𝐗𝐗𝐕𝐈𝐈𝐈

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Capítulo XXVIIITIMOTHÉE CHALAMET

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Capítulo XXVIII
TIMOTHÉE CHALAMET


— Eu já estou no inferno, e aqui é bem ruim.

O celular vibra no bolso.

Sem muito ânimo, busco pelo aparelho e o levo até o ouvido. Pouco me importa quem quer que seja e o que queira falar comigo agora.

Há um buraco imensurável que se forma dentro do meu peito. Não consigo descrever todos os sentimentos que rondam a minha mente. Para piorar a situação, escuto a voz da última pessoa que gostaria de ter contato.

— Graças a Deus você me atendeu! — como de costume não digo "Alô ou Olá", deixo que meu irmão descarregue todas as palavras de cobrança sobre mim. Desço a bunda no couro do banco do trem, encostando a cabeça na superfície barulhenta e saculejada da janela. Meus olhos piscam devagar e evito revira-lós — Timmy me escuta! Você está aí?

Canalha! Estou no inferno de sentimentos! Queimando o pecado dos meus atos.

Penso em ficar no silêncio, não tenho cabeça para dizer o que está acontecendo, por favor só me diz que a tortura acabou por aqui. Não quero mais fazer papéis na vida real. Resmungo um "humhum"...sinônimo de "porra, estou mal me deixa quieto na porra do meu canto!".

— Aconteceu um imprevisto aqui em Miami...— juro que neste momento desejei com todas as forças estar em meu próprio velório, dentro de um caixão descendo as cordas para a lama — o casamento foi adiado, na verdade, nem sei se vai acontecer casamento mas, preciso estar aqui até as coisas se acalmarem.

Ele disse mais algumas palavras, porém não consegui absorver. Um ar denso invade os alvéolos dos pulmões, como fumaça de cigarro tóxica. Sinto queimar. Curioso, um pouco alterado e sem motivações, permito perguntar:

— Essa lenha toda não tem haver com você né? — resmungando, arrastando e com um suspiro fraco que sai de sua boca, dando interferência no sinal do telefonema, presumo: Claro que tinha haver com ele, todas as coisas monitoradas ou que Paul Chalamet põe as mãos é cheio de planejamento. Tenho que lembrar: para autor da vida você é um péssimo roteirista! Escalou-me para o papel de bom irmão e olha onde estamos. Não quero mais fazer mal a Eve, sério ela não merece o que está passando!

— Digamos que sem querer sim.

— Digamos que sem querer também tenha feito algo — as palavras ultrapassam a boca e sou incapaz de contornar o assunto, fervilhando, penso que bem feito esse merda ficar sem o Louis e a Eve, o karma merecido, já que estou pagando o meu. Fiz mal a uma mulher, bate em um homem, esse não sou eu! A culpa está consumindo aos poucos as boas células que há no corpo.

— Olha nada será pior do que ter feito sexo com a mãe do Louis — minhas sobrancelhas se unem em tom de desentendimento. Paul literalmente se eu te odiasse, agora triplicou a escala! Ele traiu a Eve de novo?

Os gêmeos - Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora