Via o pai mexendo-se sobre Maria.
Sabia que isso provocava sofrimentos a ela.
Eu não conseguia entender o que significava tudo aquilo.
Fiquei sem reagir.
Até que o inesperado aconteceu.
Ouvi o livro me dizer:
"O demônio não precisa existir para haver - a gente sabendo que ele não existe, ai é que ele toma conta de tudo."
A partir daquela indicação não tive dúvidas.
Vi que a sua grossura poderia ser usada, com força e peso, sobre a cabeça do pai para defender Maria.
Parece que o demônio viu a minha intenção e avisou a ele.
Com uma mão apenas ele prendeu os dois pulsos dela.
Acho que o capeta estava ajudando-lhe a segurar aquela indefesa garota.
Tomou a faca da mão de Maria, ficou mexendo forte sua cintura fazendo-a soltar mais gritos de dor.
Apontou a faca em minha direção, sem se levantar do corpo delicado da minha irmã.
Tive a sensação de que ouvi a voz de Maria vagarosamente gritando: "Não Tótu, não!"
Tudo ficou lento como se, de repente, fosse muito difícil salvá-la.
Usei toda força para acertar, com meu livro-arma, meu pai.
A lâmina da faca de verduras conseguiu cortar exatamente o barbante que costurava as folhas do livro que, de tanto lido por Maria, se soltaram com o tempo e pelo uso.
As folhas começaram a voar.
Para mim elas caiam tão devagar que davam tempo de eu ver os personagens saltando das páginas.
Fiquei hipnotizado com aquilo.
O mesmo corte da faca que rompeu o barbante, encadernação improvisada, também foi usado para libertar os botões presos ao decote de Maria e fazer saltar seus seios de moça pura.
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Espero suas percepções, viu?
Se merecer, uma estrelinha?
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Trágica Família (Parte 1)
Ficção GeralSINOPSE: Quatro pessoas de uma família (um filho, uma filha, um pai e uma mãe) encontram-se instalados no chão da sala de sua casa. Algo grave aconteceu com eles e cada um, antes de apagar os olhos, relembram os momentos da vida que os conduziram n...