Amores adolescentes

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Lisa estava sentada, mexendo e olhando seu computador, analisando os comentários sobre o que aconteceu no dia do ataque. Anteriormente estava vendo vídeos do Lagarto, porém não aguentou sua curiosidade e começou a ver as opiniões sobre o caso, tanto negativas quanto positivas.

— “A Aranha Branca não se importa com os doentes”? É literalmente o contrário! Eu só não quero que surja uma mutação genética dessa evolução forçada! A chance de isso dar errado é muito maior do que eles sequer pensam! Misturar raças totalmente diferentes? Será que perderam o juízo? Vocês não completaram o fundamental!— Lisa falava sozinha e irritada com os comentários que lia na internet. O desprezo principalmente do público mais velho a irritava, por que eles falavam coisas das quais nem sabem nada sobre? É irritante. Ao menos os jovens parecem gostar mais dela.

Ao escutar batidas na porta, Lisa imediatamente tirou os lançadores de teia e seus cartuchos de cima da mesa, colocando-os na gaveta, trocou a aba do site e fingiu que estava apenas vendo um vídeo de um Youtuber tailandês aleatório.

— Pode entrar!

Marco entrou no quarto com cuidado e olhou Lisa rapidamente, que cruzou os braços e encarou o pai de volta.

— Você está bem? Como estão seus machucados?— Marco perguntou cuidadosamente, provavelmente pela décima vez no dia, como Lisa estava. Lisa suspirou, levantou e colocou as mãos na cintura.

Lisa tinha uma bandagem no joelho, um curativo grande na bochecha e outro cobrindo grande parte de seu ombro que havia sido impactado com a queda. Para seu corpo atualmente mais forte, aquilo não significava nada.

— Eu já disse que tô bem, pai. Isso aqui não foi nada. Você devia se concentrar no seu trabalho.— Lisa disse gentilmente, quase como uma repreensão ao seu pai. Não queria que ele perdesse um dia de trabalho só por causa da preocupação por machucados leves e bobos como esses.

— Eu sei, querida. Mas você enfrentou basicamente um super vilão, você podia ter morrido.— Marco disse argumentando com Lisa. Estava preocupado com a filha, qualquer pai estaria se seu filho tivesse sido jogado na última cadeira do cinema por um lagarto gigante.

— Sorte que a Aranha Branca chegou rápido.— Lisa disse cruzando os braços e fazendo seu pai se calar. Sabia que aquilo era um assunto delicado, mas mesmo assim não queria estressar seu pai agora.— Eu tô bem, pai. Sério. Não precisa se preocupar.

— Ok, certo. Voltarei aqui só mais duas vezes então.— Marco disse suspirando e cruzando os braços também.— Tem uma amiga sua lá na sala que veio te visitar.

— Amiga? Quem?— Lisa ficou confusa. Se fosse Rosé, ela apenas invadiria a casa e o quarto sem dar explicações e conversaria com Lisa sobre o que queria. A menos que fosse outra pessoa.— Não pode ser.— Lisa disse incrédula.

— É uma líder de torcida aí.— Marco disse dando um sorrisinho e rindo ao ver a pele de Lisa perder a cor aos poucos. Seu nervosismo aumentou repentinamente, e seu pai sabia bem o motivo.

— A-A Jennie? O-O que ela veio fazer aqui? Ela veio me visitar? Não acredito! O que eu faço agora?— Lisa ficou resmungando em meio de seu surto, estava caminhando de um lado para o outro no quarto sem mesmo perceber isso.

Marco foi até Lisa, a parou a segurando pelos ombros e a fazendo ficar de frente para si. Ele sorriu, acariciou a cabeça de Lisa e fez um sinal de positivo com a mão. Lisa ficou um pouco confusa na hora, estava tão nervosa que mal conseguia compreender o que estava acontecendo.

— Ei, fica calma. Você é uma Manoban, ela não vai resistir ao seu charme. Você vai se sair bem.— Marco disse como uma forma de consolar a filha, que foi se acalmando aos poucos ao escutar as palavras do pai e suspirar.— Só não vá muito longe, ok? É muito cedo.

Aranha das sombras | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora