[𝐓𝐄𝐑𝐌𝐈𝐍𝐀𝐃𝐀] Onde Paul Chalamet pede para seu irmão gêmeo Timothée Chalamet fingir ser ele por uns dias...
Ou
PAUL Chalamet está prestes a por seu relacionamento a perder, ou melhor, seus relacionamentos a perder. Quando a família de seu fic...
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CAPÍTULO XXIX PAUL CHALAMET
Tem lugares que funcionam como casa, são melhores que nosso próprio lar. O hospital é assim para mim.
O movimento caótico de um centro cirúrgico, o sorriso de um paciente recuperado, o tilindrar dos instrumentos de metal sobre a paleta, jaleco branco, sapatos de borracha em atrito ao chão.
Ao fechar os olhos consigo lembrar-me de o quanto sou adepto ao trabalho, certamente meu perfil se encaixa como uma luva! sangue frio, coração calmo, racional ao invés de emocional. Em 99% dos casos.
Na realidade, o 1% falhou no momento mais inapropriado possível. Abro os olhos e consigo visualizar a sala de espera do Hospital Santo Antônio, padroeiro da cidade. Luxuoso, com cafezinho e bolachas frescas, questiono o valor da mensalidade do plano. Os médicos em Miami devem ganhar um bom salário, talvez possa considerar uma possível transferência para cá.
Washington é boa para se aprender procedimentos, uma vez que, a cidade capital tem um fluxo maior de pessoas. Ideal para quem quer absorver muito conhecimento em pouco tempo. A diversidade em procedimento te deixa mais seguro para o pós internato. Tudo que vi por lá me deu a base que preciso para ser o médico tão respeitado que sou hoje. Mas convenhamos, talvez tenha que dar um tempo e ser mais tranquilo, permitir-me relaxar, uma vez que reconheço os sinais do corpo, ele grita por favor pare!
Levo uma das mãos ao peito, instintivamente, algo dentro de mim comprime. O órgão responsável por bombear sangue ao corpo chama a atenção. Mantendo a postura, levanto-me direcionando o andar para a sala onde o paciente se encontra deitado.
E a primeira vez que não estou do lado da razão em um procedimento.
Vejo uns acessos venosos sucumbirem à sua pele, fruto bem feito de uma das enfermeiras do hospital. Equipe excelente, admito!
O velho respira com um pouco de dificuldade, mas mesmo acima de sua barriga avantajada, consigo ver o sorriso com o bigode a balançar.
— Espero que esteja gostando de Miami — a voz rouca sobressaia, coloco as mãos no bolso da calça e finjo demência. Pela primeira vez na vida, desajeitado e mantendo a postura, busco caminhar para mais perto, dizendo:
— Até agora está tudo bem senhor Hofmann — minto, está tudo péssimo, e nem sei por onde começar a concertar tudo. Devo dizer, estou considerando arrumar essa merda! Não dá para viver perigosamente, não tenho mais idade para isso! E quem dirá vida! Os primeiros sinais apareceram nesta noite caótica da traição. Como médico consigo identificar a fadiga e amena situação em que meu corpo se encontra.
— Juro que nossas festas são badalas e todos se recordam das comemorações, mas não dessa forma — e quando ele diz isso, remeto a cena da noite passada, a confusão, a briga, o arrependimento, bateu assim que suas mãos tocaram à porta, e ela fora aberta. Forço-me a não olhar em seus olhos, não sei como conseguirei reagir a tudo isso. É apenas um velhinho Chalamet, você se comprometeu e submeteu a isso? — sabe, eu já estava prevendo o pior — retoma a fala. Seus olhos piscam devagar, com a maior tranquilidade, como se tivesse encontrado um bom lugar e paz interior.