7 - A distância de uma ligação

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Não se podia negar que, de fato, Itachi fosse um gênio. Porque ele era mesmo.

Mas a única coisa que ele realmente dava importância era sobre o quanto poderia fazer e ser produtivo por conta de sua inteligência e rápida capacidade lógica. A ideia de separação e sobre ser melhor do que qualquer outra pessoa era só de Fugaku mesmo, e não lhe trouxera mais do que desgraça e tristeza. Só que para o primogênito Uchiha, aquele seu poder analítico estava sendo bem aproveitado no momento porque o ajudava a focar no ponto importante.

Desde a última discussão com Fugaku, e o encontro com a mãe, ele estava um pouco mais fragilizado pelo lado de Mikoto, mas certamente frio em relação ao pai. Sua maleabilidade para lidar com as situações que surgiam era certamente admirável, mas para Fugaku não estava restando mais do que as palavras contidas e teores relacionados ao trabalho.

E obstinado a conseguir encontrar Madara, trabalhava já há alguns dias com duas telas ao mesmo tempo. Buscando pelo nome do tio e cuidando das tabelas que eram sua obrigação. Entregando tudo sempre corretamente ao pai o impelia de ter qualquer brecha para sustentar uma conversa, e era assim que Itachi vinha lidando com a quebra de seu noivado e o humor azedo dele.

Estava usando sua genialidade, que no passado o separou de todas as pessoas por conta de Fugaku, para de essa vez manter o pai afastado. A vida estava cobrando o patriarca Uchiha como se fosse uma ponta afiada que ia cada vez mais fundo na pele.

Mas Itachi não estava alimentando algum tipo de vingança contra o pai, só queria trabalhar em paz e fazer suas buscas com maior tranquilidade. Quando voltou do almoço, já no período mais tarde do que o costumeiro finalizou o que precisava entregar para Fugaku e depois se encarregou das outras funções menos urgentes, o que lhe rendeu tempo de buscar pelo tio.

Seu olhar se perdeu pela tela grande do computador, e a atenção só foi tomada pelo relâmpago forte que cortou o céu japonês. O calor implacável estava dando espaço para uma tempestade que se aproximava com intensidade para cima da cidade, colocando os locais costeiros sob atenção. Itachi observou as nuvens cinzentas se aproximando pela janela larga de sua sala.

Procurar por Madara não parecia uma tarefa difícil mesmo que morando nos Estados Unidos, porque Itachi tinha esperança de que ele tinha se tornado alguém muito produtivo e importante no outro país, e não alguém que se esconderia então começar pelo mais alto não parecia soberba de sua parte. Não encontrou nenhuma rede social em nome do tio, mas era apenas o começo, e pensou em tentar pelo mais óbvio e básico.

Ele sabia que tinha outra opção de busca, mas até mesmo pensar em Sasuke lhe deixava sem tato. A boca amargava por conta dos pensamentos difíceis, e ele se sentia perdido ao se lembrar de que não tinha qualquer tipo de intimidade ou conhecimento sobre o próprio irmão. E despertava uma dor intensa que tomava todo o corpo e estava sempre tirando um cochilo falho, mesmo sendo de tamanha magnitude.

De tudo que havia perdido na vida, Itachi jamais superou ser separado do irmão. Suas lembranças mais doces com ele eram tão antigas que sequer havia a possibilidade de se confirmar serem reais, porque ambos tinham pouca idade quando ainda se falavam e brincavam correndo pelos corredores da mansão acompanhados por Mikoto enquanto Fugaku trabalhava.

Mas foram separados tão abruptamente, e depois disso a fenda que se abriu fora tão profunda que mesmo esses poucos momentos não pareciam certos. Poderia ter sido uma ilusão que machucava cada vez que tomava espaço nos pensamentos de Itachi. Ele conseguia fazer qualquer pesquisa sobre Madara e tinha esperança de conseguir conversar com o tio, mas não possuía nenhum respingo de coragem para digitar o nome do irmão e talvez se deparar com uma foto dele crescido.

Doía demais pensar no quanto tinha perdido então ser esbofeteado pela realidade poderia ser a única coisa a lhe tirar toda atenção e sugar suas energias. Precisava se concentrar e buscar por Madara porque seria mais fácil falar com o tio, e talvez menos doloroso do que vinha imaginando.

Separate waysOnde histórias criam vida. Descubra agora