eu, ele e nossa pátria...

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*ponto de vista: lorenzo*

Um lugar estranho...

Chegamos com o ônibus e logo quando caiu a ficha de estarmos ali, já era tarde pra mudar de ideia...

Andando pelos corredores indo para nosso dormitório dava de ver que mesmo com a pressão da guerra muitos soldados ainda estavam fazendo piadinhas pelos cantos, energia de colegial, com panelinhas, valentão, alguns mais quietos preferindo ler um livro, previ que teria dificuldades de me enturmar e adaptar...

E achamos nosso canto.

Claro, escolhemos duas camas uma ao lado da outra (não é isso que você está pensando) num quarto de quase vinte outros colegas...

Como ainda faltavam 15 dias pra sairmos do quartel para viajem realmente da II guerra, ainda havia muito treinamento e preparação. Dito isso, os trabalhos já iriam começar...

Ao fim da tarde, após o lanche, o sargento chega em nosso quarto e nós imediatamente fazemos aquele ritual de respeito e obediência... ele se apresenta e pede pra nos apresentarmos também, jurando lealdade à bandeira e dizendo o nome e sobrenome.

Logo quando saiu, bem rápida sua visita, um grupo começa a gritar numa espécie de comemoração como se estivessem numa colônia de férias, pegaram bebidas escondidas e sairam pelos fundos como ratos fugitivos... um dos que acompanhavam o grupão chamou eu e o Bento pra irmos juntos... e adivinha?

NÓS FOMOS! Pq não? Não tinha nada pra fazer estava quase anoitecendo e só seguimos os brincalhões bobocas indo pra uma mata atrás do quartel, num atalho.
Lá já tinha uma fogueira esperando todos, como se fosse tudo calculado só esperando o sargento virar as costas.

Não deu nem 20 minutos e todos já estavam bêbados. eu, claro que não bebi muito por conta do meu histórico nem tão bom assim... não iria me pôr nesse papel.

Bento estava bem solto por sinal, bebendo pouco também, conseguiu fazer dois ou três camaradas onde estavam jogando conversa fora sobre histórias de vida enquanto curtiamos o fogo da fogueira, afinal estava bem frio...

Eu sentado ao lado deles mas não muito envolvido com aquele papo por justamente não ter história pra contar, e se tinha, subia medo de falar demais, sabe como é... sobre algumas coisas recentes que descobri sobre mim...

Beirando a madrugada, o sono estava chegando, alguns já indo aos seus aposentos, outros vomitando de tão bêbados no tronco de árvores aleatórias do caminho, mais alguns em cima de uma pedra gigante fazendo baderna uivando igual lobos... tolos.

E lá sobramos, eu, bento e mais três amigos, ainda sentados no banco improvisado ao redor da fogueira, eles cantando desde cedo com um violão que não sei como surgiu, não me dava mais ao trabalho de tentar entender aquela energia caótica que estava rolando...

Bento de repente, me chama pra irmos dormir, estavamos um pouco bêbados e ele meio tonto já com tanta cantoria...

O cara simpático que nos trouxe nos acompanhou de volta ao nosso dormitório 3. Ele nos deixa e volta pra pequena festa, eu fico tão surpreso quanto o Bento já sentindo que bebeu demais, mas como disse já desisti de entender esses rapazes...

Abrindo a porta cautelosamente nos deparamos com tudo escuro e desistimos de entrar pois senti que íamos causar muito barulho, já bastava a maldita porta que quando abri parecia uma bruxa rindo...

Então ficamos do lado de fora mesmo... sentados no cascalho e encostados na parede do grande quarto.

Num intervalo de um dormitório para o outro dava de ver perfeitamente o lindo céu estrelado daquela noite.

Eu curtia aquela beleza lunar e Bento (quase caindo de sono e bocejando) puxa a conversa mais aleatória possível...

- você acha que a Letícia irá me trair?

- você acha que a Letícia irá me trair?

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