TONTONHO BENTO (13) Quem nasce de uma traição merece o mermo castigo do traidor

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Tinha nove mês que o Juarez tinha visitado a minha casa e depois vortô pro seu escritório de devogado lá na capital.
Pra mim ela ficô grávida naquela visita.
Mas só depois de dois mês que ele se foi, que ela veio me falar que seu bucho tava cheio.
Dolores acha que me engana.
Nada me tira da cabeça que a "da cozinha" nasceu foi dois mês antes do tempo normal da prenhice de uma mulhé.
Ela me falô que veio prematura.
Mermo eu tando com disconfiança da traição, ela conseguiu me fazer gastar até com hospital.
Só que o médico desmentiu a teoria dela e confirmou a minha, quando perguntei a verdade pela terceira vez, com meu cutelo no seu pescoço.
Fruto de traição.
Eu sabia!
Por isso que a "da cozinha" foi criada desde pequena no lugar que quero que morra, chorando quando corta cebola, quando corta o dedo e quando eu quisé que ela chore.
Nascida de sete mês... hum...
A Celênia não: foi nove mês certim que Antonin Bento nasceu.
Perto dela eu sô manso igual cachorro de madame.
Ninhum vizim dela faz boato maldoso sobre sua vida.
Ela é uma mulhé que nasceu pra receber o mió que tem dentro de um hôme.
Diferente de ôtras que quanto pior o cabra for, mais ainda merece castigo.
Lembrar dês, nesse inferno que vivo, é como um vaga-lume briando no breu da noite sem lua.
"Ele acordô!"
Ouvi aquela voz de mulhé falando feliz.




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E se merecer, uma estrelinha.

Trágica Família (Parte 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora