MARIA (8) O que viram não esquecem jamais.

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Nossos gritos e choros se cessaram.
Pensaram que estávamos, finalmente, desvanecidos.
Os dois adultos, que deveriam carregar, ambos, os sinônimos de progenitores, grunhiram como porcos sendo capados ao vislumbrar a imagem que estava instalada em meu quarto.
O recém-nascido soltava apenas alguns chiados, pareciam ronronados.
Olhavam a cena e tinham reações diversas.
Lobrigaram os lábios de Tótu, sugando o meu ensaio de seio em crescimento.
"Que imoralidade é essa?"
Foi a única coisa que pai conseguiu dizer após os longos minutos de inércia que tiveram.
Tentavam entender o que escarnavam.
A mãe afirmou em retirada.
"Que nojento, isso sim!"
Com o chicote em punho, o pai ergueu-o acima da cabeça e ameaçou-me.
"Ou ocê pára com isso, ou vai sentí os vergão no lombo que um coro curado e trançado é capaz de fazê."
Foi contundente.
Eu também!
"Sou dona do meu corpo. Se quiser vou saciar todas as necessidades de Tótu."
O pai não esperava palavra nenhuma saindo da minha boca, apenas a aceitação da coça que eu ia receber.
Baixou o chicote sem reação.
Ao ouvir que desafiei o "Tôro Tontonho", a mãe parou o caminho que fazia em direção ao quarto e voltou, de costas, para presenciar a reação natural dele.
Ao se deparar com o marido com as mãos, fechadas segurando o objeto de tortura na altura da cintura, estranhou.
Ao ver o chicote cair no assoalho do quarto, murmurou.
"Uai Tontonho Bento, froxô?".




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Agora é a hora que você deixa suas percepções, viu?

Eu demoro mas comento uma por uma.

E se achar que merece:  me dê uma estrelinha.

Valeu!

Trágica Família (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora