17 - O amor de uma mãe

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Alerta de gatilho. Se você começar a ler e se sentir mal, pare imediatamente, não se machuque, por favor. Minha DM está aberta, e eu vou explicar resumidamente o capítulo, de modo que isso não crie uma situação difícil para você.

Minhas fanfics foram criadas para entreter, e não gerar algo ruim em quem lê.

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Itachi tinha terminado de enviar os relatórios diários para Fugaku quando recebeu a ligação. Seu coração disparou ao perceber que era o número de Mikoto, pensando que algo teria acontecido com ela, e a surpresa foi ainda maior quando ouviu Sasuke na linha. A mãe descansava apoiada em seu braço quando ele falou com o mais velho, expondo o desejo dela.

- Ela ta bem?

Sasuke percebeu a hesitação por parte de Itachi, e se sentiu igual. – Um pouco fraca, mas dentro do possível, sim. – Ele a observava a todo o momento, como se a qualquer instante pudesse acontecer alguma coisa. – Mas eu não posso ser mais otimista do que isso.

Ele preferiu usar sua frieza médica antes que caísse de uma vez.

Itachi sentiu a garganta fechar. Anuiu sem dizer muito mais, sabendo que precisaria dirigir até lá, e disse que estaria indo de uma vez, não tinha qualquer sentido em permanecer no escritório. Imaginar perder alguém era de uma dor imensa tanto pelo fato quanto a dúvida de quando e como aconteceria. Nenhum deles queria apressar a partida de Mikoto, mas seus olhos pesavam, suas gargantas estavam se fechando e a cada dia passado ficava mais difícil. Não era fácil de explicar, e eles se sentiam incapazes de fazer algo para evitar seu sofrimento. Não queriam vê-la agonizando.

E Itachi, sem entender, mas ao mesmo tempo sem qualquer intenção de tentar procurar uma justificativa para seus atos, caminhou até a sala do pai com uma tranquilidade que não era sua naquele momento, mas de extrema necessidade para não se deixar entrar em desespero e acabar causando um acidente enquanto cruzava Ginza até a casa dos pais.

Fugaku tinha encerrado uma ligação quando permitiu sua entrada. Eles não se viam decentemente há dias, e aquele momento não era o melhor para se discutir qualquer coisa que não fosse a situação de Mikoto. Itachi não tinha qualquer intenção que não aquela no momento.

- Eu vou sair agora. – Ele definitivamente não estava se justificando, e Fugaku percebeu. Mas para Itachi foi importante dizer tudo, porque não podia acreditar que o pai seria mesquinho naquele momento de tamanha dificuldade e não dar qualquer atenção para Mikoto. Se ele sequer cogitasse aquilo, seria incapaz de dirigir. – A mãe disse que quer ficar comigo e o Sasuke essa noite.

- Vá. – Fugaku não o olhou demais, continuando seu trabalhando, ou qualquer outra coisa que tirasse o foco de Itachi. Para o filho, aquilo era puro mecanismo de autodefesa.

Ele não soube como continuar a conversa, então saiu. Aquele era o momento de maior dificuldade para os Uchiha, e nenhum deles parecia conseguir se entender, ou proteger, como Itachi sempre ouviu desde pequeno. Um dos maiores orgulhos daquela família era sempre dizer que estavam pelo outro em qualquer momento e circunstância, e nada era mais importante que seu sobrenome, mas quando, de fato, precisavam do outro, não havia união.

Sasuke estava imerso em seus fantasmas do passado, e ainda tomava os remédios contra depressão escondido de Mikoto para não lhe deixar preocupada – ele já tinha aceitado que talvez precisasse pelo resto da vida, mas não era um problema imenso, não mais do que estar naquela casa novamente -, Madara parecia o mais inteiro entre eles, mas tinha suas questões internas, Fugaku era um ser estranho para Itachi, que não o reconhecia há anos, e o próprio primogênito não se entendia mais consigo mesmo. Ele nunca pediu para ser um gênio evidenciado pelo pai, e esse fato que destruiu a família foi completamente ignorado quando cresceu, e Fugaku passou a se meter em sua vida, achando que não era capaz de fazer nada direito sozinho.

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