🚨 Nova versão! Está obra é inteiramente minha, não aceito adaptações dos meus livros.
Zamara Andoni, uma jovem sonhadora que mora no interior da Espanha. Onde vive um inferno com seus pais, mas uma manhã ela acorda e não faz ideia que sua vida irá...
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ZAMARA ANDONI "Você sabe que sem querer roubou meu coração, entrou na minha vida e mudou meu mundo"
O sol ainda nem havia se levantado completamente, mas já era evidente que aquele seria mais um dia miserável. Minha mãe – ou a mulher que deveria assumir esse papel – fez questão de me acordar às cinco e vinte da manhã. Com a voz áspera e irritante, deixou claro que eu precisava limpar a casa antes que alguns "convidados" chegassem.
No banheiro, esfregava o piso enquanto tentava conter a raiva e o cansaço. Não havia espaço para descanso na minha vida, e muito menos para sonhos. Eu, Zamara, parecia ser a peça defeituosa de uma engrenagem que eles nunca aceitaram. Oliver, meu irmão, era o oposto: o orgulho da família.
Estavam pagando sua faculdade de medicina com sacrifícios que eles nunca fariam por mim. Eu queria estudar contabilidade, mas quando pedi permissão para tentar uma vaga gratuita, fui punida. A memória de ser trancada no porão após a surra ainda era vívida.
A voz da minha mãe me tirou do transe.
— Zamara, sua inútil! Não ouviu eu te chamar? — Amélia, sempre com aquele tom de desprezo, apareceu na porta com os olhos faiscando.
Respirei fundo, escondendo minha irritação.
— Desculpe. O que deseja?
— Quero que vá à feira comprar frutas e legumes. Os convidados estão chegando.
Franzi a testa, mas me controlei antes de retrucar. Não queria mais problemas.
— Mas... não consigo ir e voltar antes que cheguem. A feira mais próxima fica a mais de quatro quilômetros.
A resposta não foi verbal. Senti a ardência na bochecha antes mesmo de terminar a frase.
— Não me questione, menina burra! Se eu disse para ir, você vai. Pegue a bicicleta velha do seu pai e ande! — Ela saiu, batendo a porta do banheiro.
Suspirei pesadamente, encarando meu reflexo no espelho quebrado. Uma garota magra, de cabelos desalinhados e olhos apagados me observava. O brilho de outrora havia desaparecido. Não havia esperança, apenas sobrevivência.
Fui ao meu "quarto" – se é que se pode chamar assim. Era um antigo depósito improvisado. Vasculhei minhas caixas, que faziam as vezes de guarda-roupa, e vesti um short e uma blusa simples. Soltei os cabelos, peguei a velha bicicleta e o dinheiro sujo que minha mãe havia jogado na mesa. Comecei a pedalar com fome e cansaço.
A estrada de terra parecia interminável, e o calor começava a pesar. Carros e motos passavam velozes, alguns motoristas buzinavam e outros lançavam assobios. Ignorei todos. Meu corpo magro e atlético parecia atrair olhares indesejados, mas isso pouco importava agora. Após meia hora de pedaladas intensas, cheguei à feira.
Peguei apenas o necessário, já que a bicicleta não suportaria muito peso, e comecei o caminho de volta. As pernas doíam, mas continuei. O vento quente fazia o suor escorrer, e a fome tornava cada movimento mais difícil.
Quando entrei novamente na estrada de chão, percebi que estava a menos de dez minutos de casa. Uma tontura começou a me incomodar, mas eu me forcei a seguir em frente. Foi então que, ao dobrar uma curva estreita, vi um SUV preto vindo na minha direção, rápido demais. Tentei desviar, jogando a bicicleta para o lado, mas a tontura me venceu. Minha visão ficou turva, e o mundo escureceu.
Quando acordei, minha cabeça latejava. A primeira coisa que senti foi o frio do asfalto e, logo em seguida, braços fortes me segurando.
— Moça, está tudo bem? Você me ouve? — A voz era rouca e profunda, carregada de um sotaque italiano.
Tentei responder, mas minha boca estava seca.
— Porra, é só isso que me faltava! — resmungou outra voz, impaciente.
— Cala a boca, Enrico. Não vê que ela está mal? — sussurrou uma terceira voz.
— Foda-se, isso não é problema nosso.
— Agora é. Vamos levá-la para o hospital ou algo assim.
Forcei os olhos a se abrirem. A primeira coisa que vi foi um homem de aparência marcante. Forte, musculoso, com olhos verdes intensos e uma barba que destacava o formato de seu rosto. Seus cabelos loiros caíam desordenados sobre a testa. Ele olhou para mim com uma mistura de preocupação e determinação.
— Ela está acordando.
— Graças a Dio! — disse o outro, ainda irritado.
Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, o homem que me segurava falou:
— Arrumem o jatinho. Estamos indo para a Itália.
Meu coração disparou. Itália? O que estava acontecendo?
Tentei resistir, mas meu corpo estava fraco demais. A última coisa que vi antes de apagar novamente foi o olhar firme daquele homem. Por que sentia que minha vida acabara de mudar para sempre?
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