Conhecendo Ele

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Pov. Theo

Mamãe e eu embalamos nossas coisas em caixas, era estranho estar saindo do nosso pequeno apartamento na Upper West Side para uma casa grande em Vegas, com meu novo padrasto que eu não conhecia pessoalmente e um novo irmão mais velho, o qual além de não conhecer nem mesmo por histórias eu temia conhecer pessoalmente, na verdade eu diria que estranho não resumia metade do que eu sentia, mas ao mesmo tempo parecia empolgante conhecer novos ares.

Quando terminamos de empacotar tudinho em caixas e a mudança veio pegar o que levaríamos eu dei uma última volta no apartamento e me despedi do meu quarto, afinal se as coisas derem certo entre nós todos vamos ficar por lá, por ser mais espaçoso. Eu sabia que sentiria falta do meu quarto, afinal foi nele que passei os últimos 12 anos da minha vida, mas eu precisava superar logo afinal já estávamos indo.

Olhei uma última vez pela sacada e me despedi da vista incrível que mamãe e eu passamos muitas manhãs vendo os carros passarem e muitas festas de ano novo vendo os fogos.

As coisas que levaríamos foram com a equipe de mudança, e eu e minha mãe com nossas malas fomos pegar nosso voo até Las Vegas. Ainda antes de embarcar senti um frio na barriga, nunca havia viajado de avião ainda, e a fato de estarmos indo tornava tudo mais real para mim, afinal ainda não havia caído a ficha por completo, e também significava que o momento de eu conhecer meu futuro irmão mais velho estava chegando perto e essa era a pior parte.

Fiquei tenso metade da viagem e a outra metade eu dormi. Quando descemos em Las Vegas pegamos um táxi até o endereço que nos foi dado, meu estômago queimou a viagem toda de táxi. Quando descemos na casa, nossas coisas mais pesadas que foram com a agência de mudança já estavam lá, eu entrei sem rodeios, afinal eu estava ansioso e exausto, imediatamente um homem de cabelos bem pretos e lisos, musculoso com um terno Dolce & Gabana, com uma vibe de mafioso charmoso de filme, e sorriso hollywoodiano veio até mim.

"Ah, oi! Você deve ser o Theo"

Ele disse me dando um aperto de mãos, eu respondi sem graça, afinal como eu deveria estar? Eu estava conhecendo o namorado da minha mãe!

"É..... sou eu..."

"Prazer eu sou o Luri, eu estava esperando por vocês. Cadê sua mãe?"

"Lá fora cuidando das malas..."

"Tá bom, vou lá ajudar ela"

"Eu ajudo com as caixas então"

"Ah não precisa. Fica á vontade para ver a casa, ou brinca com o meu filho Boris, ele pode te mostrar a casa se você quiser"

"Tá...."

Respondi preocupado e meio sem jeito.

"Um minuto, vou chamar ele. BOOOOOORIS, DESCE AQUI ELES CHEGARAM!"

Depois sorriu simpático e foi ajudar minha mãe com as coisas.

Olhei para a escada e vi um menino descendo os degraus, ele era muito magrelo, de uma palidez mortal, tipo um vampiro, tinha cabelo bem pretos e compridos na altura dos ombros, ele usava uma calça de Moletom camuflada é uma camiseta preta escrito "never summer" em letras góticas brancas, pulseiras de couro preto amarradas de forma confusa no pulso fino do braço esquerdo, os pés estava descalços, claramente só relaxando em casa de acordo com as roupas.

"Quer ver meu quarto?"

"Ele me perguntou quando me aproximei dele nos degraus da escada, ele tinha um sotaque forte, mas não tão carregado quanto o do pai, e ele havia me chamado para seu quarto sem nem nem olhar na minha cara, o que me preocupou, entendi a mensagem como: "nem tente falar comigo, sou legal demais para você" mas talvez eu estivesse errado. Eu queria estar errado, caso contrário dali em diante eu conviveria com um babaca, e acho que nem preciso dizer porque isso é assustador.

Boreo - "Irmãozinho"Onde histórias criam vida. Descubra agora