CAPÍTULO 25

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A tarde ia caindo, Marlena e Enrico tinham terminado de ajeitar tudo, embora agora depois da conversa deles, pareceu um pouco inútil todo aquele esforço.
Ela não queria ir embora, isso era um fato. Enrico não queria dividí-la com ninguém e por isso inventou essa história de se sentir inferior. Marlena precisava de ajuda, ela não sabia como convencê-lo a ficar ali sem magoá-lo.
Eles comeram o resto da comida que Bestial trouxe e foram assistir um filme. Enrico estava silencioso, Marlena achava que ele estava pensando nas implicações de saírem dali. Com certeza pensava na falta que sentiria dos seus amigos. Marlena, por outro lado, pensava nas implicações financeiras. Enrico era muito novo, era inteligente, mas não sabia que as condições financeiras deles não eram as ideais. Marlena juntou dinheiro, mas fora da Reserva ou de Homeland esse dinheiro rapidamente se esgotaria. Havia a escola, a distância, que era paga pelos Novas Espécies. Ele talvez não entendesse o quanto seria difícil voltarem para o 'mundo dos humanos', como se dizia ali.
"Filho? Você não vai sentir saudade? De ninguém?" Ela começou o assunto.
Enrico baixou a cabeça. Marlena pensava que ele devia estar muito machucado internamente para ser capaz de deixar seus amigos, mudar sua vida, apenas por que não queria que ela se relacionasse com um homem.
"Eu vou, mamãe. Eu vou sentir muita falta, mas..." Ele se levantou e foi para a janela. Havia uma casa a frente, mas atrás dessa casa, se via uma imensa área verde.
"E sabe que mesmo se estivermos morando lá fora, longe daqui e dos seus amigos, eu ainda posso encontrar alguém e me casar, não é?" Marlena se odiou por dizer isso, mas era verdade. Uma meia verdade, no caso. Ela estava apaixonada por Thorment e a cada hora que passava, queria ir atrás dele. Ela não tinha forças para sair dali, então tinha de desencorajar Enrico.
Seu filho a olhou, seus olhos castanhos estavam irados, e ela se encolheu. Enrico era doce, mas voluntarioso. Marlena tentava a todo custo não desatar a veia rebelde que ela sabia que ele tinha.
"Eu não sou suficiente? Nunca vou ser, não é? Sempre serei o segundo na sua vida!" Ele correu para o quarto.
Marlena não teve forças para ir atrás dele. Era tudo culpa dela, na primeira vez que Luis levantou a mão para seu filho, ela devia ter ido embora, mas ficou. Ela passou um tempo em abrigos, antes de ir morar com sua tia Esther, passou fome e frio, ela não queria isso para o filho, ele tinha tudo o que uma criança poderia querer quando moravam com Luis. E agora, Marlena colhia o resultado de sua covardia por não ter ido embora, não ter saído daquele relacionamento abusivo, por medo das adversidades que teria sozinha, sem casa, sem emprego e com um filho pequeno.
Ela se sentou no sofá, a tv continuava, o filme estava no meio, era um filme infantil, ela assistiu tentando ficar um pouco de tempo sem pensar em tudo que estava acontecendo em sua vida.
Uma batida na porta a surpreendeu. Seria Thorment? Enrico saiu do quarto e foi para a sala.
Marlena abriu e deu com um dos trigêmeos e um dos gêmeos sorrindo a frente da porta. O trigêmeo estava de azul, então era Candid. O gêmeo sorria, um sorriso doce e encantador, então devia ser Joseph. O sorriso de James era frio.
Ela abriu mais a porta e eles entraram, enchendo a pequena sala com seu tamanho grande. Joseph era só um pouco maior que Candid e os dois eram muito fortes.
"Boa noite. Enrico, viemos te oferecer um emprego. O que acha?" Enrico arregalou os olhos e sorriu.
"Sério? E vou receber quanto?" Ele perguntou.
"Eu falei com o tio Slade, ele vai te pagar meio salário." Candid disse, seus olhos atentos.
"Se aceitar, será meu auxiliar. Você gosta de computadores, não é?" Ele gostava, mas era muito novo!
"Candid, ele não é muito novo?" Candid sorriu.
"Idade não é algo determinante aqui, Marlena. Ele vai trabalhar durante duas horas, auxiliando Joe. Se não der certo, não tem problema, é só ele dizer e acabamos com tudo." Marlena abriu a boca, aquilo era muito estranho.
"E o mais legal é que seu posto de trabalho será na fábrica de móveis, vai ficar às ordens de Simple."
Enrico parou de sorrir. Ele adorava Candid e Honest, mas Simple era um pouco distante, meio sério.
"Mas não vou trabalhar com Joe?" Ele perguntou e Joseph sorriu.
"Eu e James somos os gestores de todo o funcionamento interno da Reserva. A fábrica, sempre operou sem infraestrutura lógica, mas agora, Simple e Candid vão integrá-la a rede. Então os processos administrativos serão operados junto com todos os outros, e eu sou o supervisor." Ele explicou.
Duas horas por dia, por meio salário! Marlena estava entre animada e preocupada. Se ele não desse conta, ficaria arrasado. Mas o sorriso no rosto dele fazia valer a pena. E ele estaria em contato com Thorment, talvez eles se dessem bem no fim das contas.
"Obrigada, Candid, obrigada, Joseph! Se vocês soubessem o quanto estão ajudando!" Marlena não conseguia parar de sorrir.
"Só tem uma coisa." Joseph disse, muito sério. Marlena acenou. Faria qualquer coisa.
"Tem de parar de me chamar de Joseph. Só Joe, por favor." Ele sorriu. Marlena e Enrico riram.
"Eu disse a você que podia, lembra, mamãe?" Enrico disse, muito animado.
"Bom, então, já vamos. A fábrica está em reforma, ainda deve demorar uma semana pra ficar tudo pronto, então, espere a convocação de Simple, tudo bem?" Joe perguntou, Enrico assentiu, muito sério, assumindo um ar profissional, pelo menos o que ele imaginava que era um ar profissional.
"E que tal ir lá pra casa? Brincar com Sheer?" Enrico abandonou todo o ar sério, e olhou para Marlena com um sorriso e os olhos suplicantes.
"Posso?" Ela sorriu. Se havia alguma dúvida de que ele mentiu quando disse que se sentia inferior aos outros, essa dúvida caiu por terra. Marlena o abraçou.
"Claro que pode, querido!" Ele correu para o quarto, e não demorou saía pela porta com uma sacola nas mãos.
"Escova de dentes?" Ela perguntou.
"Está tudo aqui, mamãe!" Ele a beijou e subiu no jipe com Joe. Candid ficou para trás.
"Thorment pode vir?" Ele perguntou baixinho. Ela sorriu enquanto assentia. Candid entrou no jipe e partiram.
Marlena suspirou. Enrico era sua prioridade, mas Thorment estava bem entranhado em seu coração. Ela nem o conhecia direito, ele era muito calado, mas seu coração estava disparado apenas pela expectativa dele aparecer.
Ela tomou outro banho, vestiu uma camisola de algodão, era uma lástima que não tinha nada mais sensual, penteou os cabelos e esperou.
Não demorou muito e bateram na porta. Ela abriu e ele estava lá, os cabelos compridos presos num coque o que o deixou ainda mais bonito. Ele sorriu e ela quase se derreteu ali mesmo, porém um latido a fez prestar atenção no que ele carregava.
Um cachorro. Um filhote peludo, o pêlo brilhante preto, branco e marrom. Ele latiu e rosnou para Marlena. Ela riu.
"Esse é o Cupcake. Ele já tem nome, foi  Blade que o nomeou. Acha que Enrico irá gostar?" Ele colocou o filhote no chão, ele correu pela casa latindo.
"Blade disse que ele vai ficar grande, espero que isso não seja um problema." Marlena ainda estava tocada com a sensibilidade dele por querer agradar seu filho, então, deu de ombros.
"Não, não tem problema. Só que Enrico não está aqui, ele está na casa de Candid." Thorment acenou.
"Eu trouxe tudo o que ele vai precisar, inclusive uma casinha. Ele apontou a traseira do jipe lotada de coisas. Uma casinha branca com telhado vermelho chamou a atenção de Marlena.
"Então, vamos trazer tudo para dentro." Ele acenou. Cupcake se deitou no sofá e latiu. Ele era encantador.
Ele descarregou tudo, havia até mesmo um grande saco de ração, que Marlena decidiu colocar na área de serviço da casa. A casinha ficou na varanda. Thorment jogou um frango de borracha para o cão e ele ficou um bom tempo mordendo o brinquedo e fazendo barulho, eles riram.
"Chelsea mastigou muita coisa da minha cabana até eu perceber que bastava dar um brinquedo para ela." Ele disse, os olhos meio tristes.
