DOLORES (11) Tarde demais para percebê isso:inveja só destrói a própria alma.

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Eu quiria do meu pai o que Antonim Bento tinha do dele: colo, leitura, cuidado.
A mãe ensinava ele a pregá, a fazê parede, a serrá, a muntá no cavalo.
Eu pensava, com raiva, que meus pai num me trenava pra nada.
Só me colocava pra cuidá do pé fedeno dele, pra prová a comida que ela fazia.
Achava que quando eu pidia pra ês me passá os seus conhecimento, preferia me dá já pronto do que perdê tempo e paciênça com meu prendizado.
Tinha a ideia de que era apenas nos domingo que fazia comigo o que os pai do Antônio oferecia pra ele todo dia.
Eu quiria que fosse rotina pra mim tamém.
Naquela cena que o limoeiro virô toco e vara de marmelo virô um tanto de lasca de pau, os pai dele nem notáro donde vinha o líquido que escorria do seu corpo.
Da sua parte de trás o sangue já tava correno bem antes dele começá a picotá o limoeiro.
Foi Pedro-das-Banda que provocô aquela mina vermêia trilhano suas perna ino em curso do chão.
Percebêro menos ainda porque, antes de chegá em casa, Antonio caçô jeito de abri, com as própria mão e com a faca que portava, vários lanho de ferida nas suas cocha e nos seus braço.
"Sô hôme não marica. Eu mermo me curo, eu mermo me corto."
Ele falava com força de adulto ranzinza, quando ês queria cuidá dele.
Tanta coisa surpreendente tava conteceno naquele dia.
Mas, pra mim, a surpresa maió foi quando ele olhô na direção da minha janela e viu que num era só eu que tava companhando de perto e curso que a tragédia dele tomô.
Seu olhá, quando direcionô pra mim, teve um ôco dentro da bola verde do ôio dele.
Não demostrô nada: nem raiva, nem felicidade, nem desejo de vingança, nem comodação.
Só depois que ele mirô o verde da sua menina-dos-ói pra porta de minha casa que tive consciênça que mãe tava lá.
Ela ficô paralizada com o que via na casa dos vizinho.
Seu regadô já tinha isvasiado e ela continuava com o gesto de moiá as pranta.
Foi ai que mais uma entranhesa tomô conta daquela cena.
O novo hômi, Tontonho Bento, olhô pra ela com a expressão de um vira-lata que pede pros passante o resto da comida que come.
Tirô toda a rôpa de menina.
Virô as costa pros pai.
Foi caminhano pelado no rumo da minha casa.
Deixô pra trás aqueles dois adulto que não tava entendeno nada do verdadeiro motivo daquilo tudo.
Aquele garoto vestido só com sua faca quadrada e com o espírito rasgado, foi sério na direção de mamãe.


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Trágica Família (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora