Jane

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Pov. Boris

Ontem foi o dia que o amigo do meu pai veio jantar aqui com a filha dele. Eu estava chateado e mega relutante, eu detestava a ideia só de ter de relance o pensamento do meu pai ter arquitetado todo esse circo para separar eu e o Potter.

Meu pai mandou eu me arrumar bonito, coisa que não fiz, só coloquei uma camiseta cinza velha com três gatos estampados, uma calça jeans e um par de tênis all star pretos. Fiquei esperando agoniado a chegada dos convidados do meu pai.

Logo que chegaram meu pai foi correndo me avisar e me mandar descer, Potter desceu primeiro, eu realmente não queria e não estava nada satisfeito com tudo aquilo, embora eu tenha ficado um pouco feliz quando meu pai desaprovou as roupas que eu coloquei "Você podia ter posto aquela camisa social branca, no mínimo!" Eu definitivamente queria irritar ele, mas não foi o bastante.

Quando eu desci eu vi um homem de pele clara e cabelo castanho, alto, e vestido de terno preto com uma gravata vermelha, provavelmente ternos feitos sob medida, assim como os do meu pai, dava para notar pelo caimento impecável, e ao lado uma menina linda, cabelo castanho longo até o fim das costas, pele levemente morena e com um bronze dourado, seios enormes e pernas com músculos definidos como quem pratica muito esporte ou não sai da academia, rosto delicado e maquiagem dourada nos olhos castanhos e definidos por lápis de olho, deixando-os realçado de maneira elegante e ao mesmo tempo selvagem, ela usava uma regata apertada que deixava á mostra as marquinhas de biquíni, um shortinho jeans bem curto e nos pés um par de saltos altos dourados com brilho, ela era simplesmente muito sexy, e provavelmente meu pai notou meus olhos na garota, pois deu um sorriso maléfico que dizia "eu venci", o que me deixou meu perturbado mas eu não podia negar que ela era linda.

A garota veio até mim enquanto Audrey arrumava a mesa para jantarmos, ela me abraçou forte apertando os grandes peitos contra mim e me dando um beijo demorado na bochecha.

-"Eu sou a Jane, prazer em conhecer você"

-"Ah... prazer, eu sou o Boris"

-"Ah é?! Então seu pai estava certo sobre eu gostar de você"

Ela disse de forma sedutora me deixando meio sem graça. Potter me olhou de relance meio desconfortável com o quão próximos Jane e eu estávamos, logo que notei seu olhar eu sai de perto de Jane abruptamente e me sentei ao lado de Potter na mesa. Jane se sentou de frente comigo, era claro que ela gostou mesmo de mim, e era claro que Potter apesar de sua inocência, ainda mais se tratando sobre paquera e tensão, estava percebendo que havia algo de errado.

O jantar em si foi ótimo, Jane era muito mais esperta e interessante do que eu tinha imaginado, ela já morou em 5 países, é filha de pai americano com mãe brasileira que tem descendência de bisavós Colombianos, fez uma tatuagem escondido do pai a dois anos quando tinha 14, sabe inglês, português e está aprendendo escocês, uma escolha rara e eu diria que original de terceiro idioma, e muito mais. A conversa correu solta entre Audrey, meu pai e o pai da Jane. Logo, lá pelas 21:30 da noite, quando acabamos de comer toda a lasanha e o bolo de doce de leite com morango que Audrey fez, meu pai sugeriu que eu deveria mostrar meu quarto para a Jane e que os adultos deveriam sair para dançar para relembrar a juventude. Potter subiu antes disso, pois por ser um garoto extremamente tímido não conversou quase nada com ninguém, mesmo que tentássemos incluí-lo na conversa, exceto Jane que parecia alfinetar ele de vez enquanto ou fazer uma piada de vez enquanto, embora eu tenha certeza que ela não quis ofender ele, afinal ela é muito doce e acho que só tentou quebrar o gelo com ele, porém acho que ele não entendeu dessa forma e mesmo assim ele subiu bem antes de todos acabarem, deixando o lugar ao meu lado vago, que Jane usou para se sentar ao meu lado e ficarmos mais perto.

Depois que os adultos sairiam para dançar em  um lugar onde o pessoal de 40 ou 50 anos vai para dançar as músicas da época deles, eu e Jane ficamos sozinhos lá em baixo, em um silêncio meio constrangedor até ela me pedir para mostrar meu quarto para ela conforme meu pai havia sugerido. Eu fiquei sem resposta e subi com ela para o meu quarto, eu não tinha nenhuma intenção fora conversar igual fizemos lá em baixo, mas quando entramos no meu quarto ela me perguntou se tinha algo para beber, eu peguei umas cervejas e elas sugeriu algo mais forte, peguei uma garrafa de vodca e abrimos, tomamos acho que umas três doses cada um o que nem de longe é o suficiente para me deixar bêbado hoje em dia, embora um pouco da minha sensibilidade ao álcool tenha voltado pela insistência do Potter em eu beber menos, mas ainda assim eu estava praticamente sóbrio, talvez o álcool tenha começado a me afetar, porque eu estava confuso, talvez meu pai tivesse razão, não sobre Potter, pois não o acho burro, ou ingênuo demais, mas talvez meu pai tivesse razão sobre mim, claro ele mal me conhecia, mas é verdade que sempre gostei de garotas e já tive várias, mas menino o Potter é o primeiro por chego se quer a me interessar, então talvez fosse loucura, talvez fosse um sentimento enganoso que eu confundi com paixão, e nessa noite eu apreciei Jane, então talvez esse lance com Potter fosse só uma diversão para um tédio passageiro, ou alguma dessas loucuras que fazemos na adolescência, acho que acontece nessa idade, ambos precisamos de garotas, talvez meu pai tenha razão.

Me servi mais uns dois shots fora os três que havia tomado e virei um atrás do outro, meus pensamentos pareciam turvos é algo não fazia sentido dentro de mim.

Quando me dei conta Jane estava no meu colo e nós estávamos nos beijando, logo a regata e o short minúsculo de Jane estava no chão do meu quarto, e em segundos minhas roupas também. O sexo em sim foi simplesmente sensacional, tipo como estar no paraíso e no meio de um furacão ao mesmo tempo, ela tinha uma disposição bruta e ao mesmo tempo uma delicadeza contraditória que eram indescritíveis, o problema que me levou a um estado de maior confusão mental foi quando na hora de gozar o Potter veio a minha mente, coisa muito estranha, pois até onde eu sabia eu estava apaixonado por Jane e até onde eu sabia antes disso eu estava apaixonado pelo Potter.

Logo que acabamos Jane dormiu na quase de imediato abraçada em mim com o corpo moreno e definido descoberto, eu apesar do meu tormento confuso e inquietante, acabei pegando no sono também, afinal foi uma atividade que exigiu bastante de mim. O pior eu não sabia se gostava mesmo do Potter ainda e nem se me importava com o que ele pensaria disso, afinal, não chegamos a ter nenhum compromisso falado, não tínhamos um acordo de tipo "sim somos namorados" ou "não somos só amigos, ou irmãos ou colegas quarto" então ele não deveria se importar? Não é? E porque eu sentia vergonha disso e ao mesmo tempo foda-se? Eu nunca estive tão em desacordo comigo mesmo.

Boreo - "Irmãozinho"Onde histórias criam vida. Descubra agora