Butterfly

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Você vai ficar ao meu lado?
Você promete?
Se eu soltar sua mão, você vai voar para longe e partir?
Eu estou com medo, com medo, medo disso
(...)
Você está lá, mas por alguma razão, eu não posso chegar até você
Pare
Você, que é como um sonho, é uma borboleta para mim
(Butterfly — BTS)

❁❁❁

Lotte World era basicamente o paraíso em formato de um shopping center misturado com parque de diversões, um lugar enorme com dezenas de brinquedos e atrações que tornavam impossível a tarefa de ver tudo em um único dia.

Jimin queria muito dizer que a única razão pela qual o panfleto lhe chamou a atenção foi por sua filha, mas ele definitivamente não podia agir como se Mi Sun fosse o único motivo que os levou ali.

Em um orfanato, onde há sempre crianças demais para funcionários e recursos de menos, as coisas podiam ser um pouco deprimentes.

Não haviam brinquedos pessoais, tudo era de todos e também não recebiam qualquer coisa que pudesse ser considerado comum para outras crianças, como passeios ao zoológico para um piquenique ou visitas ao parque de diversões.

Jimin só conheceu um shopping quando completou quinze anos, juntou algumas moedas que tinha furtado sorrateiramente de uma secretária do orfanato e pegou um ônibus que o levou a um dos shoppings mais movimentados de Seul, mas nada se comparava com aquilo.

Lotte World parecia muitos de seus sonhos de infância reunidos em um só lugar. Castelos, pistas de gelo, lojas de brinquedos, fliperama e infinitas outras coisas que ele não podia listar.

Ele não queria parecer imaturo, mas era visível em seu rosto quão maravilhado estava com aquilo.

— Podemos patinar, appa? Por favorzinho! — Mi Sun puxou sua mão, olhando em volta como se não soubesse em que prender sua atenção primeiro.

Jimin olhou para cima, para o telhado de vidro sobre suas cabeças. Majestoso e fascinante. Ele sorriu, apertando com carinho a mão da filha e observando o movimento. 

Haviam muitas pessoas, ele acreditava que boa parte eram turistas pelas feições. O burburinho da multidão não lhe incomodava, surpreendentemente, parecia algo ótimo de se ouvir.

— Vamos esperar o seu pai — o loiro respondeu, olhando em volta. 

Jungkook tinha pedido para ambos esperarem ali, em frente a loja de canecas que deixava Jimin totalmente tentado a levar uma delas que tinha o formato da cabeça de Jack Esqueleto. Pelo visto o vício naquele filme era contagiante.

Ele corria os olhos entre as pessoas que passavam por ali, ninguém parecia realmente prestar atenção nele e em Mi Sun, reclinados contra a parede ao lado da vitrine.

Jimin pensou em todas as vezes que saiu com os dois. Quando os três andavam lado a lado nas ruas, no mercado ou até mesmo quando alguns dos vizinhos mais antigos passavam em frente a casa e viam os três, havia uma espécie de julgamento silencioso.

Ele nunca pensou realmente sobre essa questão até aquele momento.

Lisa tinha lhe dito uma vez que, logo que voltaram para a Coréia depois que as crianças já tinham sido adotadas, havia muito daquilo. Olhares reprovadores e até ofensas verbais descaradas.

A mulher falou que Rosé chorava muito. Lia e Hyunki eram pequenos, tinham pouco mais de um ano na época e as duas costumavam parar ao lado dos berços e apenas os observarem dormir enquanto choravam silenciosamente.

Queriam que eles crescessem ali, queriam que fossem ensinados na cultura do país onde ambas cresceram e queriam que eles tivessem o máximo de contato possível com suas famílias. Elas tinham passado por muita coisa, Lisa confirmou que não teriam aguentado sozinhas se não fosse o apoio de seus familiares e amigos.

Zero O'Clock [PJM×JJK]Onde histórias criam vida. Descubra agora