𝐗𝐗𝐗

130 17 82
                                    

Capítulo XXX GENEVIEVE

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Capítulo XXX
GENEVIEVE

Sobre o travesseiro de fronha branca uma lágrima descia de meus olhos até tocar sua superfície. Com o nariz semi congestionado, tento respirar em meio ao caos de sentimentos que comprimem o peito. Algo faz o sangue que corre nas veias do cérebro torcerem e remetem a uma dor de cabeça. Maldito seja quem inventou essa coisa de ressaca, e olha que nem bebi tanto. Acho que a mistura dos fatos, os acontecimentos, a briga com Chalamet, nossa são tantos pontos que meu único desejo para agora é dormir até que tudo se resolva.

Escuto o interfone.

Um movimento singelo de cabeça ergue-se em direção ao objeto. Não acredito que alguém possa estar tentando contato comigo em um sábado de manhã. Busco pelo celular no criado mudo, o aparelho ligado a tomada. Faço movimento para acender a tela, mostrando as horas do relógio e conferindo o aplicativo de mensagens instantâneas para spoiler do que possa vir a ser. É muito cedo para ser algo que realmente precise de atenção.

Sou movida pelo barulho novamente, um feixe de luz perpassa a cortina dando um pouco de ânimo para vestir uma pantufa nos pés e carregar o corpo como um zumbi de filme até a porta. Uma vez que, é melhor resolver o que quer que seja para o quanto antes poder voltar a dormir. Ou ao menos tentar descansar. Quero passar o dia envolvida nos cobertores chorando as mágoas.

Com a mão na maçaneta, mal me importei com o resultado da ação, abro a porta sendo surpreendida por um brilho intenso.

Instintivamente, os olhos assim como sua íris se alargam, e volto a atenção para consertar os fios ruivos de meu cabelo que estão confusos e bagunçados denunciando que mal tinha levantado da cama. Boquiaberta, abrindo os braços para sua direção. Escuto:

— Senhorita Eve, esse presente foi entregue para você na portaria — põe o peso do mesmo sobre minhas mãos — desculpe incomodar tão cedo, mas é que vendo pelo embrulho, penso que ainda possa ser aproveitado neste ar da manhã!

O sorriso de Malcon, o porteiro, perpassa qualquer barreira de cansaço e insegurança que pairava sobre a pele. Algo dentro dele reluzia de felicidade de uma forma tão agradável que a surpresa em si se tornou mais especial que já era.

— Sem problemas Malcon! — sem graça, e escondendo os bicos do seio aparecendo na transparência do pijama com o objeto em mão digo — bom, se me der licença...

Fecho a porta assim que vejo o pequeno sinal positivo do porteiro.

Com as mãos trêmulas e o coração confiante de que algo estava preste a me atingir, solto o presente em cima da bancada da cozinha.

Somente então consigo distinguir as coisas que há em sua superfície. Uma linda cesta de, o que presumo ser café da manhã. O embrulhe em tons pastéis chamou minha atenção.O laminado do plástico transparente contido por um laço de fita laranja. As cores combinavam com o tom da minha pele e a cor do meu cabelo. Respiro fundo observando que há uma carta mensagem pendurada por fora do mesmo. Busco por um banco para sentar de frente para o presente, sabendo que a carta e o mesmo tenha vindo de ninguém menos do que a pessoa que me faz odiar a vida.

Os gêmeos - Timothée Chalamet Onde histórias criam vida. Descubra agora