"Eu sinto muito, Thorment. Candid dormiu com ela quando pareceu que ela estava no fim, e realmente foi a última noite dela. Os trigêmeos a enterraram e disseram que plantaram um jardim em sua sepultura. Eu achei muito doce da parte deles." Ele assentiu.
"Ela viveu muito mais tempo que uma cadela da raça dela vive. Eu permiti que ela tivesse duas crias antes de castrá-la, Cupcake é descendente dela." Marlena e Thorment se sentaram no sofá e Cupcake se deitou no colo dele, que lhe coçou a barriguinha. O cão suspirou.
"Candid esteve aqui, veio oferecer emprego a Enrico." Marlena contou.
"Sério?" Ele perguntou.
"Sim, disseram que ele poderia trabalhar na fábrica, como ajudante de Simple." Thorment se recostou no sofá e suspirou.
"É claro que disseram." Ele olhou para ela.
"E Enrico?" Ele a olhava ansioso.
"Ele adorou a idéia! Candid disse que ele vai trabalhar duas horas por dia e vai receber meio salário. Slade vai pagar."
"Slade?" Ele parecia confuso.
"Sim, foi o que disseram." Ele acenou. O cachorrinho fechou os olhos e Thorment se levantou do sofá e o colocou em sua casinha, que trouxe para a sala.
"Tem de mostrar a ele que esse é o lugar onde ele dorme. A casinha é leve, pode colocá-la no quarto de Enrico se ele quiser, mas Cupcake deve dormir nela, ok? Vou construir uma cerca em volta da casa e ele poderá correr." Ele disse. Marlena sorriu.
"Obrigada."
"Não precisa agradecer. Agora, posso te mostrar o quanto estou com saudade?" Ele se levantou e estendeu a mão, que Marlena logo entrelaçou com a dela.
"Pode." Foram para o quarto e se sentaram na cama, Thorment lhe tocando o rosto com as pontas dos dedos.
"Tão macia, tão suave, tão linda!" Ele continuou lhe acariciando o rosto, os olhos prendendo os dela. O beijo começou com delicadeza, lento e reverente. Thorment parecia querer mostrar o quanto ela era preciosa e isso a tocava no fundo do coração. Ela estava apaixonada, totalmente apaixonada.
Ele aprofundou o beijo, aquecendo as coisas, mordendo seu lábio inferior, invadindo a boca dela com a língua. Marlena lhe tocou o cabelo, desfazendo o coque e enfiando os dedos naquela massa de fios macios. Ele rosnou. Ela adorava quando ele rosnava, mostrando que estava excitado. E por falar em excitação, Marlena lhe tocou o peito amplo, o abdômen e por fim, seu membro preso dentro da calça jeans. Ele se afastou e retirou toda a roupa, Marlena também retirou a camisola e a calcinha. Ela se deitou bem no meio da cama e abriu as pernas. Thorment segurou seu pênis na mão e o alisou enquanto a olhava se tocar. Marlena não tirava os olhos dele, de seu corpo de sua mão subindo e descendo por todo o comprimento delicioso de seu pênis grosso. Ele aumentou o ritmo, ela também, mas ele gozou primeiro, seu sêmen caindo no chão a grande distância. Ele subiu na cama e a beijou no meio das pernas, retirando a mão dela de lá e a substituindo por sua língua. Marlena gritou, duas lambidas longas com a língua áspera dele e estava gozando. Thorment continuou chupando seu clitóris super sensível até ela gozar uma segunda vez. Daí a beijou na boca, enquanto a penetrava com um movimento firme, a esticando com seu grande pênis duro. Marlena suspirou. Ele se moveu devagar, apreciando o corpo dela com as mãos e a boca, até que aumentou o ritmo, entrando e saindo com loucura. Ele lhe beijou o pescoço, bem acima de sua pulsação e segurou seus seios apertando os mamilos. O clímax veio rasgando, lhe tirando toda a noção da realidade. Thorment a beijou na ponta do nariz e suspirou.
"Eu te amo tanto, Marlena. Tanto que me pergunto como pude viver tanto tempo sem te conhecer. Eu estava meio morto, minha vida era boa, não nego, mas agora, não consigo imaginar minha vida sem você."
"Eu também amo você, Thorment. Muito, demais. Mas precisamos conversar." Ela disse, quase não querendo dizer, querendo fingir que a vida dos dois estava resumida àquele quarto, àquela cama.
"Amanhã. Ainda estou com muita saudade." Ele disse e lhe tomou a boca.

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