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XXXIX PAUL CHALAMET

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XXXIX
PAUL CHALAMET

Ao som de umbrella da Rihanna, abro os olhos. O clima parece estar um tom a menos do que conheço da Flórida. Percebo que o ar condicionado pousa aos pulmões e quase sou levado ao relaxamento extremo, exceto, pelo fato de encontrar uma agulha perpassada na veia, um líquido que conhecia bem dando passagem para o corpo.

Soro. Sua finalidade: hidratar os doentes.

Arqueio o braço para ver melhor sua estrutura, parece que estou inteiro e normal.

— Belo dia para acordar — a voz de Louis ecoa nos quatro cantos, direciono o olhar para sua fisionomia. Sentado, com as pernas cruzadas e o cabelo jogado ainda molhado do banho. Uma blusa branca social e a calça cargo. Um livro alemão nas mãos, desconheço o título, mas pela sua fisionomia, algo político.

— Obrigado — agradeço, busco as últimas cenas na memória. Merda! minha vida está uma verdadeira merda! Não tem nada no lugar e vejo que não há muitas saídas para o mesmo.

— Paul, você está bem? — retorna a pergunta, deixa o livro para os cantos. Confirmo no movimento simples de cabeça — se está pensando em si matar, poderia me avisar ao menos.

Sou surpreendido pelas palavras:

— Eu não...—tento negar, mas ele é mais rápido nas sentenças, sem contar que sinto-me frágil e fraco.

— Porque tomou todos aqueles remédios? Você tem noção de quantos dias ficou em coma? — como? questiono metalmente, só então me atrevo a olhar um calendário na parede. Cálculo, perplexo.

— Três dias? — algo abafa os sentimentos de uma forma peculiar. Não creio que essa história horripilantes me atinge, parece que apenas dormi, não poderia fazer tanto tempo!

— Exatamente! Três dias! — ao movimento, o sinto distante e desconcertado. Talvez a verdade tenha tomado forma e não haverá nada que poderei fazer para reverter essa situação.

— Desculpe-me — só posso dizer isso.

— Eu não sei sobre o que está pensando em fazer da sua vida, mas antes disso, creio que deva me alertar pra me preparar — quero dizer algumas palavras mas Louis é ríspido e impede qualquer tipo de interação, que conversa se torna monótona — tem noção de como ficamos? Já não basta a confusão entre os meus pais, ainda tenho que lidar com um namorado suicida?

Mal se opõe às minhas opiniões. Não dando espaço para reverberar palavras ou questionar as ideias. Um acidente era tudo que não precisava nos dias atuais, ficar preso em coma por três fudidos dias, não sei por onde começar a construir as coisas. Sem conectar bem os neurônios, o peito se enche de algo que vejo ser sentimentos. Nunca precisei depender de alguém, essa é uma das primeiras vezes, as antigas todas a minha mãe esteve ao meu lado. Sua obrigação mínima como progenitora.

Os gêmeos - Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora