não tenho escrito muito
a fim de não fadigar quem me lê
com tanta coisa ruim.não quero dizer
do meu engasgo,
ansioso,
que sorrateiro me invade manso
e faz tremer meu corpo
como se eu fosse morrer.não quero dizer
do meu desassossego
e do amanhã eu nada saber
e com isso me preocupar
porque o meu dom, de muito escrever e pouco falar
não fecha a conta do mês.não quero dizer
da minha angústia fiel
que me toma em choro silencioso e seco
fazendo o meu ser sentir
o quanto alguém já me fez mal
e o quanto me dilacero por isto.não quero dizer
e findo tanto dizendo
confessando que sou humana demais
que peco por excessos
e ainda me culpo por tanta falta de humanidade,
por nunca conseguir pertencer as coisas
sem o anestésico de um remédio forte.eu amo tantas coisas.
amo tantos seres.
tenho tantos dizeres.
mas a pressa, nunca dá brecha
para que o mundo exista com calma;
em
uma manhã solene,
ou um por do sol não tão quente, ou numa cena que uma cabeça esquizofrenica não invente.mundo louco, humanos poucos, consciência inexistente. sempre.
Leylla E.
![](https://img.wattpad.com/cover/302085028-288-k484927.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
A voz que o silêncio tem.
PoesíaAbordo em poemas neste singelo livro, sobre dependência emocional e outras nuances sentimentalistas de situações reais, vivenciadas por muitos outros corações, não só pelo meu. Aqui, há a voz de alguém que não fala, mas grita fazendo eco da voz das...