Poema 59

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sou sem maestria diante do amor
ridícula em pensar demais na vida
tagarela em palavras descoladas de mim
e altiva no sentir da insensatez

não respondo aos porquês destamanhos
porque nem sei mesmo o que significa meu nome
apenas escrevo, escrevo em descontrole
e amo, amo em desconsolo
e sinto, sinto em plena revolta de sentir
porque a vida arde e exige calmaria de mim

porque sonho
porque existo
e sou essa carne inchada de sonhos doces
e estrondo na plenitude das coisas sãs

alma tão errante
e banhada no suor da sorte
retalhada bem no recorte
em que as excessões habitam

olhos de dissimulada
sonsa escarlate
resistente ao amor que anda sempre em descarte.

l.e

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