Enchanted II

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Começa a divertida conversa
Contraponho todas as suas observações rápidas como
Se passasse bilhetes em segredo
E foi
Encantador te conhecer
Tudo que posso dizer é que fiquei
Encantado em te conhecer
(Enchanted — Taylor Swift)

❁❁❁

Sana não sabia o nome daquele homem, mas ela definitivamente estava tentando escapar da melhor forma possível. 

Ele era alto, os braços eram enormes e parecia ser do tipo  de homem que com certeza teria mais força que ela. Os olhos dele cravados em seu corpo, percorrendo ele como se ela não fosse nada além de um objeto de satisfação carnal.

Ela odiava aquela sensação, de saber exatamente o que se passava na mente dele, as coisas nojentas em que ele pensava sobre ela e tudo que podia fazer era fingir que não estava notando.

Sana odiava se sentir vulnerável e era exatamente como estava. Mesmo sua experiência com defesa pessoal não seriam suficientes caso ele decidisse fazer algo com ela. Porque ele era forte e escroto e definitivamente tinha o típico olhar de homem que não aceitaria um não como resposta.

Ela olhou em volta mais uma vez.

Ela tinha três amigos homens por perto e infelizmente teria que recorrer a eles como uma maldita presa indefesa. 

O mundo, ela concluiu, era podre.

Ela virou o pequeno copo na boca, engolindo aquele shot e respirando fundo ao bater o copinho no balcão.

— Você quer que eu peça ao segurança para tirar ele? — O homem que a atendia, aparentando ter em torno de seus quarenta anos, disse para ela com um tom de voz que apenas a mulher podia ouvir. Ele obviamente já tinha notado o desconforto dela com o olhar do homem embriagado há alguns metros de distância.

Sana negou.

— Ele não fez nada ainda, não teriam razões para expulsá-lo. — Ela suspirou. — Meus amigos estão por perto, eu estou bem, não se preocupe.

Ela bateu na bancada com as unhas muito bem feitas, pintadas de um tom preto cintilante, e abaixou o olhar. Viu o homem se mexer e já sentiu o coração disparar no peito.

Pavor

Mesmo estando cercada de pessoas, mesmo que houvesse dezenas de pessoas ali que poderiam ajudá-la caso gritasse por socorro, Sana desejou que sua voz tivesse o mesmo efeito do que a voz de um homem. 

Que ela pudesse dizer com autoridade que não estava interessada sem que um homem precisasse falar por ela para que sua vontade fosse atendida.

Ela observou com o canto dos olhos, fingindo estar distraída quando o homem se aproximou dela e sentou no banco vazio ao seu lado. O barman ficou atento, um aceno mínimo da cabeça indicando que bastava um mínimo gesto dela para que ele chamasse o segurança.

Ela se sentia simplesmente patética.

O homem se aproximou até demais, o hálito regado de álcool pairou contra a bochecha dela, a fazendo cravar as unhas nas palmas das mãos e engolir seco.

— Boa noite, gracinha — ele sussurrou, a voz denunciando a embriaguez.

— Não estou interessada — disse Sana de imediato.

Ela podia lidar com aquilo. Foi o que quis acreditar.

A postura do homem não se abalou, ele apenas soltou uma risadinha sarcástica e se ajeitou no balcão.

— As difíceis são as melhores. — A mão quente e pesada do homem pousou no joelho dela. Sana fechou os olhos, maltratando ainda mais a palma das mãos com as unhas, prendendo a respiração com o pânico daquele toque sujo. O homem era bonito, ela não podia negar, mas era seu olhar malicioso e sua total falta de respeito que o tornavam algo repugnante. 

Zero O'Clock [PJM×JJK]Onde histórias criam vida. Descubra agora