Pessoal, sei que estou em falta com vocês, mas estou retornando a continuar a história, eu tinha isso escrito aqui, vou postar, é pouco, espero que gostem, acredito que o rumo da história vá mudar um pouco.
Nada poderia fazer mais sentido agora do que viver o presente. Eu vivi tanto tempo rodeada das nossas lembranças, em função dessas lembranças, ora lembranças saborosas, ora lembranças dolorosas. E não deixavam de ser isso, lembranças. Agora eu estava aqui com ela, diante de mim, do meu alcance, do meu toque. Era a mesma pessoa mas era tudo tão novo e diferente, era uma outra pessoa. Diferente de tudo, diferente de você ter vivido uma paixão avassaladora quando é jovem e reencontrar seu amor depois de tantos anos, porque neste caso permaneciam lembranças dos dois lados.
Entre eu e Aster era novo, atípico, era eu ter as lembranças e ela não.
E quando esses pensamentos saudosistas me invadem novamente, eu só consigo pensar em que momento ela pôde sentir essas emoções por mim. Logo eu, o que ela viu em mim? Eu sei o quanto posso estar sendo dura comigo mesma, que eu deveria pegar leve, que não deixa de ser um auto insulto me jogar para baixo assim mas, é que Aster estar em outro escalão, é como se você pudesse estar em um saguão com dezenas de pessoas e mesmo assim ela se destacaria no meio da multidão, sua beleza reluz de longe.
Era uma entre um milhão. Era luz na escuridão, era a água no deserto. Dentre tantas coisas belas ela era a mais bela. E era minha. Toda minha. E eu...dela.
Como você se vê daqui uns anos? – Eu perguntei a ela quando estávamos deitadas novamente ali naquela grama próxima ao lago, ela fazia desenhos suaves com o indicador sobre a minha barriga mas parou e me fitou quando perguntei – Hm... – Ela franziu a testa como se não tivesse pensado nisso antes - ...Feliz?! – Ela disse soltando um sorriso alto preso. Eu nada disse mas fiquei pensando em como aquilo era simplesmente o desejo de qualquer pessoa no mundo, eu acho. Ela não disse nada específico, apenas a felicidade. Como aquilo é de tamanha importância para ela que foi a única coisa que ela talvez tenha realmente cogitado? Será que ela foi infeliz todos estes anos ou nunca realmente soube como foi estar bem em algum momento -... Feliz...ao seu lado. – De repente ela complementou a resposta enquanto eu vagava por minhas ideias sobre a sua resposta anterior e, eu não sabia se era para me satisfazer ou se era realmente seu desejo, nos fitamos e ela parecia meio acanhada se aquilo era o certo a ser dito - ...Ao seu lado, apenas estar ao seu lado. – E você? – Ela me devolveu rapidamente e não pensei muito em dizer – Fazendo você feliz. – Ela ensaiou dizer algo mas só me fitou, um olhar perturbadoramente insinuante, eu poderia sugerir que haveria ali por diante uma competição para ver quem seria a mais piegas. – Eu vou mais, eu vejo nós, daqui uns 20 anos, viajando mundo afora, passando um tempo no Caribe, desvendando minha ancestralidade em Huzhou na China, conhecendo a África, velejando por aí... – Ela começou a gargalhar e eu não me contive com isso e também ri, demos um longo selinho e ficamos nos fitando – Eu estou falando sério. – Eu sei! – Dissemos sussurrando, ela voltou a deitar sobre meu peito e acariciar da mesma forma minha barriga – Eu só me vejo assim dessa forma, seja onde for, quando for, daqui uns anos e pelos restos dos meus dias. – Assim? – Eu questionei querendo ser mais paparicada – Assim, com você, de preferência dessa forma como estamos, eu não preciso de mais nada, eu dou a volta ao mundo e ao mesmo tempo estou em casa deitada assim sobre seu peito. É como mergulhar um oceano adentro e desvendar as criaturas marítimas desconhecidas de qualquer cientista, de qualquer enciclopédia, naquela imensidão obscura das águas, ir no mais profundo escuro e silencioso como se fosse possível chegar ao centro da terra, ao núcleo de tudo, ou como ir ao céu e poder caminhar sobre as nuvens, como se o sol estivesse tão perto e quente que eu pudesse tocá-lo. - Eu jamais conseguiria competir com a Aster, ela conseguiria sempre me superar em ser piegas, só puxei mais seu corpo junto ao meu, meu corpo teria que dizer o que as palavras não conseguiriam.
Imaginei algumas coisas sobre o final de semana quando saí cedo de Nova Iorque no sábado e tudo ocorreu de uma forma totalmente inversa. Antes que surja a dúvida em vocês, eu e Aster não tivemos "o" momento, acho que estamos passando por uma fase de tantas novas descobertas, novas emoções, de nos "conhecermos", tivemos alguns momentos mais quentes mas ...Eu tratava de controlar meus impulsos, contornar certas situações, eu precisava entender que aquilo ainda era uma "primeira" experiência para ela, mesmo que não fosse. De certa forma me aguçava a viver como se fosse a primeira vez. Atiçava a fazer desses momentos, os momentos mais especiais. Como eu pude concluir que, apesar do desapontamento dela assumir para mim que não tem tanta vontade de saber sobre nosso passado, eu poderia reviver algumas coisas com ela como se fossem a primeira vez e sua reação seria completamente inesperada, diferente, surpreendente, nova. E era caótico que eu poderia viver uma primeira vez pela segunda vez, talvez capturar mais ainda cada reação dela, e aquilo me incitava.
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The Half Of It - A História Continua
FanfictionOlá pessoas leitoras! Eu tinha uma ideia e então durante o percurso ela foi mudada, assim como as diversas coisas mudam durante o nosso trajeto. Essa estória tem um final feliz (?) que gostaríamos de ter visto? Acredito que sim, mas ela pode e está...