𝐗𝐗𝐕

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Capítulo XXVTIMOTHÉE CHALAMET

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Capítulo XXV
TIMOTHÉE CHALAMET

Sem rodeios ou desventuras, pela primeira vez, Eve concordou em primeira instância com a decisão. Possivelmente, a garota reconheceu que passou do ponto.

Assim que brigamos na saída do shopping, meu primeiro instinto foi ligar para Léo e pedir ajuda. Depois de desabafar e contar tudo que aconteceu, meu amigo buscou-me no conversível de Paul e fomos queimando gasolina até o apartamento no subúrbio.

Chegando lá, tomei um banho rápido, troquei as roupas e cuidei de meus gatos, enquanto Léo se dirigiu para uma rua próxima a casa de Eve. Sim, ele fez a típica cena de filme clichê romântico que o cara observa como a garota chega em casa. Pelo pouco que o conheço, prevejo que ele deva ter colocado na rádio local da cidade, com músicas dos anos 80, um pacote de salgadinhos e uma cerveja gelada. O banco do motorista inclinado e os pés trajados de all star preto sobre os volantes.

Assim que a viu entrando para o apartamento com a melhor amiga Anaeh, Léo comunicou em mensagem.

Uma parte de mim se tranquilizou por acreditar que a mesma estava em segurança e chorando as mágoas comendo sorvete desabafando com a best, bom pelo menos era assim que acreditava que as mulheres superam os homens.

Aconcheguei-me no banco em frente a tela que estou a pintar, observo as linhas expressivas em um tom azul esbravante. Engana-se quem acredita que pintar e apenas deixar a imaginação fluir, ou ter bom senso estético. Vai muito além de um olhar atencioso, existe todo um cálculo por trás do plano, as representações ficam à mercê de uma boa matemática, sem contar nos ângulos que precisamos fazer com as mãos para dar o melhor formato ao desenho.

Escolho com cuidado os frascos de tintas, levemente e sem muitas preocupações, misturo um roxo com pouco de branco e azul turquesa, para chegar ao tom ideal que ronda em minha mente. Quero fazer um contorno mais forte.

Busco olhar meu reflexo pela janela de vidro sem cortina de meu apartamento e sou surpreendido por uma sensação diferencial. Não reconheço o Timothée Chalamet e as expressões que estou representando em minha auto pintura.

As características de Paul sobressaem, o calor da personalidade sanguínea, ficaria bem mais viável a pintura em tons marrons ou vermelho terra. Essa coisa de traição, soberba, luxúria. Não sei a sociedade, mas na minha mente as cores tem o poder de associar a sentimentos, acredito fielmente nisso, talvez possa fazer psicologia um dia para entender esse meu lado submerso.

Respiro fundo, tentando recordar os detalhes de meus cachos quando ainda estavam em um tamanho considerado grande, possivelmente não cortarei meu cabelo tão cedo depois desse trauma em tentar ser meu irmão, sem contar a barba, acho que fico mais sexy quando os pelos aparecem.

Com cautela, movo o pincel molhado sobre a tela, dando o contorno que tenho na visão. Uma música clássica toca ao rádio, bem baixinho na cozinha, refrescando toda a sensação de peso e dando leveza aos sentimentos.

Os gêmeos - Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora