𝐔𝐋𝐓𝐈𝐌𝐎

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ÚLTIMO GENEVIEVE

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ÚLTIMO
GENEVIEVE

Percorrendo o caminho conhecido, Paul conduz seu carro luxuoso na avenida. Não trocamos palavras ou procuramos por assuntos em comum para dialogar. Minhas mãos estão trêmulas e posso ouvir a batida do coração nos tímpanos. Tem tantas coisas para acertar que mal sei por onde começar.

O motorista estaciona no que deveria ser próximo a entrada e meio fio do apartamento, em seus olhos há uma escuridão perversa e sua expressão facial não nega: está confuso e perdido em suas próprias sentenças;

— O que aconteceu com seu apartamento ? — deixou escapar pelos lábios, vendo que não há mais a construção luxuosa e pertinente que conhecia durante o nosso tempo. Talvez, seria porque a defesa civil interditou, fui morar no subúrbio e conheci a verdadeira sensação de amor, cumplicidade e união.

Junto as sobrancelhas, mantendo o personagem:

— Pensei que soubesse — brinco, dando o amargo de estar no domínio da situação, é tão óbvio que não são a mesma pessoa que rezo pela saúde mental de Paul por pensar que são o mesmo, ou que isso daria certo — ou melhor, falamos sobre isso, você saberia se estivesse aqui — ríspida completo. Não é possível que ele seja tão mal caráter!

— Desculpa meu amor, me esqueci — desconversa e interpreta, da melhor forma o papel que sabe fazer. Ser falso, uma de suas mãos vai a têmpora massageando e buscando pôr a próxima ação em prática — aconteceram muitas coisas no Hospital, preciso me reconectar às coisas que considero importantes.

Tenta, sem sucesso, pegar em uma de minhas mãos, porém, velozmente, retiro rápido. Não acredito que ele mesmo aceita que isso ainda possa dar certo! Paul só pode ter ficado louco!

A bile no estômago ferve, e apesar dos pesares, não sabendo o que dizer, sei o que não quero fazer, as coisas ficam claras à medida que foco no contato visual.

— Ok, vamos direto ao assunto — corto qualquer possibilidade de romance entre nós, e agora desfaço o papel de boa moça que interpreto, aprendi bem com os gêmeos ser quem gostaria, falsa — porque você fez isso?

Chalamet junta as sobrancelhas, ignorando-me completamente. Ajeita o blazer em seu ombro e coloca a mão no bolso. Surpreso pelo tom de minha voz e a atitude feminista. Vamos colocar os pingos nos is.

— Baby, o que você está falando? — desconversa e não consegue manter o olhar no meu — não estou entendendo...— pela primeira vez vejo Chalmmy suar a camisa.

— Quer fazer da forma mais difícil , Paul? — bufo, negando com a cabeça, minha narina se abre e sugo uma quantidade de ar suficiente para ter coragem de dizer — olha, numa boa, estou tentando entender quais foram os reais motivos mas você me dá nojo, e talvez no final das contas nem vale a pena a mentira que irá me contar pois a merda já foi feita! — abro a porta do carro, notado que uma lágrima quer descer e caminhar pelo rosto. Não quero dar esse gosto a Chalamet, de permitir que veja-me se desfazendo justamente por ele. Todos os medos guardados em meu coração saem como demônios, e sou abraçada pelo fracasso.

Os gêmeos - Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora