sangue quente sobre o chão
amarelo cinzado
estridente é o toque do soar
estridente é o anúncio que virá
ardente é o quanto os olhos queimam
ao ver que sob o mesmo chão que felizes dançam
infelizes choram e sentem dor.o mesmo tecido que abriga peitos tão cheios de amor,
abriga e envolve peitos vazios
tão vazios quanto um país em guerra.há o amor que se desespera
que se encerra no ar opaco
que deixa um ser tão forte como fraco
um fraco que luta pelo amor.o calor de tantas mãos vivas
segura e abriga mãos frias
frias pintadas pela face da morte
morte desenhada por arquitetos humanos
que dorme como pomba em seu leito de finos panos
enquanto verdes vão apagar seus escritos com borracha de sangue.gira os planetas, o sol e a galáxia
nada há que o faça
o ignorante enxergar
o cego escutar
e um morto chorar.uma poeta infurnada
feito Rapunzel numa torre dupla
relata e pelas dores do mundo sente culpa
mas era impalpável para ela falar
sobre o que tanto conflito lhe pudera gerar.envolvia-se em um amor
que ao menos fôlego lhe dava
arfava
mas contemplava sua terra florescer
e a larva chover diante de suas mãos de poesia.quem pode definir
tantas coisas?
poetas seriam os humanos
se a boca calassem
se ao outro amasse
se a si mesmo antes matasse
antes de bombardear o peito de alguém.
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A voz que o silêncio tem.
PoesieAbordo em poemas neste singelo livro, sobre dependência emocional e outras nuances sentimentalistas de situações reais, vivenciadas por muitos outros corações, não só pelo meu. Aqui, há a voz de alguém que não fala, mas grita fazendo eco da voz das...