Mas O Coração Quer o Que Quer

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Pov Theo:

De manhã eu "acordei" com minha mãe me chamando para tomar café - praticamente nem acordei, só levantei e fui, já que quase não dormi graças aos dois - sai do meu quarto e eu estava apertado, então fui até o banheiro de baixo que minha mãe estava lavando as mãos e depois subi e fui no banheiro do quarto dela e do meu padrasto o Luri vulgo pai de Boris estava tomando banho - mesmo que ele seja meu padrasto quase não chamo ele de Luri apesar de ele achar melhor chamá-lo pelo nome do que por Sr. Pavlikovsky - então basicamente a única opção era o banheiro de Boris, nunca fiquei tão chateado por meu quarto ser o único sem um banheiro dentro, entrei de fininho no quarto de Boris com medo de acordar ele e a dona majestade que estava com ele, mas parei de ser delicado quando notei as duas garrafas de vodca vazias uma no tapete dele e uma em cima do criado mudo junto com o que parecia um saquinho com uma coisa verde parecido com orégano dentro e uns papéis brancos meio transparentes finos e em tiras e até umas pílulas coloridas avulsas, umas três delas, uma azul, outra rosa-choque e outra amarela, assim presumi que não acordariam tão já nem tão fácil, pois era assim quando meu pai bebia ele demorava muito para acordar, no tapete do Boris junto da garrafa as roupas de ambos espalhadas, e o quarto em geral todo fora do lugar como se tivessem feito em todas as superfícies possíveis ou como se um pequeno tornado tivesse passado ali e um cheiro de cigarros bem forte, suor e alguma outra coisa como planta queimada mas com um cheiro forte e característico que não sei do que é ao certo mas acho que tem haver com o saquinho com aquela coisa que lembra um pouco orégano dentro, mais como plantas amassadas, trituradas e prensadas.

Logo que vi na cama quase vomitei, foi tão doloroso que até esqueci o quão apertado eu estava, era basicamente ela pelada com aquele corpo bronzeado e uma tatuagem pequena na bunda na nadega direita, escrito acho que a palavra "Daddy" escrito em letras cursivas em negrito, deitada de bruços com o braço em volta dele e ele deitado de barriga para cima pelado com marcas roxas enormes espalhadas no pescoço e marcas de batom borrado no rosto, no pescoço e no peito dele, seu cabelo estava bagunçado e ele estava com uma das pernas pendendo para fora da cama. Entrei no banheiro, de imediato eu só fechei a porta e fiquei um tempo me olhando no espelho sem saber como processar ou o que pensar ao certo sobre a visão caótica do quarto e eles dois nus na cama, me olhando no espelho notei em meio aos meus pensamentos as olheiras escuras em volta dos meus olhos pela falta de sono na noite passada, respirei fundo, joguei uma água no rosto, fiz xixi, lavei as mão, peguei minha escova no gabinete dele, escovei meus dentes e desci para tomar café.

Quando me sentei na mesa minha mãe colocou suco de laranja com morango em um copo para mim e fez ovos mexidos e panqueca e pôs num prato para mim, ela se sentou comigo e me fez perguntas, e conversou:

-"Filho, tentei falar com você ontem, mas acho que você já estava dormindo, porque não me respondeu, mas fico feliz que tenha respeitado seu horário de dormir mesmo comigo fora de casa."

Na verdade eu ouvi minha mãe me dando boa noite pela porta, mas não respondi porque estava com a voz trêmula e não queria que ela perguntasse.

-"e.... filho eu ouvi, você sabe, no quarto do Boris, você não sabe o que foi né? Espero que não, de qualquer forma não tem que saber tão cedo, temos tempo para isso ainda. E o que são essas olheiras? Deus! Parece que você não dorme a duas semanas! Você está bem? Dormiu mesmo na noite passada? Está doente?"

-"Para mãe! Eu estou bem!"

Isso, claro era mentira. Depois de uns 20 minutos talvez Boris e Jane desceram, ela estava com as roupas de ontem já que ela não trouxe troca de roupa, mas dessa vez sua regata estava amassada e com uma mancha na barriga, seus cabelos estavam bagunçados e a maquiagem borrada em baixo dos olhos e o batom não havia mais vestígio na boca dela, só borrado no rosto do Boris, que na sua pele pálida aquele batom vermelho borrado e totalmente espalhado o deixava parecendo ter tido uma crise alérgica se você olhasse rápido, ele estava usando somente uma calça cinza de moletom e sem camisa e descalço, com o cabelo igualmente bagunçado e um brilho alcoólico e desfocado nos olhos e o braço de Jane envolta do pescoço dele, como se ela fosse íntima dele, o que foi meio bizarro.

Boreo - "Irmãozinho"Onde histórias criam vida. Descubra agora