𝐗𝐕𝐈

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Capítulo XVIGENEVIEVE

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Capítulo XVI
GENEVIEVE

Ao lembrar do sorriso sincero das crianças que são meus alunos do ensino fundamental, arqueio o corpo na cama. Em um impulso, acento-me e jogo a cabeça entre os joelhos, apoiando os braços sobre tal. Nas minhas costas sinto uma dor semelhante a hérnia de disco, meus ombros estão pesados como dois javalis, e nem preciso dizer que em meus olhos há uma espécie de areia que não consigo decifrar.

Erram quando dizem que no fim de um relacionamento você não dorme. Aqui comigo foi completamente o contrário, consegui ter uma das noites mais ininterruptas de toda a minha vida. Poderia dormir para sempre, na verdade, desejo dormir para sempre, e não ter que enfrentar as horas do relógio que se seguem.

Mas esses são os fatores fundamentais da vida do ser humano segundo o autor Jonh Green: 1) devemos seguir em frente, independente da situação que se encontra ou vontade e 2) ninguém nunca está sozinho. Por mais que me sinta abandonada, excluída, terrivelmente mal amada e desleixada, sempre terei o ombro de alguém, mesmo que ainda não o conheça.

Não quero me levantar, tomar banho, arrumar meu cabelo grudado em água da chuva da noite de ontem. Não quero comer para embrulhar o meu estômago pois o cheiro da pizza de calabresa ainda está em minhas narinas, não quero deixar que meus olhos perpassarem as ruas de Washington e encontrarem Arya ou Andrew, o casal perfeito.

Basicamente, não quero fazer nada, mas preciso fazer.

Talvez tenha tomado a pior decisão da minha vida, ou feito algo de errado: não tinha dúvidas em relação a isso. Mas sabe, nunca me senti tão humilhada ou excluída, praticamente, parecia um objeto nas mãos de Paul. Tudo bem, nosso relacionamento não estava andando nos trilhos, e minhas amigas, assim como os artistas que acompanho no youtube que dão dicas sobre relacionamento, alertaram-me que poderia estar vivendo uma relação abusiva.

Entendo abusiva como algo que não é consensual entre as duas partes, ou seja, isso não se encaixa a mim e a Chalamet. Eu compreendo o seu lado,  assim como, pela sua postura de ontem, ele está tentando demonstrar que se importa.

Sabe, vamos analisar. Desço os pés da cama, procurando pelo meu chinelo. Se realmente eu fosse algo que Chalamet não quisesse em sua vida, ele não teria proposto um tempo para pensar sobre as circunstâncias, e pela forma que ele saiu daqui, mano ele vomitou no chão da sala, possivelmente de raiva, provavelmente vai mandar algum sinal de vida e voltar para os meus braços.

Sim, terminei com ele, mas foi impulso, preciso me valorizar e valorizar a nossa relação. Estou megamente chateada e triste, mas tudo vai voltar ao lugar Eve pode ter certeza. Ou não?

Tento voltar o corpo para a cama com a confusão mental que está os meus sentimentos. Eu terminei com o homem que amo?! Que loucura, quem em sã consciência faz isso?

A dor em meu peito perpassa todos os sentimentos, ergo-me, tentando pôr os fios de cabelo para trás da orelha. Vejo que o celular acende de dois em dois segundos. Aproximo do mesmo que se encontra na mesa de estudos, junto ao notebook, ao lado da nossa foto. Eu e Chalamet.

Os gêmeos - Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora