Trágica Família (Parte 1)

TONTONHO BENTO (12) Não aceito vaca minha índo pra ôtros pasto.

Depois que meus pai fugíro do seu destino, os de Dolores me dava atenção à distância, minha proteção dotiva.
Fiquei sozim naquela casa grande.
Uns ano depois, que meu pai de sangue já num cuidava mais das limpeza da casa e nem mãe - que com marmelo tirava os cravo e pregava os taco sorto - dava manutenção nas estragura, percebi que pricisava de alguém cuidando daquele tromboio, pra pelo menos parecer que na casa morava gente.
Foi aí que trôxe, com a bênça de "nossos" pai, aquela vaca pra vim pastar nos meu campo.
Num teve bença divina por que falei pra eles que nós era como irmão e não casal.
Ês mudáro pra longe pra cuidá da vó, que tava mal e dexáro sobre meus cuidado, aquela que eu queria debáxo dos meus olho.
Guardava ela bem pertim só pra garanti a minha vingança diária.
"Se ocê falar como é de verdade em casa, vai sê pior pra'queles que ocê ama".
Eu meaçava os parente dela.
Acho que foi por isso sempre ceitô minhas condição.
O que ela não sabia é que nunca, nunca mermo, eu teria coráge de encostar a mão naquela família perfeita.
Quando a gente visitava os "nossos pai", eles creditava na falsa tranquilidade do nosso lar, já que Dolores sempre falô pra ês que era uma mulhé realizada.
...
Eu que num inguli mermo foi o nascimento da "da cozinha".
Ela veio pro mundo preta.
A cara dela era escarrada a fuça do Juarez, meu primo.
Nunca gostei dele.
Preto mitido a besta.
Foi pra cidade, instudô e vortô devogado.
As mulhé tudo queria ter ele por perto.
Num sei por que foi atazanar logo com aquela que era de minha posse.
Até hoje tenho o dente dele, branquim que nem lua cheia, pendurado na minha correntinha de ôro.
Isso é só pra Dolores se alembrar sempre do que sô capaz, quando ela pensar em pular a cerca.
Num sô boi praquela vaca, mas pastar de outras grama, meus animal num pasta.

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Espero suas percepções, viu? E se merecer, uma estrelinha?Valeu!