eu e ele...

eu, ele e a letícia...

Eu nunca gostei de rótulos.
No nosso abraço percebi que sentia algo a mais pelo Bento, assim como sentia pela nossa amiga de infância, Leticia.

Doce Letícia, com seus olhos castanhos, pele negra e cabelos morenos crespos, dona de um sorriso encantador, que me encantaram na adolescência, bem como encantaram Bento.
Lá estavam eles, já adultos e junto dele, sua amada Letícia comemorando a vitória merecida com abraços e beijos demorados digno de novela das seis.
A pequena festa organizada pelo pai de Bento na rua estava fazendo sucesso, todos os vizinhos chegam e abraçam-no, parabenizam Bento pelo sucesso e talento.

Enquanto observava, me perco em meus pensamentos, mas logo repreendo-os, era tudo muito novo pra mim,
fico confuso em relação aos meus sentimentos, como pode eu gostar de um rapaz sendo que eu realmente já gostei da linda Letícia? Seria possível isso? Teria alguma espécie de nome pra isso? Estaria eu caindo no papo de que o amor não se explica? (engraçado que isso me lembra algumas falas e poemas do Bent-... eita, preciso beber pra esquecer essa loucura).

Porém, confesso que não parei de pensar nele, simplesmente não consiguia parar de pensar no seu lindo rosto falando comigo e seu abraço apertado, sem contar naquele beijo no meu pescoço, arrepio só de lembrar, e olha que eu nem estava bêbado ainda.

Foda-se, vi Bento indo sozinho para sua casa, não avistava Letícia, senti que era minha hora, hora do ultimato, quem sabe em um dos nossos abraços tento algo a mais...

Quando chego à janela da casa, vejo Letícia já o esperando.
Bento foi pegar alguma coisa, meu mundo desaba quando vejo que tratava-se do anel para pedi-la em noivado.