eu e ele...

a despedida...

Iremos partir pra Italia amanhã mesmo.

É real...

Os últimos momentos aqui no Brasil.

Deixar família sem respostas, em busca do heroísmo e orgulho nacional. Talvez não valha tanto a pena, mas não era hora de desistências.

Bento e eu estávamos bem, mas dificilmente conseguimos ficar sozinhos pois como se tratava da reta final, os treinamentos de tiro e armamento dobraram.

Fonseca evitava até me olhar, eu estava fugindo também. Ele nem imaginava eu e Bento, na verdade ninguém imaginava, escondemos muito bem.

(Não quis, mas no fundo meus pensamentos lembraram do que fonseca disse sobre estar disposto a me assumir sem medo de nada, óbvio que eu não fazia questão de dizer nada pra ninguém sobre mim e o Bento, mas fiquei pensativo mesmo assim)

Combinei comigo que falaria com ele hoje mesmo, pois queria tirar tudo a limpo aqui no Brasil ainda.

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Após passar o dia inteiro em treinamento, quando finalmente tivemos tempo para descansar e tomar um banho encontro ele no banheiro sozinho.

Era a hora.
Era agora.

– Fonseca?

– oi lorenzo. – disse bem seco, mas ainda surpreso da visita.

Ele ainda estava vestido mase preparando para o banho.

– vou ser direto tá.
Pensei bastante o quanto fui egoísta com você, o fato de eu não querer nada sério cotigo não me dava o direito de te tratar como um nada. Peço desculpa, de verdade.

– tá, tudo certo, eu que me precipitei em cobrar algo que ja estava claro. Viajei.

– tudo bem entre a gente mesmo?

– sim sim, e aí como estão as coisas com o Bento?

– pois é, isso que eu queria te dizer de uma vez por todas... nós meio que estamos juntos. Não é nada oficial, mas meio que fica-

– Lorenzo, eu preciso tomar banho agora, podemos conversar depois? – fala me interrompendo antes de terminar a frase.

– tá, como quiser.. – digo saindo.

Mas é melhor assim... deixei as cartas a mesa, se ele quiser ser nosso amigo ok. Torço pra que não conte pra ninguém.

Já anoitecendo, sempre os últimos a saber, nos convidaram para uma festinha de despedida. Tudo era motivo de comemorar. Nem parecia que estávamos partindo para uma missão assassina.

Dessa vez os sargentos liberaram, não sendo mais um lugar escondido na selva, uma espécie de saguão enorme, ainda no quartel.

Chegamos lá e todos já estavam bebendo e dançando, parecia uma festa real. Comes e bebes a vontade...

No final vimos várias garotas seminuas dançando bem sensual em volta dos nossos colegas.

Bento e eu já nos olhamos, fazendo gesto de não com a cabeça deu a entender que na primeira oportunidade de sair pelos fundos a gente iria.
(Afinal o dormitório finalmente se encontrava vazio, talvez seria a nossa única chance).

Tudo estava normal, bebemos um pouco, e até arriscamos dançar.

Até que...

Fonseca com dois litros de cachaça na mão, morto de bêbado chega e atrai o centro das atenções. Mas ainda conseguindo dizer bem alto:

– já estão sabendo da novidade??