Poema 58

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não há paz
se te vejo prestes a dilacerar outros peitos
e consumir o fogo de outros olhos, assim como me consumiu.

me deixou os sóis
que iam se pondo
cada vez mais belos
toda tarde mais solitário

e indo em terras minhas, cada vez mais perto, invadindo toda vez mais longe.

e tocou melodias de outras vozes
como se jurasse elas a mim
(e a quantas almas mais?)

insensato foi o poema meu que te jurou amor eterno.
insensata foi a pele nua que despi para ti.
sem razão foi a nudez ferida minha, que não encobri,
e deixei você beijar em mim, cada linha maldita que escrevi com ferro e fogo.

maldita sorte, conhecer você.

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