DOLORES (10)Queria as coisa dos ôtro, mas já era feliz com o que tinha.

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Num tinha porque eu tê inveja da vida do Antonim, num tinha mermo.
Mas meu ôio grande queria tudo que tinha e o que tamém ganhava do pai.
Se eu pensasse bem, aquele minino tava pió que eu.
Sua mãe nunca fez uma carinhada nos cabelo dele, a minha fazia ni mim.
Só que a dona Tonha ensinava prele os jeito de consertá os estrago da casa, era isso que eu queria pra mim.
Eu num quiria nem sabê.
Desejava tê uma árvore com meu nome taiado nos tronco dela.
Queria o colo do seu pai como professô partículá, me ensinano as matéria da escola.
Queria sê escovada os cabelo, ingual seu Mané escovava ele
Desejava tudo que o fedelho ganhava do pai pra mim.
Achava que aqueles que me colocô no mundo pudia fazê mais.
Burra!
Só hoje apercebo que meus pais me dava muito mais do que o Antonim recebia dos pais dele.
Era do jeito que ês consiguia me dá.
Eu, por exemplo, ficava perto de mãe companhano tudo que ela fazia, só pra ela me pidi favô.
"Pega a vassora pra mim, meu anjo".
Eu pegava e ia montada nela, como se tivesse vuano.
Ela ria muito da minha maginação.
"Quem voa em vassôra é bruxa, anjo tem asa e pricisa prendê usá".
Ela sabia bem o lugá de mãe e de esposa.
"Porva o tempero do fejão pra vê se tá bão, meu amô".
A comida de mãe era sempre muito gostosa e ela não experimentava nada durante a cunzinhada dos alimento.
Eu que sentia se pricisava de mais sal, se tava no cunzimento certo.
Eu que ordenava o desligamento do fogo das panela.
Quando o painho chegava do trabáio, sentava na sua cadêra de paia pra mim tirá seu sapato e sua meia.
Pegava o óleo de arnica e passava no solado grosso do seu pé.
Ele cuchilava e as vez cabava durmino comigo passano a pedra pome pra tirá as raxadura dos seus pé de home da roça.
Descansava tanto com o que eu tava fazeno que chegava a roncá.
Depois disso ia pro banho.
Com seu pé tratado ele ia caçá jeito de enchê o bucho, com as delicia que eu judei a decidi o tempero.
"Hum, num sei se fico mais um pôco com os pé seno cuidado, ô se como essa ceia que Deus te ensinô a fazê pra mim, ô se rezo pra gradecê a famía que tenho."
Num tinha um dia que ele num falava isso.
Era assim todo dia.
Mais o que eu mais quiria era que os afeto que Antonim recebia do seu Mané fosse meus.






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Espero sua participação nos meus outros livros , tá?

Agradeço de coração que esteja lendo a minha obra!

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Trágica Família (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora