11 - Um dolorido reencontro

425 65 14
                                    

Muita coisa aconteceu nos poucos segundos em que se viram.

Saudades, raiva e rancor, desconforto. Era difícil de descrever tudo que passou entre os quatro quando se encontraram, e apesar de Sasuke ser o mais afetado entre todos, seu olhar frio repelia qualquer um de se aproximar, com a exceção de Madara. E do outro lado, Itachi foi com certeza o que mais sentiu sobre aquela distância que pareceu piorar com eles compartilhando um mesmo local após tanto tempo.

Mas a primeira coisa que Sasuke percebeu ao adentrar a sala foi o cheiro de produto hospitalar. Parecia mascarado por algo mais ameno, mas ele conseguia perceber a diferença, pelo contato diário.

- Cadê ela? – O mais novo perguntou de uma vez, sem querer dar espaço para o que ele considerava como desnecessário naquele reencontro ruim.

- Não chegue na minha casa falando assim.

Itachi fechou os olhos no momento em que ouviu Fugaku dizer aquilo, e Sasuke o encarou com tanta raiva que quase virou de costas e foi embora. Ele também poderia cometer um crime contra o pai pelo ódio que lhe tomou as veias.

- Fugaku, você sabe que nós só viemos para ver a Mikoto. - Madara agiu antes que a situação ficasse pior. - Para com isso.

- Ela está no mesmo quarto. - Disse Itachi, cortando o pai de vez antes que não tivesse uma segunda chance. - Tem alguns aparelhos e outras coisas no corredor para ajudar.

Sasuke ainda se lembrava. Deu as costas e deixou a sala enquanto Fugaku falava qualquer coisa e era impedido por Madara de se aproximar. Talvez aquela conversa fosse menos difícil sem o sobrinho mais novo ali, então ele ia agir como pudesse.

- Eu falo como quiser Madara, estou na minha casa.

- Ninguém se importa. - Eles se encararam com a intenção de trocar ofensas. - Porque o Sasuke não veio até aqui te ver, você nem precisava estar aqui.

- É? Então pega o seu sobrinho e some da minha casa.

Itachi se colocou entre os dois antes que alguma coisa muito ruim, desastrosa e definitiva pudesse acontecer, e no pouco tempo em que percebeu o desgaste do sobrinho, Madara conseguiu entender como ele parecia estar vivendo um inferno. E já há um bom tempo.

- Eu não aguento mais isso. - Ele abaixou a cabeça. Estava acabado. - Por favor, parem com toda essa briga, isso não vai levar ninguém a nada.

- A culpa é toda sua. - Madara percebeu que Fugaku vinha tratando Itachi quase da mesma maneira que o fazia com Sasuke, e notou que aquela era uma informação muito reveladora. - Eu te disse para não chamar nenhum dos dois aqui.

- Você é tão desprezível pai. Eu não suporto mais isso.

Ele abraçou o tio, que o envolveu num acolhimento carinhoso. Madara percebeu sua exaustão, porém nada disse na frente do irmão. Acompanhou Itachi para fora da sala, evitando um ambiente tão tóxico. Já sabendo que aquele era só o começo de uma situação delicada.

Enquanto isso, Sasuke alcançou as escadas para o segundo andar depois de encontrar um banheiro para lavar as mãos, não se sentia limpo o suficiente para estar perto da mãe naquela situação. O corredor extenso parecia o mesmo de doze anos antes, como se nada tivesse sido tirado do lugar, pelo menos até que ele virou para a direita, em direção ao quarto dos pais. Seu olhar caiu sobre os aparatos do lado de fora, e ele encontrou com uma moça de branco deixando o local.

Ela o cumprimentou com um sorriso gentil.

- Você é uma das enfermeiras que cuida da minha mãe?

Ela concordou. - Sim senhor.

Separate waysOnde histórias criam vida. Descubra agora