Eu permaneci mais um tempo na banheira, olhei as notícias e a minha foto ao sair do hospital estava estampada nas mais diversas revistas e sites de notícias. Eu realmente tinha ficado muito bem, nem daria para dizer que passei seis meses em coma. Ao pensar no coma lembrei de Andrea anunciando que a médica pretendia me dar alta por completo e permitir que eu voltasse a minha vida normalmente.
Eu queria ter ficado mais entusiasmada com a notícia que eu voltaria para a Runway, mas a única coisa que veio era o pensamento de que eu estaria longe das meninas, estressada e cansada como sempre. Eu sinceramente não sabia mais se esse era o meu objetivo de vida, eu não conseguia mais ver a Runway como a minha vida. A minha vida agora eram as meninas e Andrea, será que ainda tinha espaço para a revista?
Sai do banho e me sequei com calma, eu ainda estava fraca, qualquer movimento muito brusco ou feito com rapidez me causava tonturas. Eu sabia que era normal e a medida que eu fosse me fortalecendo elas iriam passar. Coloquei uma roupa leve e e sequei os cabelos. Desci as escadas e as meninas estavam jogando, a campainha da porta tocou e eu abri recebendo nosso almoço.
- Meninas, por favor ponham a mesa que vou ver onde a Andrea está.
- A mamãe está no seu escritório mãe.
- Ah, obrigada Cass.
- Vamos Caroline, vá ajudar sua irmã.
- Estou indo mãe, que desespero.
Revirei os olhos ignorando a reclamação da minha caçula. Abri a porta de correr com cuidado, Andrea parecia tão cansa. Ela parecia ter envelhecido alguns anos desde quando a vi pela última vez, tinha pequenas marcas na testa e algumas ao redor dos olhos. As obrigações que teve que assumir a consumiram, era evidente. Ser mãe, dona se casa, esposa dedicada e editora-chefe da Runway certamente a deixaram exausta. Ela lia alguns papéis, um lágrima grossa lhe escorreu e eu me apressei até a mesa passando meu polegar em sua face secando sua lágrima.
- Está tudo bem amor, eu agora estou aqui. Tudo ficará bem.
Ela se aconchegou na palma da minha mão com o rosto, e deu um beijo delicado em minha mão. Levantei seu rosto pelo queixo fazendo ela me olhar, ela parecia triste e eu me preocupei que fosse algo relacionado a nós.
- Está tudo bem Andrea? Você tem algo para me dizer ou precisa de um tempo?
Quando terminei a frase ela se pos de pé em uma pose de indignação.
- Você bebeu Miranda?
- Claro que não, que absurdo!
- Absurdo é você dizer que eu quero ou preciso de um tempo. Um tempo pra que?
- Não sei Andrea, de mim, das meninas, dessa vida que você foi forçada a assumir.
- Eu não quero tempo de nada, nem de você, nem das minhas meninas ou da vida que tenho agora. E eu não fui forçada a nada!
- Bem eu pensei...
- Eu quis tudo isso, eu quis você, mesmo quando me disseram que depois de 1 semana você possivelmente nunca mais acordaria. Eu quis as meninas mesmo sabendo que jamais seria igual, jamais seria uma mãe como você e jamais preencheria o vazio que sua ausência causaria nelas. Eu escolhi assumir a Runway porque você se decepcionaria comigo se eu abaixasse a cabeça para um desafio, porque você sofreria se a revista ruisse. Eu aceitei tudo por você Miranda, eu não fui forçada, eu escolhi e escolhi tudo por você!
Eu fiquei em choque com as palavras de Andrea, sabia de seu amor, mas não do tamanho e da intensidade que ele havia ganho. Me senti mal por insinuar que ela estava farta de mim, das meninas ou da Runway. Minhas lágrimas brotaram e chorei, chorei por ser tão insensível com ela, por ter perdido tempo com ela, com as meninas, por ter posto ela nessa situação, por cada matéria que eu lia nas últimas semanas a respeito dela, imagino o quanto ela sofreu e me doeu.
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Isso é tudo!
أدب الهواةAndy Sachs é uma jovem doce, sonhadora e muito inteligente que quer ser jornalista, mas as oportunidades de Nova York tem lhe proporcionado deixam a desejar. Buscando um emprego para conseguir se manter na Big Apple, a jovem passa a trabalhar para...