tammy disse e, diferente de Daisy que parecia estar falando uma coisa e dizendo outra, ela estava sendo sincera.
Cassie ia dizer que não estava cansada, quando Sheer e Enrico vieram puxar Tammy para o jipe.
Daisy passou por ela e colocou algo no bolso do short que Cassie vestia.
Ela não sabia o que aquilo significava, mas resolveu confiar em Daisy e ficou na porta acenando, quando os jipes saíram.
Os trigêmeos tinham saído logo que o almoço acabou de qualquer forma. Eles escaparam de lavar a louça dizendo que lavariam a do jantar. Simple nem tinha olhado na direção dela.
Eles tinham cortado o cabelo bem rente a cabeça, Cassie meio que se assustou quando entrou na sala de jantar e os viu. Candid lhe sorriu, ela sorriu de volta, encantada por ainda continuarem muito bonitos. Embora os cabelos compridos deles, ruivos, cheios de mechas mais claras, fossem lindos, cortar os cabelos os deixaram mais velhos, mais maduros.
Ela subiu para seu quarto, pegou um livro que estava perdido pela casa, cada hora num lugar. A casa era grande, mas muito organizada, Cassie estranhou o livro estar fora do lugar. Segundo o papel que Daisy lhe tinha posto no bolso, era pra ela esperar no quarto delas, então abriu bem a enorme janela, respirou o ar perfumado com as flores do jardim dos fundos e se deitou para ler e esperar o que quer que fosse. Um sono, porém começou a forçar seus olhos para baixo. Ela tinha ficado muito excitada com o convite de Tammy, tanto que não dormiu direito na noite anterior. E, no almoço, ela exagerou um pouco, então, deixou seus olhos se fecharem.
Um toque leve nos lábios a fez abrir os olhos e dar com os de Simple, dourados e intensos.
"Eu poderia ficar o dia inteiro aqui, só olhando você dormir." Ele disse, seu rosto sério, como se isso fosse uma coisa ruim.
Cassie se sentou na cama, se recostando na cabeceira, ele colocou uma mão em cada lado de seu corpo e ficou muito próximo.
"Simple, por que está me tratando com tanta frieza? E o que significa isso? Por que está aqui, se no almoço, parecia nem ter percebido minha presença?"
Ele contraiu os lábios, num pequeno sorriso de lado, que não mudou em nada sua expressão solene.
"Você sabe quantos anos eu tenho?" Ele perguntou. Cassie não sabia. A idade dele nunca foi algo importante pra ela, Cassie sabia que ele devia ser mais novo, mas era mais alto que ela, com um corpo poderoso e com certeza muito mais inteligente que ela. Cassie balançou a cabeça, já com medo do que ele ia dizer. Enrico e Sheer brincavam juntos corriam e pulavam, mesmo que Enrico fosse bem maior. Enrico não seria um homem alto, enquanto Sheer com quase três anos era enorme. Três anos! O pai dele, Pride, era um gigante, assim como Noble, todos tão altos quanto Valiant.
"A sua idade não me importa, Simple. Meu problema é a sua frieza, não você ser mais novo que eu. Quando eu te conheci, eu..."
"Você estava doente. Muito doente. Agora, você tem toda a vida pela frente, tem dinheiro para viajar pelo mundo todo, para estudar, se profissionalizar. Não devia vir pra cá."
Se ele a esbofeteasse não doeria tanto.
Uma lágrima desceu pelo rosto dela, Cassie foi rejeitada pelo pai e agora por ele. Doía.
Ele enxugou a lágrima com o dedo, com carinho. Os olhos dele estavam cheios de pesar.
"Nove." Ele disse. Cassie ficou estática.
"Sou mais novo que Enrico. Ele já tem dez." Cassie abriu a boca, mas o que ela diria? Ela pensou que ele tivesse uns treze ou quatorze, o que ainda era muito pouco, mas nove?
"Vocês fazem algum teste de Qi? De idade mental, ou,sei lá, alguma coisa do tipo?" Ela estava começando a se desesperar.
Ele sorriu, é claro que sabia onde ela queria ir com a pergunta.
"Sim, o nosso é muito elevado, mas inteligência não tem nada a ver com maturidade." Ele, porém parecia um homem feito para ela.
"Sua mãe, ou o seu pai, se oporiam se a gente..." Ele riu, embora seu rosto continuasse sério.
"Por que acha que minha mãe te convidou?" Cassie ficou confusa. Se ela tivesse um filho de apenas nove anos, uma criança, a última coisa que ela faria seria colocar em sua casa, uma mulher que estivesse... Ela se recusava a admitir isso mas era um fato, que estivesse apaixonada por um menino de nove anos.
"Mas você não parece ter nove anos! Você é grande, é forte! Eu não consigo acreditar nisso!" Ela o olhou e ele sorriu triste.
"E sua mãe! Se você tem nove anos, ela não deveria ter me convidado!" Não, não deveria. Ela iria embora, iria ficar sozinha em sua casa, triste e desiludida. O pai quase não parava numa cidade só.
"Nós estamos saindo com fêmeas que... Bom, fêmeas que recebem para... Você sabe. Ela quase infartou quando soube, então, Candid lhe insinuou que eu e você tínhamos uma afeição um pelo outro, ela nem pensou duas vezes."
Candid? Ele lhe sorria, e seus olhos eram quentes, amistosos e afetuosos. Talvez ela se encantou pelo irmão errado.
