Poema 38

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fechar os olhos na intenção
de que minha mente te projete em minha frente,
em cima do meu corpo,
em volta de mim.

diabo ardiloso
que faz escorrer o sangue por minha pele
que arde e flameja feito mil sois
queima a roupa dos meus olhos
chama no meu peito
que anseia sua mão
acariciando meu coração.

pobre sorte a sua
passar nessa breve existência
e me conhecer
para que nunca mais tenha paz
e viva em tormenta por não saber nada sobre as minhas palavras.

*****

toca
pianista
sua canção
nas teclas da minha extensa pele branca

faz a festa
toca a discoteca inteira
em cima de meu pouco peso

dança
no meu ritmo
e não pare mais.

não se ameaça a pólvora
com um fino fogo
sem causar um incêndio danoso.

então me leia
feito um poema quente que te excita
feito uma droga
que bagunça sua mente
feito tudo que te faz perder o controle sobre o próprio corpo.

deixe-me
desmanchar
em lágrimas frias
porque não leu meu coração
mas tateou toda parte minha
como se conhecesse a séculos
essa página humana
que fala obsessivamente sobre você,
até nos detalhes infames.

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