DOLORES (7) O ódio transforma amô em pó.

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Num sei se o que doía mais naquele pai era morte da sua criança ou a do limoeiro.
O tronco e os galhos de árvre era usados por ês como a lôça de ensino.
Taiado nos braço da pranta tava lá: as primeira letra que seu Mané insinô pro fi.
As primêra vogar.
As primêra frase.
Lá de casa eu via o gáio com o seguinte dizê:
"Quando eu virar homem grande quero ser igual você, papai. Assinado seu filho que te ama".
O ódio depositado nos golpes da faca feiz o braço da árvre, que tinha essas escrita, quase virá pó.
Parecia que ele não queria dexá rastro de que um dia adimirô aquele hômi.
"Ocê vai apanhá por dois motivo:" - Levantano o marmelo na artura da nuca, grito sua mãe "... por tê magoado seu pai, cortano o limoeiro di istimação docês e por tá vestido de muié, espaiano vergonha pra nossa famía na vila intêra".
O menino ficô parado.
Parecia esperá a mão da mãe baixá com a pranta seca até sua pele fina, mas já lanhada.
"Isso vai dexá pra famía, uma mancha de vergonha pras todas nossa geração: as de hoje, as que já passô e as que tão por vi."
Antonim ouvia aquilo e começô a rí e a gritá que vergonha era os pai que ele tinha.
Sua mãe continuava a falá, disputano os volume da voz com as gargaiada do fí.
Mermo sabeno que o menino não inscutava ela por causa dos riso que dava, ela não gritô e falô tudo com uma carma medrontadora.
"Muiezinha-hômi, na vêia do corpo da nossa gente, nunca teve. E isso é coisa que ninguém nunca mais vai insquecê, Antônio".
O comportamento do seu fí dexô sua mãe e seu pai sem reação.



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Trágica Família (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora