Pov. Theo
Ontem veio um colega de trabalho do Sr. Pavlikovsky para jantar aqui, vinha ele e algum membro da família pelo que entendi inicialmente, mamãe e eu sempre costumamos contar tudo um para o outro, porém ela ficou tão empolgada com o fato de que receberíamos visitas que correu dar um agito nos preparativos para o jantar juntos do Sr. Pavlikovsky, que embora eu soubesse que gostava de cozinha eu não sabia que tinha habilidade - talvez até mais que minha mãe para os pratos salgados, já que ela nunca fora muito de cozinhar mas sabia fazer os melhores doces - os dois ficaram na cozinha juntos até que minha mãe saiu sorridente para por a mesa para o jantar que teríamos dali uma hora e meia mais ou menos.
O motivo da animação da minha mãe era claro porque sempre fora uma mulher falante que vivia fazendo amizade com os porteiros, estranhos em lojas e restaurantes, motoristas de táxi, as senhorinhas que cuidavam da limpeza no nosso antigo prédio em NY e uma vizinha idosa (Sra. Ramsay) que era um pouco solitária, sendo ignorada por seu neto (um sujeito hostil uns 8 anos mais velho que eu que a visitava uma vez por semana e sempre era grosso com ela e às vezes quando me via me lançava contra mim olhares hostis e cortantes quando me via no condomínio nas raras vezes que ia visitá-la) ela era sofisticada, muito educada, carinhosa (sempre me deixava com a marca do batom rosa nude na bochecha depois de se abaixar lenta e gentilmente para me beijar como se eu fosse seu netinho e tinha sempre histórias exóticas e fascinantes para contar e vivia fazendo tortas de banana com canela para a minha mãe (um de seus doces favoritos de infância) e chamando-a para tomar um cafezinho e sempre separava para mim revistas e livros que achava que eu ia gostar (e 99% das vezes tinha razão) e sempre me dava algo de dia das crianças ou um dinheirinho em datas comemorativas para que eu comprasse algo - atitudes essas de confraternização que incomodavam muito meu pai, não por ciúme mas por achar idiotice fazer tanta questão de confraternizar com desconhecidos e funcionários e a vizinha Sra Ramsay que meu pai odiava, simplesmente porque uma vez ela meio que o deu um sermão em meu pai por chegar muito bêbado em casa de madrugada com muito frequência e me assustar com suas mudanças de humor agressivas e cansativas de quando bebida (embora sóbrio também fosse meio instável e teimoso) então claro que por meu pai odiar essas atitudes da minha mãe de querer fazer amizade e querer ser tão gentil com qualquer um e achar algo tão idiota nós nunca recebíamos visitas e se visitávamos alguém meu pai se recusava a ir- então suponho que por isso um jantar em família com visitas a animava tanto.
Eu próprio estava totalmente alheio, a única coisa que eu sabia ou que tinha prestado atenção era que a acompanhante do colega de trabalho do meu padrasto tinha a idade de Boris e que Boris estava chateado com algo e não parecia só alheio a visita que receberíamos mas chateado. A ideia em si de conhecer alguém com a idade de Boris me apavorava um pouco, já que está mais que provado que nunca fui muito bom em fazer amigos - acho que Andy ser meu único amigo na minha antiga escola na Upper West Side e de na escola atual eu não ter nenhum amigo mesmo estudando a meses lá, eu não ter nenhum amigo além de Boris que nem do mesmo ano que eu é e estuda em um prédio diferente por ser do ensino médio mostra minha falta de habilidade social - mas o que realmente me incomodava era o quão Boris parecia fechado como um caracol se escondendo relutantemente dentro de sua concha e quando eu o questionava ele parecia entrar mais na conha como eu seu fosse um sapo pequeno tentando devora-lo. Quem dera esse tivesse sido meu maior incômodo da noite, mas sem que eu soubesse, o medo de não me dar bem com a parte juvenil da visita e de não entender Boris ou de estar forçando a barra com ele não era absolutamente nada comparado ao que veio posteriormente.
Quando os convidados chegaram eu logo notei um homem acho que da idade do meu padrasto e da minha mãe acompanhado por uma menina bem mais nova (depois quando perguntei para minha mãe soube que era a mesma idade do Boris, ou seja, 16 anos) o pai me pareceu simpático mas não me chamou muita atenção, o que me chamou atenção foi a garota.
Ela tinha a pele morena por bronze um tom praia com spray de bronzeamento artificial (pelo menos eu achei o bronze dela com ar de artificial), uma cabelo castanho imenso, roupas curtas e justas, sendo uma regata branca bem decotada e um short minúsculo que deixava tudo á mostra, lápis de olhos contornando os olhos castanho me deixando apavorado com seu olhar maléfico e selvagem quando ela me olhou com uma frieza de uma balconista mal-humorada ou de uma babá malvada, e iluminador muito forte nas maças do rosto e mal espalhado que me deixava doido para passar o dedo para suavizar.
