Poema 33

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tenho calado os meus barulhos
tenho silenciado minha voz
aquela que grita, que ainda preciso de você.

tenho navegado o oceano que minha mente se tornou
tenho relido enquanto apago,
tudo que você já me escreveu
nos pequenos momentos em que você me amava.
isso chega a ser humilhante.
chamar esse poço que você me afogou sem medos, de amor.

amor não faria minha pele expor meus ossos.
amor não faria meus olhos perderem todo brilho, nem meu corpo se tornar gelado.

e ainda escrevo sobre você,
para sanar e entender essa nova ferida
que ainda tenta cicatrizar
se fechar, infeccionada
quase árdua, sem solução.

enquanto você segue seus cursos dolorosos e cegos,
julgando estar sempre certo
amor, eu ainda tento não te amar.
tento não me odiar
sempre que me entrego tão facilmente para suas palavras,
suas palavras,
que só me querem para fechar sua carência do fim de todas as noites
em que você sente falta de outra pessoa.

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