eu e ele...

pesadelo...

Parecia um pesadelo, antes fosse...

Depois de me despedir do Bento, fui direto dizer para o Marcos que eu estava pronto. Ele me dá um paraquedas e pergunta se eu sabia usar caso fossemos atingidos, disse que sim, mas mesmo assim as chances de caímos era mínima.

Partimos, ah como eu amo voar... nunca tinha feito antes mas nem parece, uma coisa maravilhosa.

- tudo bem lorenzo?
Marcos pergunta me vendo viajando mais ainda nos meus pensamentos olhando a vista bem mais acima daquele inferno acontecendo lá em baixo.

- opa, e como... muito lindo essa quietude, me sinto literalmente nas nuvens.

Iamos primeiro ao forte da Itália constar os resumos e estratégias de guerra com os estadunidenses... eram previstos 10 minutos sobrevoando, só que a viajem foi interrompida por uma tragédia...

Fomos atingidos e sofremos uma queda, um momento desesperador, Marcos avisando o sargento surtando dizendo que iamos cair pelo interfone que ja estava falhando.

Pela força do extinto puxei a corda do paraquedas e fiquei emperrado numa árvore. Cai de uma altura considerável. Tudo girava, não estava entendendo ainda, minha cabeça explodia, e não sentia muito meu braço, provavelmente quebrado.

Gemia de dor, não encontrava Marcos, o avião não sobrou nada, um total desespero e situação caótica.

Ando um pouco mais para frente, vejo as montanhas e o desespero apertou ainda mais, estava sozinho novamente.

Com muita dor em meus braços e cabeça, acordo novamente, dessa vez em um hospital. Surpreso em como fui parar ali.
tão de repente. Mas lembro de uma mão encostando em mim e nada mais além que isso.

Levanto um pouco e vejo a tala em meu braço, vem uma enfermeira até mim, nos falamos em italiano, ela dizia que estou há uma semana dormindo por causa da minha cabeça.

ouço isso meio tonto ainda mas depois caio na real
MEUS DEUS COMO ASSIM????
E BENTO?
A GUERRA?
AONDE ESTOU?
misturo italiano com português dizendo isso desesperadamente e que precisava dar o fora dali, a enfermeira simplesmente aumenta o sedativo e eu volto a dormir.

Mais calmo, após o surto penso em como vou encontrar Bento e o bando do Brasil sem saber aonde eu estava e muito menos aonde eles estavam!!!

Sobre a guerra, converso com uma visitante do paciente do lado, me informou que estava mais estável, agradeço e torço pra que esteja tudo bem com Bento, meu Bento...

A localização que estavamos era o interior de uma cidade na Itália, um hospital conhecido por tratar dos enfermos da guerra por isso me recuperei tão rápido, não sei ainda como me resgataram mas provavelmente foram voluntários.

Presumo que ficaria perto das tropas brasileitas que faço parte, já que um voo previsto de 10 minutos para o centro, durou a metade, mais ou menos.

Uma dose de esperança surgiu.

Pena que não pudia fazer absolutamente nada! Meu corpo não era mais o mesmo. Não conseguia ficar em pé ainda e meio que grogue.

Dois dias depois eu já bem melhor conseguindo ficar em pé, mas com o braço engessado ainda. A noite passada tive com o diretor do hospital para saber minha localidade porém nada foi concluído.

Hoje pela manhã ele me disse que eu podia ver os registros que ficam no depósito no primeiro andar, provavelmente lá estaria pelo menos aonde Marcos estaria também.

Nada encontrei.

Desânimo total, que merda estou fazendo aqui???? Vou ficar pra sempre nesse fim de mundo, sem conhecer ninguém, sozinho. Recomeçar do zero?
.
Até que de repente ouço alguém me chamando, o som vinha do térreo.