Logo depois que do seu olhar malvado direcionado a mim ela sorriu para Boris e o abraçou forte apertando seus peitos enormes contra ele e depois o deixando com uma marca de batom vermelho na bochecha mas mais perto da boca, como uma porra de uma tiazona que te marca de batom quando te vê, e Boris não me pareceu nada incomodado com todo esse contato dela, muito pelo contrário! Me pareceu bem afim.
Fiz meu melhor para ignorar isso, mas ao longo do jantar quando estávamos todos juntos a mesa ela não parava de dar em cima de Boris e quando não dava em cima dele ficava fazendo piadas com o quão quieto eu estava, com o fato de eu ser baixo demais para treze anos, fazendo-a rir escandalosamente quando eu disse que tinha treze e por tanto fazer piadas com o fato de que ela aparentemente pensou que eu tinha ".... uns doze, sei lá!" E fazendo piadas com o quão tímido eu estava e quando me levantei para pegar sobremesa e ela para ir ao banheiro ela disse de passagem que eu não pareço muito "sociável" uma maneira "educada" de dizer que não pareço ter muitos amigos, ela não estava errada eu sou pequeno demais para minha idade e não tenho muitos amigos, na verdade só o Andy em NY e Boris aqui que na verdade eu pensava que era meu namorado, mas ainda assim, qual a necessidade de falar assim?
Não bastando esse maravilhoso jantar, os adultos resolveram sair para dançar, por algum motivo vi grande insistência do meu padrasto para que eles saíssem e para que Boris mostrasse a casa (o quarto dele em especial) para Jane.
Mamãe me deu um beijo na ponta do nariz e me disse para ligar se precisasse que ela ficaria grudada no telefone. Eles saíram e ouvi Jane cobrando que queria ver o quarto de Boris, ele não hesitou em mostrar, os dois foram para o quarto, e eu sem ter o que fazer fui para o meu para jogar um pouco e talvez terminar o livro que eu estou lendo para a escola, mas em acho que 10 minutos ou até menos, comecei a ouvir uns barulhos estranhos que eram bem fáceis de ouvir já que o quarto de Boris e o meu é separado apenas por uma parede.
Os barulhos era de passos pesados e depois o ranger de molas da cama e da madeira da cama de Boris que eu nunca tinha ouvido, depois vozes altas de ambos e então barulhos de palma, tipo algo como gente batendo palmas bem alto e uns gritos agudos e longos de Jane, passou-se meia hora até que eu me tocasse sobre o que aquilo era, me lembrei de um pornô que Tom Cable me mostrou quando fiquei amigo dele por um tempinho, e então percebi que o som de palmas e os gritos daquele pornô eram iguais aos vindo do quarto de Boris.
No mesmo momento em que percebi meu coração pareceu afundar no peito com uma dor de como se tivesse alguém apertando ele com a mão e uma raiva misturada com um sentimento de inutilidade e fraqueza que me fez ficar paralisado na cama por um bom tempo, eu me sentia uma borboleta morta boiando em uma piscina, ou um pescador longe demais da costa tentando pescar em uma região sem peixe com um céu nublado e cinzento acima da cabeça, uma sensação bem estranha e difícil de explicar. Eu queria entrar lá chutando a porta e exigindo explicações, tipo que porra ele acha que está fazendo? Tipo, nós não éramos namorados ou quase isso? Eu pensava que sim! Isso foi só brincadeira para ele? Ou nunca tivemos nada e eu fui quem senti coisas demais e pensei demais?Mesmo assim como ele ousa simplesmente fazer isso com outra pessoa a apenas uma parede de distância de mim em volume máximo, tipo ele nem se deu o trabalho de disfarçar. Quando percebi eu estava chorando. Pensei em ligar para minha mãe mas não tinha nem força para pegar meu celular na bancada e de qualquer forma o que eu diria? "Mãe, estou péssimo porque meu "irmão" de consideração/amigo/melhor amigo/namorado está fazendo sexo bem alto no quarto ao lado"????? E de qualquer forma por algum motivo eu ainda assim não queria que ele tomasse uma bronca. É egoísta eu estar tão chateado? Esses pensamentos são mesquinhos da minha parte? É loucura eu estar tão chateado? É pior ainda eu estar bem mais do que chateado por causa disso? Eu estou sendo imaturo? Será que sou eu o errado? Eu realmente não sei mais e pensar sobre me deixa com vontade de vomitar e com dor de cabeça.
Lembro que até minha mãe chegar eu estava chorando e tinha passado muito do meu horário de dormir, e os barulhos no quarto de Boris não pararam, na verdade parava por um tempo e depois recomeçava, foi assim a noite toda, não consegui dormir e só parei de chorar lá para as 4:00 da manhã, não necessariamente porque me conformei com nada daquilo, não! Foi porque eu estava me sentindo patético por chorar tanto e por cair tão fundo enquanto eles se divertiam tanto.
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Boreo - "Irmãozinho"
Teen FictionAudrey Decker é uma linda mulher, em todos os sentidos e mãe de um garoto doce chamado Theodore Decker, conhecido apenas por Theo. Luri Pavlikovsky é um pai não tão bom e nem tão boa pessoa mas luta par se tornar, e é o pai de um garoto também não t...