"Por que Candid fez isso?" Ele se aproximou mais, seus olhos duros ficaram na linha dos dela. Cassie sentiu o coração disparar, ele estava muito perto.
Simple fechou os olhos e inspirou. Depois, ainda com os olhos fechados, cheirou o pescoço de Cassie e não satisfeito, o beijou. Cassie sentiu todo o corpo formigar.
"Posso te beijar? Um beijo, só isso. Depois, você se vai, vai viver sua vida, conhecer machos humanos, perder a virgindade, ir no cinema, na praia, ficar bêbada, dançar numa balada. Faça todas essas coisas por você, Cassie. Você merece ser feliz." Ela ia retrucar que nenhuma das coisas que ele disse tinham importância para ela, nada poderia ser melhor que estar ali, nos braços dele, mas Simple lhe tomou os lábios e seus pensamentos foram soterrados pelas emoções que os lábios dele, tocando os dela despertaram.
Foi uma avalanche de sensações. Seus lábios, seus dentes e presas, e a língua! Cassie o abraçou pelo pescoço forte e lhe tocou as costas, enquanto sua boca era assaltada. Ela queria sentir sua pele, então o tocou por baixo da camiseta vermelha e ele rosnou. A ajeitou, sem tirar a boca da dela, e quando viu, Cassie estava sob ele. O corpo poderoso dele por cima e ela não desperdiçaria essa oportunidade, pegou na barra da camisa e puxou pela cabeça dele. Ele deixou e voltou à boca dela, chupando seu lábio inferior.
"Agora tem de tirar a sua também." Ele sussurrou em seu ouvido antes de morder de leve o lóbulo. Cassie tiraria, tiraria tudo o que ele quisesse.
Ele puxou sua blusinha de alças e sorriu ao ver que o sutiã abria na frente. Ele o abriu e Cassie ficou feliz ao ver como seus olhos brilharam admirados para os seios dela. Não eram grandes, eram pequenos, mas os olhos dele mostravam que ele gostou do que viu.
"Ah, Cass! Você é tão linda!" Ele lhe rodeou o mamilo com a ponta do dedo. Cassie gemeu. Ela se lembrou que não estavam sozinhos, Noble, Honor e James não tinham ido ao zoológico.
Ele baixou a cabeça e sugou um seio, de leve, passando a língua sobre seu mamilo duro, como se o degustasse.
"Tão gostosa!" Ele sussurrou. "Posso te fazer gozar só fazendo isso, sabia?" Cassie estava com as costas arqueadas, segurando a cabeça dele contra seu peito, ele continuou, acariciando um seio com a mão, sugando e lambendo o outro de forma alternada. Do nada, parou.
Cassie abriu os olhos, os dele brilhavam como ouro líquido.
"Eu vou guardar a imagem de seu rosto corado na minha mente pelo resto da minha vida." Ele a beijou, um beijo totalmente diferente, quente, sedento. Simple lhe invadiu a boca com a língua, esfregou seus lábios nos dela, a incendiando.
Ele parou o beijo, num único movimento, lhe tirou o short e a calcinha. Cassie ficou nua. Ele ronronou. Era um som estranho, mas indicava que ele gostou do que viu.
"Abra as pernas pra mim, amor, abre bem." Ele sussurrou tão baixo que ela praticamente teve de ler os lábios dele. Obedeceu, é claro.
Simple lhe tocou o clitóris com o nariz, e inspirou forte.
"Esse cheiro..." Ele parecia estar sussurrando para si próprio. E a beijou. E chupou, e lambeu. Cassie estava enlouquecida com o que ele fazia em sua buceta. Ela sempre quis saber como era, mas nada a preparou para aquilo. A língua dele era áspera, Simple lhe lambia, vibrando a língua, Cassie sentia que ia explodir. Ele firmou seus quadris na cama, ela queria gozar, queria alívio, mas a língua dele a atormentava. Ora lhe chupava o clitóris, ora se esfregava nele, ora o lambia devagar. Cassie gemia, não se importando se os irmãos dele os ouviam. Era muita estimulação, sua língua não parava de vibrar contra seu clitóris, até simplesmente ver a cabeça raspada dele entre suas pernas era estimulante.
Ele soltou seus quadris, ela rebolou contra o rosto dele enquanto Simple lhe introduziu um dedo. Ela queria outra coisa, não um dedo, até que ele o mexeu, bem no mesmo momento em que prendia seu clitóris entre os lábios. Cassie gritou. O orgasmo veio a rasgando, ela poderia ter se partido no meio, tal a explosão de sensações que experimentou.
Ele a olhou nos olhos, ela sentia todo o corpo mole. Queria sorrir, dizer que o amava, mas não conseguia. Ela fechou os olhos, as sensações ainda reverberavam por seu corpo.
"Esse será nosso segredinho, Cassie. Só nosso. Não toque no assunto comigo, por que não vou responder, não fale comigo sobre isso, assim que eu passar daquela porta. Você não vai esquecer, mas também não vai falar nenhuma palavra sobre isso com ninguém." Os olhos dele brilhavam, estranhos, diferentes. Cassie assentiu com a cabeça.
"Posso dizer que eu amo você?" Ele suspirou.
"Não, amor, não pode." Ela aceitou, faria o que ele dissesse para fazer.
"Agora durma." Ela sorriu uma última vez, antes da escuridão chegar.

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