23 - Retomando a rotina

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Eu sei que vocês querem ItaSasu, e eu também quero.

O próximo capítulo é o ápice desse segundo ato de "Separate ways", e a chance que os dois precisam para isso ir adiante.

Ouvi um amém? Boa leitura.

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Os dias não pareciam mais fáceis, mas a vida precisava continuar.

Itachi levantou logo cedo, até mesmo antes de seu celular despertar. Aquele era um costume antigo do Uchiha para quando estava incomodado com algo, mas tinha se tornado uma rotina bastante cansativa, considerando que ele já levantava bem cedo durante a semana, e não tinha o costume de dormir em um horário suficiente para descansar de maneira adequada.

Sua mente era incapaz de parar mesmo que por um segundo.

Após a morte de Mikoto, isso ainda estava balançando suas estruturas, e ele se sentia se adaptando a uma nova vida depois do acontecido. Então ele se levantou sem dar importância para isso, e foi parar dentro do chuveiro para espantar a sonolência e colocar sua mente analítica para trabalhar.

Ele entrava às nove horas no escritório, mas sempre chegava mais cedo para fazer seu trabalho e deixava o lugar só depois de garantir que estava tudo certo com sua obrigação, sem deixar espaço para precisar de alguma correção. Nesse tempo, costumava encontrar com Fugaku - quando ainda mantinham uma relação decente - para saber as impressões do pai sobre o futuro, e como fariam a transição das obrigações do primogênito, quando estivesse para assumir a direção da empresa.

Durante muito tempo Fugaku confiou cegamente em Itachi, e já estava preparando seu espaço dentro do escritório para que ele tivesse mais liberdade para agir sobre as decisões importantes, que precisariam continuar quando ele assumisse, mas o passar do tempo foi muito difícil na mente de Fugaku, e a separação da família caiu como uma culpa muito pesada em seus ombros.

Quando descobriu a doença de Mikoto, e que era tão severa ao ponto de lhe tomar a vida, ele se arrependeu de não poder lhe dar aquilo que ela mais desejou nos últimos doze anos: a presença de Sasuke novamente nos corredores da mansão Uchiha. Apesar de ter uma relação horrenda com o mais novo, e perante a justiça sequer ser considerado seu pai, ele queria que a esposa tivesse uma passagem tranquila, e pudesse novamente ver o caçula.

Mas, obviamente, não tinha qualquer pista de Sasuke, ou Madara. E mesmo tendo dinheiro e poder suficiente para descobrir as informações, não o fez, era mesquinho demais para isso. Estava sendo corroído pelo maldito orgulho, sem ser capaz de admitir tudo que fizera contra o mais novo enquanto deixava Itachi em evidência.

E no fim, por conta de tantas atitudes erradas, ele havia se distanciado até mesmo do primogênito, a quem tanto elogiou e engrandeceu durante a infância e adolescência, resultando naquela merda toda que os separou. Fizera tanto, mas não foi capaz de dar a ele e Sasuke o amor que eles realmente mereciam.

Então quando o filho agiu por conta própria e encontrou Madara, Fugaku não agiu sobre nenhum lado. Ele sabia da história do amor profundo que o irmão mais velho teve por Mikoto durante muito tempo, e também nunca soube digerir aquela história direito. Afastou-se do irmão, assim como o fez com o próprio filho.

Não que esperasse que Madara voltaria de coração aberto para sua esposa, mas quando ele e Sasuke retornaram, foi tão desastroso quanto poderia ser. Não houve nenhum tipo de aproximação decente, e mesmo no momento da morte de Mikoto, Fugaku só soube brigar.

Ele tinha se afundado muito e sabia disso. Agora vivia em prol de seu próprio orgulho, tentando sustentar uma mínima relação com Itachi para que a empresa ainda tivesse alguém decente para cuidá-la depois que ele morresse. Mas a reaproximação não ocorreu facilmente.

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