10- Wonderland.

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Seus olhos não mentem, consigo te decifrar
Que de repente o que você sente
Não o pode evitar

– Tu Luz, CNCO.


06 de Novembro de 2022.

Cheryl bufa, batendo a caneta repetidas vezes na mesa causando um pequeno barulho irritante para seus ouvidos, mas que não a fez parar. Sua cabeça girava e seu cérebro parecia querer sair da sua caixa craniana e sair correndo como um louco, cansado de ver e calcular tantos números.

Odiava fazer a parte administrativa do restaurante, simplesmente tinha vontade de largar tudo e chorar de desespero ao fazer contas e mais contas dos gastos de todos os meses. Não que ela não fosse preparada para tal, também cursou administração e sempre foi boa em matemática na escola, mas ela gostava de estar lá embaixo. Na cozinha onde era o seu lugar.

Uma batida na porta a fez levantar a cabeça e arrumar seus cabelos em um coque desajeitado no topo de sua cabeça, mandando entrar em seguida. Uma Penélope sorridente atravessou a porta e a fechou, olhando ao redor e se senta na cadeira de frente a filha que arruma os papéis em cima da mesa.

— Você está horrível hoje, querida. – A ruiva mais velha fala em seu francês perfeito, elas quase nunca falavam em inglês quando estavam sozinhas. Cheryl a olhou carrancuda, arrancando uma risada gostosa da mais velha. — Você está bem?

— Apenas cansada, mãe. – Suspira, encostando suas costas na poltrona confortável enquanto brincava com a caneta em suas mãos. — Odeio essa parte estúpida da administração, eu devia contratar alguém para fazer isso por mim.

— Nem você acredita que vai fazer isso. – Penélope responde e elas dão risadas. Cheryl balança a cabeça e dar de ombros. Ela, de fato, não deixaria seu restaurante nas mãos de qualquer um. — Enfim, dei uma passadinha ali no salão e como estava por perto, resolvi fazer uma visita.

— E posso saber o motivo? – A chef ergue a sobrancelha e Penélope coloca a mão de unhas muito bem feitas em vermelho no peito, como se estivesse ofendida.

— Não posso mais visitar a minha amada filha, de quem eu não vejo com tanta frequência? – Penélope pergunta e Cheryl revira seus olhos com um sorriso no rosto, mexendo distraída em sua aliança de casamento banhada a ouro rosé. Sorriu fraco ao se lembrar da negra, sentia sua falta e mal podia esperar pela hora de ir embora para casa.

— Desembucha, Penélope. – Cheryl fala brincalhona e a francesa mais velha a repreende com o olhar, antes de balançar suas mãos e sorrir largo.

— Vou fazer um jantar e quero você, a sua esposa e seu filho presentes hoje à noite. – Cheryl franze o rosto e inclina a cabeça para o lado, olhado fixamente para o rosto da mulher que sorria animada e ansiosa, mas faz uma careta ao perceber estar sendo observada. — O que foi agora?

— Você está estranha... – Cheryl fala baixinho e se inclina, apoiando os cotovelos na mesa e olhando a ruiva mais velha de perto. Penélope desviou o olhar e cora em suas bochechas, olhando em todos os cantos do escritório da filha. — Por que esse jantar de repente?

— Certo, certo... você me pegou. – Suspira e encolhe seus ombros timidamente. — Quero apresentar uma pessoa para você e o seu irmão.

Cheryl a olha surpresa e em seguida abre um sorriso largo. Fazia anos que seu pai já havia falecido, foi na época em que ela tinha acabado de se mudar para New York para fazer faculdade quando recebeu a notícia de que seu pai havia sofrido de um ataque cardíaco. O baque de perder o homem foi duro para si durante todo o período da faculdade, graças a Toni, ela conseguiu se recuperar mas ainda sentia seu coração quebrar ao lembrar-se de todos os momentos bons que o homem perdeu de sua vida.

The Story Of Us. [CHONI] (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora